Eleições – Opinião

Passaram as eleições. Os resultados das urnas são conhecidos. Classificá-los como bons ou, ruins, nenhuma diferença faz. Afirmar que se votou no menos pior, não leva a lugar algum. É com estes resultados e com estes eleitos, que os brasileiros conviverão até o próximo pleito, salvo algum acidente de percurso que se espera não ocorra.

Estar triste ou alegre agora se tornou detalhe. Reverter o lado em que se está, lamentavelmente só daqui a quatro anos. Alegre ou triste é apenas a consequência do percentual maior ou menor de simpatizantes que acionaram a tecla “confirma” na solidão da cabine.

Tudo correu conforme previsto. A lei continua sendo igual para todos os autorizados a participarem daquele instante mágico chamado voto, forma primeira do cidadão expressar a sua vontade de construir um futuro melhor para o país.

Um futuro feliz porque, no final das contas, é a felicidade que conta. É a felicidade a joia que se busca encontrar no palheiro de todos os dias, o dia todo. Seja ela a felicidade de viver em paz com a consciência, de ter comida no prato e segurança para caminhar pelos trilhos da viagem-vida ou, a de ter saúde e forças para lutar pelo crescimento e a realização pessoal.

Passaram as eleições.

A contagem dos votos virou passado e o passado não se altera.

Dele, apenas, se tira lições e ensinamentos que se bem utilizados, aliviam o peso dos ombros para a viagem de busca por um futuro melhor. É hora, então, de se olhar o futuro a partir das urnas e dos dias que as antecederam. Olhar para o que se fez e o que se deixou de fazer. Esquecer a briga inconsequente por “a” ou “b”. Fugir desse “alopramento” geral. Desse verdadeiro festival de besteiras, intrigas, mentiras, egoísmos e grosserias inimagináveis de pessoas ditas minimamente educadas. Fugir desse ambiente antiquado, desse pensar à moda do século passado, época em que os eleitores precisavam serem apartados, feito bois, em “currais eleitorais” para não brigarem por seus coronéis. As facadas distribuídas em Minas Gerais e na Bahia não fazem qualquer sentido na sociedade do século que se vive.

É hora de lembrar que o povo é um só, seja ele de um estado ou, do Brasil. Que vencidos e vencedores são irmãos e almejam um estado e um país melhor para todos. É hora de lembrar que faz parte da democracia desejada por todos, a liberdade do pensar, o direito de se expressar e de defender as suas ideias.

E que é parte desta mesma democracia, a existência dos partidos políticos. Partes e partidos, palavras de mesma origem. E partidos, eticamente organizado, podem defender pontos de vista e princípios norteadores distintos. E é bom que seja assim, para que todos se sintam representados. Mas nada impede que eventualmente, em razão de um interesse maior da nação, partidos se unam ou se agrupem em blocos para a defesa de pontos específicos. Maluf, o político, que deixou a desejar em alguns quesitos da sua vida pública, pregava que em política não há espaço para inimigos. Há sim, espaço para adversários numa eleição, que podem se tornar bons correligionários no pleito seguinte.

Pensem nisto. Os resultados estão aí e representam a vontade da maioria. Aceitá-los é obrigação de todos.

Que a partir de janeiro de 2019 o Brasil seja ainda melhor, porque o seu povo merece.

Ferreira da Fonseca – Maria Maximiana de Jesus – II

Seguindo o que ficou dito na vez anterior o artigo de hoje complementa a história que se conhece de Maria Maximiana de Jesus, carinhosamente tratada por Mariazinha, filha de Theophilo Gonçalves Lara e Francisca Cândida Lara.

Mas antes de falar de sua descendência é bom lembrar que Mariazinha, ao se casar com Elysio Ferreira da Fonseca, trouxe o sangue do sobrenome LARA para o núcleo dos Ferreira da Fonseca de Maripá de Minas.

Um sobrenome que, segundo consta, é de origem espanhola e em etrusco “Lara” significa “lar” ou “casa”. Embopra seja tido, também, como de cristão novo, pela existência de processo inquisitorial dos judeus Nuno Álvares de Lara e seus irmãos por volta de 1700.

Para Sebastião Laércio de Azevedo, no Dicionário de Nomes de Pessoas, para os russos “Lara” é a abreveatura de Laura e no latim refere-se à mãe dos lares.

