Ferreira da Fonseca – Antonio Ferreira Martins – Parte I

Como ficou dito no artigo anterior ainda existem algumas lacunas relativamente à história de José Ferreira da Fonseca e Ana Pereira de Souza, pais de Antonio Ferreira Martins.  Semelhantes falhas ocorrem também na história do próprio Antonio, de quem se conhece um pouco mais sobre a sua vida adulta, como proprietário da Fazenda da Serra e quase nada sobre a sua infância e juventude.

A partir desta realidade o encontro de hoje propõe reunir numa sequência lógica os fatos e dados a que já se teve acesso para tentar, a partir daí, resgatar um pouco mais sobre a vida deste antepassado. E o ponto de partida natural, embora ainda contaminado por dúvidas, será o seu dia e local de nascimento.

Apoiado na informação da lápide de seu túmulo no cemitério de Maripá de Minas (MG) tem-se que Antonio nasceu em 12.02.1832. Ocorre que no Boletim do Recenseamento da População, de 31.12.1890[1], ao que parece preenchido por ele, Antonio declara contar com 56 anos, o que leva a concluir que teria nascido em 1834. Uma data que se choca com a informação de que ele teria falecido em 29.06.1921, aos 90 anos,  indicando que o nascimento teria ocorrido em 1831.

Por declaração do próprio, no mesmo Boletim de Recenseamento, ele seria natural de Juiz de Fora (MG).

Esta informação também sucita dúvida. Porque segundo Waldemar de Almeida Barbosa, no seu Diconário Histórico Geográfico de Minas Gerais, Editora Itatiaia, BH/RJ, 1995, p. 178, “até 1836 não havia povoado algum na margem direita do Paraibuna, onde depois surgiu o arraial (Juiz de Fora).” E acrescenta o mesmo autor que foi neste ano de 1836 que o Dr. Henrique Guilherme Fernando Halfeld contratou com o governo a abertura de um caminho partindo da Vila Rica até o Paraibuna. E que teria sido o leito deste caminho o local onde teve início  o povoado.

Diante disto parece mais prudente afirmar que Antonio, nascido antes de 1834, provavelmente seria natural de Barbacena, que naquela época era a primeira vila existente no caminho que vinha do Rio de Janeiro para as Minas Gerais. E que não se esqueça o eventual leitor que o avô de Antonio – Felisberto Ferreira da Fonseca, faleceu e teve seu inventário aberto em Mar de Espanha (MG) e sua esposa Joanna Maria da Conceição[2], diferenciada de sua genitora pelo numeral II (Joanna Maria da Conceição-II) também parece ter vivido na região, conforme documento[3] de 08.06.1881 assinado em Brumadinho[4] por Manoel Ferreira da Fonseca[5], um dos irmãos de José Ferreira da Fonseca, pai do Antonio.

[1] Boletim do Recenseamento da População de 31.12.1890 do arquivo da Fazenda da Serra.

[2] Em (http://deportugalparaeugenopolis.blogspot.com.br) “EUGENÓPOLIS – SUA HISTÓRIA COMEÇA, AQUI”, blog da professora Stela Dalva, consta: “Joana Maria da Conceição, nasceu em Barbacena, se casou no mesmo dia da irmã Josefa, em 12/06/1804, com Felisberto Ferreira da Fonseca, natural de Prados, filho do Capitão João Ferreira da Fonseca e de Ana Jacinta da Conceição. As testemunhas do casamento foram: Francisco Ferreira Armond e Francisco Ribeiro Nunes. Tiveram 12 filhos. Tinham 20 cativos. Felisberto faleceu em 08/05/1880 em Bom Sucesso (MG), segundo anotações de Sabino Francisco de Barros e, segundo seu inventario, faleceu em 1861.”

[3] Documento do arquivo da fazenda da Serra que se transcreve obedecendo a grafia original: “Recebi de meo sobrinho João Pires de Mendonça, uma clareza (ilegível) de sinco contos sete centos e vinte mil réis passada a mim no dia 20 de julho de 1880 compreendendo na dita a repoziçam que meo sobrinho Antonio Ferreira Martins tinha de me fazer na partilha que fez nos bens deixados de minha finada mai D. Joanna Maria da Conceição, ficando o dito Martins dezinorado de me fazer a dita reposição, mais sim fazela ao dito João Pires, e por esta forma fica esclarecido. Brumadinho, 8 de junho de 1881 Manoel Ferreira da Fonseca”. O citado sobrinho, João Pires de Mendonça, provavelmente era filho de Eufrásia Joaquina da Conceição c.c. José Francisco Mendonça Pires.

[4] Segundo Gabriel Afonso Vieira Chagas, em e-mail de 08.10.2012, o Brumadinho aqui referido é, na verdade, uma fazenda em Brumado do Suassui, atual Entre Rios de Minas (MG), nas proximidades de Congonhas do Campo (MG).

[5] No documento de 08.06.1881, de próprio punho e assinado em Brumadinho por Manoel Ferreira da Fonseca, irmão do José Ferreira da Fonseca, declara ter um sobrinho de nome João Pires de Mendonça.