Parece não haver dúvida de que é um sobrenome locativo pois os primeiros usuários tomaram o nome da vila de Lara, situada nas proximidades de Burgos, onde foi encontrado o principal e mais antigo solar da família Lara.

Vale lembrar que esta vila veio a ser destruída pelos mouros e reedificada pelo rei D. Afonso, “o Católico” e teria sido o conde D. Pedro de Lara o primeiro a utilizar este sobrenome na Espanha.

No Brasil Lara tem sido adotado também como nome próprio e na descendência de Maria Maximiana existem pelo menos duas parentas com este nome.

Quanto à descendência do casal é sabido que Elysio Ferreira da Fonseca e Marria Maximiana de Jesus tiveram os filhos: Olavo Clemente da Fonseca (23.11.1904-26.11.1983) c.c. Ivonilde Silva da Fonseca (28.06.1910-06.10.1986), casal que se radicou em Bicas onde ainda hoje vivem alguns de seus descendentes; Olavina Maria de Souza (30.10.1906-11.07.2000) c.c. José Ferreira de Souza, (27.02.1885-19.09.1948), que foi fazendeiro em Maripá de Minas e tem, hoje, boa parte de sua descdência em Juiz de Fora e Belo Horizonte; José Elisio Ferreira (03.11.1908-23.01.1988) c.c. Amélia Roque Ferreira (14.04.1916-18.05.1992), que foi famacêutico em Maripá e postrriormente se transferiu para o Rio de Janeiro onde continuou na mesma profissão; Sebastião Elysio Ferreira (16.09.1910-27.09.1966) c.c. Alice Ferreira da Fonseca (16.06.1912-04.11.1964), casal que durante toda a vida se dedicou ao sítio da Pedra Branca da Serra, em Maripá; Pedro (1912-1912) faleceu recém nascido; Zilda Ferreira Machado (05.03.1913-30.07.1986) c.c. Avelino José Machado (11.08.1908-16.08.1979), eram fazendeiros e se radicaram em Guarará; Maria, (1916-1916) faleceu recém nascida; Sinval Ferreira da Fonseca (27.06.1917-12.03.2010), que se casou por três vezes. A primeira com Judith de Souza Fonseca, (10.02.1920-12.06.1980), com quem teve filhos. Depois com Diva Valadão, falecida em 15.05.2003 e, em terceiras núpcias, com Zelia de Oliveira Santos; Geralda Ferreira da Cunha (27.02.1920-16.10.2008) c.c. Antonio Pedro da Cunha Filho (03.06.1915-28.05.1983), casal que se radicou em Bicas; Elízio Ferreira Filho (1922 – 27.06.2017), carinhosamente conhecido como Bate Papo, c.c. Águida de Mattos Barral Ferreira (12.06.1930 – 28.03.2017, casal que viveu boa parte da vida em Juiz de Fora, onde ambos faleceram; Vicente Ferreira Fonseca (01.04.1925-19.08.1999) c.c. Maria do Carmo Ferreira – Lilia (10.07.1923-10.08.2002), moradores de Guarará; Célio Ferreira da Fonseca c.c. Cléa Maria Almeida Fonseca, residentes no Rio de Janeiro; Maria do Carmo Ferreira Cúgola, Mariinha, (06.07.1930-12.11.2001) c.c. Sebastião Cúgola (31.08.1925-27.11.2009), casal que viveu em Bicas; e a caçula, Therezinha de Jesus Oliveira (19.04.1933-15.07.2001) c.c. José de Oliveira, casal que sempre viveu em Juiz de Fora.

Encerra-se com a descendência de Mariazinha e Elysio esta série de história da família, embora continuem guardadas na lembrança as pessoas e as coisas do mundo desta gente. As boas lembranças e o simples que se preserva. O simples, como o gosto pela rapa de angu que o ex-menino da roça não dispensa. O simples, como o cheiro da rapadura e do açúcar batido que perfumava as manhãs frias de julho, que ele não esquece. O simples, como o emplastro caseiro feito com angu quente, usado para abrandar as dores eventuais. E, o simples como o cantar do poeta: Levanta menino / Segue o destino / Cubu e café no fogão / Polenta no caldeirão. Corre no valo / Prende o cavalo / Arruma a charrete / Antes da sete. Acorda, meu caro !… Este é um momento raro / Não perca a sua hora / Que é hoje e agora / Faça a sua parte./ Com gosto. Ainda que sem muita arte.

Ferreira da Fonseca – Maria Maximiana de Jesus

A personagem do artigo de hoje é Maria Maximiana de Jesus, carinhosamente tratada por Mariazinha, esposa de Elysio Ferreira da Fonseca, de quem se falou no artigo anterior.

Quanto ao Elysio, é justo fazer um acréscimo ao artigo anterior. Falou-se dele, mas ficou esquecida a informação de que ele nasceu na Fazenda Boa Vista da Serra, no então Arraial do Córrego do Meio, atual Maripá de Minas.

Da vovó Mariazinha a história começa com o seu nascimento em 21.02.1889, na localidade de Rio do Peixe, atual cidade de Piracema (MG). Ali foi batizada, de acordo com o livro de batismos de janeiro 1885 a março de 1896, da Igreja de Nossa Senhora das Necessidades. De seu batistério consta que “Aos 10 dias do mez de abril de 1890 baptizei sollenemente e puz os santos óleos em Maria filha legitima de Theophilo Gonçalves Lara e sua mulher Francisca Candida de Lara. Foram padrinhos Manoel Dias Leite e Maria Madalena de Jesus. E para constar faço este assento. Vigº João Baptista Reis”.

Ela era filha de Theophilo Gonçalves Lara e Francisca Cândida Lara e teria ficado órfã de mãe aos cinco meses e de pai, aos cinco anos de idade.

Casou-se com Elysio no dia 12.09.1903 no então distrito de Maripá, unindo aos Ferreira da Fonseca o sangue Lara, herdado de seu pai.

Faleceu em 13.01.1950 em Bicas, onde foi sepultada.

Nas pesquisas até aqui realizadas os antepassados mais distantes de Maria Maximiana da Jesus é o casal Mariana de Almeida e Silva e Marcos de Souza Magalhães, citados pelo Projeto Compartilhar (www.projetocompartilhar.org), coordenado por Bartyra Sette e Regina Moraes Junqueira, no capítulo. 2º, em nome de Mariana de Almeida e Silva.

Por esta mesma fonte se tem as informações de que Marcos de Souza Magalhães faleceu em 03.02.1773, era natural da Comarca de Valença, Arcebispado de Braga, filho de outro Marcos de Souza Magalhães e Juliana Soares de Araújo. Foi proprietário e morador da Fazenda Cachoeira, no distrito de Santa Rita do Rio Abaixo (atual Ritápolis) na região do Campo das Vertentes, em Minas Gerais.

O casal Mariana e Marcos tiveram cinco filhos. Dentre estes, para seguir o ramo familiar de Mariazinha, destaca-se Félix José de Souza.

Félix, nascido por volta de 1773, aos 15 anos casou-se na capela de São Gonçalo do Brumado, em 13.10.1788, com Isabel Alves da Conceição, natural da freguesia de Santa Rita do Rio Abaixo, filha de Luiz Caetano de Moura e Narcisa Alvares da Conceição. Félix e Isabel, além de outros seis filhos tiveram, Manoel José de Souza.

Este Manoel José de Souza foi batizado em 02.09.1798 na Capela de São Gonçalo do Brumado. Ali casou-se em 30.11.1825 com Maria Alves de Jesus, filha de Sebastião Manoel de Sá e Ana Alves da Conceição, da família de Luiz Caetano de Moura.

Em 1831, por ocasião do recenceamento eles residiam em Santa Rita do Rio Abaixo (atual Ritápolis). Manoel e Maria Alves de Jesus tiveram uma dúzia de filhos, dentre eles, Cândido José de Souza, que é o ramo que se estuda.

Cândido teve seu batismo em 28.06.1829. Em 1885 era falecido e foi representado pelos filhos no inventário do seu pai, Manoel José de Souza.

Em 1878 Cândido estava casado com Maria da Glória de Jesus com quem teve os filhos:

1) Francisca Cândida Lara casada com Theophilo Gonçalves Lara, moradores da Freguesia do Rio do Peixe, termo da Comarca de Entre Rios (MG); 2) Maria Cândida c.c. Antonio Gonçalves Lara que residiam no distrito de São José; 3) Rita c.c. Francisco José de Oliveira Barreto; 4) Antonio Cândido de Souza, de quem não se tem notícia de casamento; e, 5) Ana Cândida de Souza c.c. Odenato Pinto de Souza Resende.