É certo que Antonio casou-se em 1863 em primeiras núpcias com sua prima[1] de primeiro grau, Luiza Maria da Conceição, nascida antes de 10.01.1846, dia do seu batismo e, falecida a 19.01.1909, carinhosamente chamada “Dinha”, filha de Manoel Ferreira da Fonseca e Maria Romana.

Registre-se que Luiza Maria teria nascido em Barbacena, segundo o traslado de escritura de compra e venda de 08.02.1910, lv. 15 fls. 41 a 42v. do cartório de Guarará. E que no Boletim de Recenseamento citado ela aparece com a idade de 45 anos, indicando seu nascimento em 1845. O que faz sentido se considerada a informação colhida por Gabriel Afonso Vieira Chagas, em e-mail de 08.10.2012, de que “Aos 10 de janeiro de 1846 o reverendo Gonçalo Ferreira da Fonseca batizou e pôs os óleos santos a Luiza, filha legítima de Manoel Ferreira da Fonseca e dona Maria Romana. Foram padrinhos João Ferreira da Fonseca e Rita de Cássia.”.

Antonio e Luiza Maria se casaram por volta de 1863, considerando o nascimento do filho mais velho do casal.

Com ela, segundo o mesmo Boletim citado, Antonio teve nove filhos – seis homens e três mulheres – sendo que três do sexo masculino já estavam falecidos em 1890. Dos seis restantes são as descendências que mais adiante se vai comentar.

Após o falecimento da primeira esposa, em 19.01.1909, Antonio casou-se com Maria do Carmo Pires Leite (1842/1928)[2] e desta união não deixou filhos.

Pelo diploma de eleitor geral de 05.10.1876 foi o 14º eleitor mais votado no município de Mar de Espanha, na paróquia do Espírito Santo. Em 1885 pertencia ao corpo eleitoral de 9º distrito na freguesia do Espírito Santo[3]. E em correspondência[4] de 01.09.1886 seu filho Reynaldo Ferreira da Fonseca informa que Antonio possuía o título de Alferes.

Antonio Ferreira Martins faleceu a 29.06.1921 em Maripá de Minas (MG).

[1] Carta manuscrita datada de 24.06.1902 encontrada no arquivo da fazenda da Serra, assinada por Lino Ferreira da Fonseca, informa que o missivista era primo e cunhado de Antonio.

[2] Árvore Genealógica de Bertholdo Garcia Machado, organizada por Celeine, Carlos Augusto e Olívia – Bicas (MG).

[3] Almanaque de Leopoldina, publicado por volta de abril de 1885.

[4] Do mesmo arquivo da fazenda da Serra.

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[1] Boletim do Recenseamento da População de 31.12.1890 do arquivo da Fazenda da Serra.

[1] Em (http://deportugalparaeugenopolis.blogspot.com.br) “EUGENÓPOLIS – SUA HISTÓRIA COMEÇA, AQUI”, blog da professora Stela Dalva, consta: “Joana Maria da Conceição, nasceu em Barbacena, se casou no mesmo dia da irmã Josefa, em 12/06/1804, com Felisberto Ferreira da Fonseca, natural de Prados, filho do Capitão João Ferreira da Fonseca e de Ana Jacinta da Conceição. As testemunhas do casamento foram: Francisco Ferreira Armond e Francisco Ribeiro Nunes. Tiveram 12 filhos. Tinham 20 cativos. Felisberto faleceu em 08/05/1880 em Bom Sucesso (MG), segundo anotações de Sabino Francisco de Barros e, segundo seu inventario, faleceu em 1861.”

[1] Documento do arquivo da fazenda da Serra que se transcreve obedecendo a grafia original: “Recebi de meo sobrinho João Pires de Mendonça, uma clareza (ilegível) de sinco contos sete centos e vinte mil réis passada a mim no dia 20 de julho de 1880 compreendendo na dita a repoziçam que meo sobrinho Antonio Ferreira Martins tinha de me fazer na partilha que fez nos bens deixados de minha finada mai D. Joanna Maria da Conceição, ficando o dito Martins dezinorado de me fazer a dita reposição, mais sim fazela ao dito João Pires, e por esta forma fica

esclarecido. Brumadinho, 8 de junho de 1881 Manoel Ferreira da Fonseca”. O citado sobrinho, João Pires de Mendonça, provavelmente era filho de Eufrásia Joaquina da Conceição c.c. José Francisco Mendonça Pires.

[1] Segundo Gabriel Afonso Vieira Chagas, em e-mail de 08.10.2012, o Brumadinho aqui referido é, na verdade, uma fazenda em Brumado do Suassui, atual Entre Rios de Minas (MG), nas proximidades de Congonhas do Campo (MG).

[1] No documento de 08.06.1881, de próprio punho e assinado em Brumadinho por Manoel Ferreira da Fonseca, irmão do José Ferreira da Fonseca, declara ter um sobrinho de nome João Pires de Mendonça.

[1] Carta manuscrita datada de 24.06.1902 encontrada no arquivo da fazenda da Serra, assinada por Lino Ferreira da Fonseca, informa que o missivista era primo e cunhado de Antonio.

[1] Árvore Genealógica de Bertholdo Garcia Machado, organizada por Celeine, Carlos Augusto e Olívia – Bicas (MG).

[1] Almanaque de Leopoldina, publicado por volta de abril de 1885.

[1] Do mesmo arquivo da fazenda da Serra.