Francisca Cândida Lara e Theophilo Gonçalves Lara são os pais de pelo menos sete filhos a seguir: 1) Maria do Carmo (Tia Carmen) c.c. Domiciano Monteiro de Rezende casal que, segundo consta, contratou o casamento de Mariazinha com Elysio; 2) Jovina Monteiro Lara c.c. João Monteiro; 3) Lázaro Lara c.c. Avelina; 4) Maria da Glória Lara, de quem não se tem notícia de casamento; 5) Tia Dona (segundo informação do sobrinho Sinval Ferreira da Fonseca); 6) Maria Maximiana de Jesus c.c. Elysio Ferreira da Fonseca; e, 7) Ismênia Lara c.c. José (Zeca) Machado.

Por hoje a história fica por aqui. No próximo encontro o assunto ainda será os Ferreira da Fonseca de Maripá de Minas. Aguardem.

Ferreira da Fonseca – Elysio Ferreira da Fonseca

Dos filhos de Avelino (Martins) Ferreira da Fonseca e Christina Jacintha da Conceição  destaca-se hoje o primogênito, Elysio Ferreira da Fonseca, nascido em 21.04.1886 e falecido em Bicas em 11.07.1975.

Mas antes de falar dele é bom que se puxe o fio certo da trama que forma a parentalha Ferreira da Fonseca, de Maripá de Minas, para relembrar que tanto Avelino quanto sua esposa Christina eram bisnetos de Felisberto Ferreira da Fonseca, de quem já se falou em texto anterior. Relembrar que Avelino que ficou conhecido com o sobrenome Martins, como se constata inclusive na placa de rua que o homenageia em Maripá de Minas, era na verdade um Ferreira da Fonseca descendente de antigos açorianos.

Dito isto, segue-se com a história para dizer que Elysio, em 12.09.1903, casou-se com Maria Maximiana (Lara) de Jesus, nascida a 21.02.1889 e falecida em 13.01.1950.

Inicialmente o casal residiu em casas do entorno da sede da fazenda Boa Vista da Serra, propriedade de Avelino.

Em 1924 Elysio mudou-se para a sede do distrito de Maripá onde adquiriu uma tenda de ferreiro, que moldava e produzia peças e ferramentas de ferro batido, conforme relata o filho Sinval Ferreira da Fonseca em sua autobiografia.

Logo depois do falecimento de Avelino, em 1926, Elysio retornou para as terras herdadas por ele na partilha dos bens deixados pelo pai. Foi morar, então, num sítio no local conhecido como Várzea. Viveu ali até por volta de 1930 quando vendeu o sítio e mudou-se para Guarará, onde adquiriu uma chácara.

Nesta chácara morou até aproximadamente 1936 quando se desfez dela.

Vendeu então a chácara e adquiriu um armazém na Praça Cel. Afonso Leite, em Guarará.

Dois anos se passaram e Elysio mudou-se com a família para o distrito de Maripa, onde cuidou de um armazém por um período curto. Voltou novamente para Guarará para tocar o antigo armazém.

Não demorou muito para se desfazer do armazém e adquirir uma padaria na Praça do Divino, na mesma Guarará. Neste negócio permaneceu até transferir-se com a família para Bicas.

Em Bicas trabalhou no ramo de carpintaria. Enviuvou-se em 1950 e passou a residir em companhia de uma das filhas, nesta cidade, onde faleceu.

Sua esposa, Maria Maximiana de Jesus (Mariazinha), nasceu em Rio do Peixe, Entre Rios (MG). Era filha de Theophilo Gonçalves Lara e Francisca Cândida Lara, conforme sua certidão de casamento passada pelo cartório de Maripá.

De acordo com o Livro Batismos de janeiro 1885 a março de 1896, da Igreja de Nossa Senhora das Necessidades do Rio do Peixe, atual cidade de Piracema (MG), disponível em https://familysearch.org/ark:/61903/3:1:939N-8597-NS?owc=collection%2F2177275, “Aos 10 dias do mez de abril de 1890 baptizei sollenemente e puz os santos óleos em Maria filha legitima de Theophilo Gonçalves Lara e sua mulher Francisca Candida de Lara. Foram padrinhos Manoel Dias Leite e Maria Madalena de Jesus. E para constar faço este assento. Vigº João Baptista Reis”.

Informe de seu filho Sinval registra que Mariazinha teria ficado órfã de mãe aos cinco meses e de pai, aos cinco anos de idade, tendo sido criada por parentes.

Elysio Ferreira da Fonseca e Maria Maximiana de Jesus são os pais de:

1) Olavo Clemente da Fonseca (1904 – 1983) c.c. Ivonilde Silva da Fonseca (1910 – 1986);

2) Olavina Maria de Souza (1906 – 2000) c.c. José Ferreira de Souza (1885 -1948);

3) José Elisio Ferreira (1908 – 1988) c.c. Amélia Roque Ferreira (1916 – 1992);

4) Sebastião Elysio Ferreira (1910 – 1966) c.c. Alice Ferreira da Fonseca (1912 – 1964);

5) Pedro (1912 – 1912);

6) Zilda Ferreira Machado (1913 – 1986) c.c. Avelino José Machado (1908 – 1979),

7) Maria (1916 – 1916);

8) Sinval Ferreira da Fonseca (1917 – 2010) c.c. Judith de Souza Fonseca (1920 – 1980), em primeiras núpcias, com Diva Valadão (falecida em 2003) em 2ª união e, com Zélia de Oliveira Santos, num terceiro casamento;

9) Geralda Ferreira da Cunha (1920 – 2008 c.c. Antonio Pedro da Cunha Filho (1915 – 1983);

10) Elízio Ferreira Filho (1922 – 2017) c.c. Águida de Mattos Barral Ferreira (1930 – 2017);

11) Vicente Ferreira da Fonseca (1925 – 1999) c.c. Maria do Carmo Ferreira (1923 – 2002);

12) Célio Ferreira da Fonseca (1928) c.c. Cléa Maria Almeida Fonseca (1937); e,

13) Maria do Carmo Ferreira Cúgola (1930 – 2001) c.c. Sebastião Cúgola (1925 – 2009); e,

14) Therezinha de Jesus Oliveira (1933 – 2001 c.c. José de Oliveira.

Por hoje a história fica por aqui. No próximo encontro ainda falaremos dos Ferreira da Fonseca de Maripá de Minas. Aguardem.

Ferreira da Fonseca – Antonio Ferreira Martins Junior

No artigo anterior, por mera distração, ocupou-se da família de Avelino (Martins) Ferreira da Fonseca, o segundo filho de Antonio Ferreira Martins e Luiza Maria da Conceição, quando o lógico seria tratar do primogênito – Antonio Ferreira Martins Júnior.

Para ajustar, então, o curso natural da história aqui está o que se conseguiu apurar sobre este Ferreira da Fonseca criado na Fazenda da Serra.

Antonio Ferreira Martins Júnior, que na fase adulta adquiriu o título de tenente, nasceu em 30.10.1864. Casou-se em primeiras núpcias, em 1883, com Henriqueta Martins Soares Henriques, (1865-1907), com quem teve oito filhos.

Ressalte-se que por este casamento Antonio se liga aos Rezendes reunidos e muito bem estudados por Arthur Vieira de Rezende e Silva em seu livro “Genealogia Mineira”. E em função disto, é válido registrar que embora a Genealogia Mineira, 1937, no seu volume 1, páginas 231 e 232, informe que Henriqueta faleceu em 1907 em Rochedo de Minas, existe uma escritura pública de compra e venda de terras do cartório de notas do então distrito de Rochedo, Comarca de São João Nepomuceno (MG), datada de 29.04.1908, lavrada no livro 12, fls. 48 a 49v, cuja cópia encontra-se no arquivo da fazenda da Serra, declarando que ela se fez presente ao referido ato, o que faz supor ter havido algum engano de uma das fontes quanto à data correta do falecimento de Henriqueta.
Segundo a mesma Genealogia Mineira e as colaborações de Hélio Martins Ramos, neto de Antonio Júnior e Henriqueta, são filhos deste primeiro casamento:

1) Luiza de Souza Soares c.c. Antonio Ferreira de Souza; 2) Maria Soares Martins; 3) Anna Martins de Mendonça c.c. Aldovandro Braz de Mendonça; 4) Francisca Braz de Mendonça c.c. Neophito Braz de Mendonça; 5) Antonio Soares Martins; 6) Zulmira Soares Martins; 7) José de Souza Martins c.c. Hermínia de Souza; e, 8) Alice Soares Martins c.c. Francisco Martins Ramos.

Quanto a estes descendentes é curioiso observar que Aldovandro e Neóphito eram irmãos de Ana Braz de Mendonça que veio a ser a segunda esposa de Antonio Júnior. E com estas uniões, ambos se tornaram a um só tempo, genros e cunhados de Antonio Júnior e, irmãos e enteados de Ana Braz. Sobre Francisca e Neophito tem-se também a informação de que o casal residiu durante muito tempo na Rua Marquês de Valença, na Tijuca, no Rio de Janeiro onde faleceram. Do filho José de Souza Martins sabe-se que residiu em Volta Redonda (RJ), cidade onde faleceu. E de Alice e Francisco, farmacêutico prático, pais de Hélio Martins Ramos, sabe-se que se casaram em Maripá no dia 04.02.1925 e fixaram residência em Belo Horizonte (MG).

Após o falecimento da primeira esposa, Antonio Júnior casou-se com Ana Braz de Mendonça  (02.10.1879 – 27.06.1938) e com ela teve mais três filhos:

9) Henriqueta Martins Ciscoto c.c. Haroldo Henrique M. Ciscoto; 10) Maria Helena Martins Barroso (Cinita) c.c. Geraldo de Oliveira Barroso; e, 11) Joaquim Martins de Mendonça c.c. Terezinha Dornas Martins.

Antonio Ferreira Martins Júnior era fazendeiro. A ele pertenceu a fazenda São Domingos, no atual município de Rochedo de Minas (MG). Também a propriedade agrícola denominada Cumbuca, vendida ao seu pai Antonio Ferreira Martins através de escritura datada de 29.04.1908, acima referida, que informa que estas terras faziam divisas “com a fazenda São Domingos; com a fazenda Vista Alegre, de propriedade de Pedro Augusto de Souza Matta; com a linha férrea da Leopoldina até em frente de um valo velho que divide os terrenos da fazenda da Cia Cintros Pastoris, seguindo por este valo dividindo com os terrenos de Maria Umbelina Soares e pelo alto, águas vertentes, com a fazenda das Palmeiras da mesma Cia. e depois seguindo pelas divisas da fazenda Bella Vista até a linha férrea, ponto inicial”.

Acrescente-se que esta fazenda São Domingos antes referida, segundo o livro História de Rochedo de Minas, organizado por Maria Elizabeth Mendes, páginas 37 e 38, disponível em www.calameo.com/book/0018918954224bc751a93, pertencia ao coronel José Braz e foi adquirida por Antonio Martins Júnior. Em 1929 ela passou às mãos de Manoel Antonio Vilela. Sua antiga sede foi derrubada nessa época. Ela fazia divisa com a fazenda Boa Vista, de propriedade do senhor Joaquim Soares Henriques, parente de Henriqueta Martins Soares Henriques, esposa de Antonio Martins Júnior.

Por fim, escritura de compra e venda de terras datada de 08.02.1910, lavrada no cartório de notas de Guarará (MG), livro 15, fls. 41 a 42v, informa que Antonio Ferreira Martins Júnior vende a seu pai uma parte da fazenda Boa Esperança, herança recebida no inventário de sua mãe, Luiza Maria da Conceição.

A história de hoje termina aqui. No próximo encontro ainda virá um pouco mais sobre os Ferreira da Fonseca originários da Fazenda da Serra, em Maripá de Minas. Até lá.

Ferreira da Fonseca – Avelino (Martins) F. Fonseca

Pelo aparente desinteresse observado nas quase duas dezenas de artigos, o final do ano faz aflorar a vontade de se colocar um ponto final nesta série dedicada aos Ferreira da Fonseca, originários de Maripá de Minas. Mas o olhar para o futuro ainda aconselha persistir e levar adiante o trabalho. Chegar a nomes um pouco mais conhecidos e, quem sabe, atrair um eventual leitor que venha a se sentir fruto de algum dos ramos genealógicos aqui citados.

Assim, acreditando que esta maneira de pensar possa fazer algum sentido, neste número do Jornal está uma parte da geração dos netos de Antonio Ferreira Martins e Luiza Maria da Conceição. No caso, os filhos do Avelino (Martins) Ferreira da Fonseca, ramo ao qual o autor está ligado e, por via de consequência, o mais pesquisado.

Avelino, como ficou dito em artigo anterior, era proprietário da fazenda Boa Vista da Serra, vizinha das terras de seu pai, Antonio Ferreira Martins. Sua fazenda era uma destacada produtora de café e outros cereais. As terras do entorno de sua sede passou por herança ao seu filho caçula, Mário Ferreira da Fonseca, um nome bastante conhecido por ter sido prefeito de Guarará e, com a emancipação, prefeito também de Maripá de Minas.

O capitão Avelino Martins, como era chamado, foi dentre os filhos de Antonio Ferreira Martins o que mais se envolveu com política e com atividades sociais no então distrito de Maripá. Presidiu o conselho distrital em substituição a Antonio Rodrigues Maia. E, além de outros cargos para os quais teria sido indicado ou eleito, exerceu o de juiz de paz. Era fazendeiro respeitado e um colaborador constante das iniciativas que visavam o desenvolvimento de Maripá. Religioso, muito lutou pela construção da atual igreja matriz de São Sebastião, de Maripá. Faleceu em 04.07.1926, está sepultado no cemitério local e, hoje, empresta seu nome a uma das principais vias públicas da cidade.

Tanto Avelino quanto sua esposa Christina Jacintha da Conceição eram bisnetos de Felisberto Ferreira da Fonseca, referido em vários artigos desta série. Ela, nascida por volta de 1874 e falecida em 07.01.1949, era filha de Rita Ferreira da Fonseca e Damázio José Rocha. Neta materna de Antonio Ferreira da Fonseca e Vicência da Conceição Fonseca, Ele, bisneto de Felisberto pelo seu avô, José Ferreira da Fonseca, seu ramo paterno.

Avelino e Christina tiveram os filhos:

Elysio Ferreira da Fonseca, nascido em 21.04.1886 e falecido em Bicas em 11.07.1975, que se casou com Maria Maximiana (Lara) de Jesus, nascida a 21.02.1889 e falecida em 13.01.1950. Este casal viveu inicialmente em terras da fazenda Boa Vista da Serra. Transferiu-se para a sede do distrito e, tempos depois viveu em Guarará e Bicas.

Deolinda Christina (Ferreira) da Fonseca – Diola (20.04.1890 – 28.07.1984), era casada com Emygdio Ferreira da Fonseca (17.02.1885 – 15.05.1928). O casal dedicou a vida às terras herdadas na mesma fazenda. Após enviuvar-se Diola passou a residir com a filha Alice, casada com o primo Sebastião Elysio Ferreira.

Elídia (Christina) Ferreira da Fonseca (11.02.1888 – 21.08.1977) era casada com José Ferreira da Fonseca. José era irmão e cunhado de Emygdio Ferreira da Fonseca.

Maria Ferreira Mendonça casada com Carmino Felippe de Mendonça. Sabe-se que o casal morou em terras herdadas do pai de Maria. Em 13.07.1927, segundo escritura de compra e venda dessa herança, lavrada pelo 1º Ofício de Guarará, Lv. 7, fls 96/96v, Maria já estava falecida e deixara pelo menos os filhos menores: Irma Maria, Cyrene Maria, Zélia, Gilka Maria, Iedda Maria e Arsonval.

Olívia Christina F. Machado (15.12.1892 – 10.12.1967) casada com Bertholdo Garcia Machado (12.04.1883 – 16.07.1965). Ele, coronel, comerciante, fazendeiro e capitalista,  durante muitos anos dominou a política local.

Arlindo Ferreira da Fonseca (1900 – 08.12.1965) casado com Maria do Carmo (Fonseca) Ferreira Leite. O casal sempre se dedicou à lavoura. Em terras próprias, herdadas na fazenda da Boa Vista da Serra ou, como parceiro de outros proprietários.

Olinda Ferreira Venzel casada com Ovídio Videla Venzel. Deste casal pouco se conseguiu apurar até aqui. Sabe-se que durante algum tempo foi proprietário de uma padaria na sede do distrito e que teria deixado pelo menos os filhos: Inêz, Avelino, José, Antonio, Celma e Maria José. Tempos depois a família residiu em Juiz de Fora.

Luiza Cristina de Souza Matos – Zizinha, era casada com o seu parente, José de Souza Matos. Foram os proprietários da fazenda Boa Sorte, na região da fazenda da Serra.

Mário Ferreira da Fonseca (25.09.1910 – 15.03.2001 casado com Ambrozina de Souza Fonseca – Zizica (12.05.1916 – 07.06.2002).

Por hoje a história fica por aqui. No próximo encontro um pouco mais de Ferreira da Fonseca ainda virá. Até lá e, um feliz 2018 para todos.