Cidades da macrorregião de JF já garantiram 1ª dose de vacina a 3,7% de população

Quando levado em consideração o contingente que já recebeu as duas doses de imunizantes, percentual cai para 1,9%

Por Renato Salles
05/03/2021 às 09h39

À espera do Ministério da Saúde para uma campanha mais massiva de imunização contra a Covid-19, o Governo de Minas anunciou, na última quarta-feira, o recebimento de mais um lote com 285.200 doses da vacina CoronaVac/Butantan. Ao todo, o estado já recebeu um total de 1.813.780 unidades dos imunizantes do Butantan e da AstraZeneca. Como ambos antivirais necessitam de duas doses, o plano de vacinação ainda claudica em Minas, em reflexo do que acontece no país. Nos mais de 30 municípios mineiros que integram a macrorregião de saúde polarizada por Juiz de Fora, até aqui, 3,7% da população receberam pelo menos uma dose de vacina; percentual que cai para 1,9% quando se considera o contingente de pessoas que tomaram as duas aplicações necessárias.

Os percentuais foram levantados pela Tribuna com base em informações do “vacinômetro” mantido pelo Governo de Minas e usando como referência as estimativas populacionais mais recentes feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Considerando os dois parâmetros, as cidades que atingiram um maior contingente populacional já contemplado com pelo menos uma das doses das vacinas da macrorregião foram Bias Fortes, que conseguiu vacinar 4,4% da população, Juiz de Fora, Olaria, Paiva e Pedro Teixeira, que deram a dose inicial a 3,9% de seus cidadãos.

Na outra ponta, entre as cidades que atingiram os menores percentuais de suas populações com ao menos uma dose das vacinas, estão os municípios de Pequeri, que já deu a primeira dose para 2,1% de seus cidadãos; Ewbank da Câmara e Goianá; 2,2%; e Mar de Espanha, 2,4%. Quando se considera o contingente das populações municipais que receberam as duas doses, os maiores percentuais observados no levantamento ocorreram em Bias Fortes (2,8%); Descoberto (2,6%), Santa Rita do Jacutinga (2,6%), e Juiz de Fora (2,1%).

Proporção

Entre os municípios da macrorregião com a aplicação da segunda dose mais avançada estão Santa Rita do Jacutinga, São João Nepomuceno, Descoberto, Piau e Coronel Pacheco. Nestas cinco cidades, mais de 70% daqueles que receberam a primeira dose também já efetuaram a segunda aplicação dos imunizantes. No caso de Juiz de Fora, este percentual fica na casa dos 53,3%, uma vez que 22.602 pessoas receberam a primeira dose e, destas, 12.037 já tiveram efetivadas a segunda etapa do processo de imunização. Neste sentido, os menores percentuais foram vistos em Santana do Deserto (11%) e Belmiro Braga (19,4%).

À reportagem, alguns municípios avaliaram a situação da vacinação na macrorregião. Polo local, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) destacou que a cidade já recebeu um total de 64.686 doses, sendo 39.913 determinadas para a primeira aplicação e 24.773 à segunda.

Trabalhando com números distintos do Vacinômetro estadual e consolidados na última quarta-feira, a PJF aponta um total de 21.348 pessoas já receberam a primeira dose; e de 14.107, a segunda dose. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o percentual de pessoas que já receberam ao menos uma dose dos imunizantes é “maior do que a média nacional que é de 3,47%, e de Minas Gerais que é de 2,98%”.

Em JF, 21.348 já receberam a primeira dose; 14.107, a segunda

À reportagem, alguns municípios avaliaram a situação da vacinação na macrorregião. Polo local, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) destacou que a cidade já recebeu um total de 64.686 doses, sendo 39.913 determinadas para a primeira aplicação e 24.773 à segunda.

Trabalhando com números distintos do Vacinômetro estadual e consolidados na última quarta-feira, a PJF aponta um total de 21.348 pessoas já receberam a primeira dose; e de 14.107, a segunda dose. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o percentual de pessoas que já receberam ao menos uma dose dos imunizantes é “maior do que a média nacional que é de 3,47%, e de Minas Gerais que é de 2,98%”.

“O total de doses aplicadas é de 35.455. Das doses encaminhadas pelo Governo federal, o PNI (Plano Nacional de Imunização) estima um percentual de perda operacional de 5% das vacinas. Portanto, não é possível afirmar que o número de doses recebidas para a dose 1 e para a dose 2 será igual ao número de pessoas a serem vacinadas”, destaca o Município.

Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde, a PJF já vacinou os profissionais de saúde que realizam atendimento da Covid-19; e de áreas diversas, em especial, que atuam no enfrentamento à pandemia do coronavírus. A Administração ainda afirmou que “3.414 idosos acima de 88 anos já receberam a primeira dose e 1.682 foram imunizados com a segunda dose”.

“Além disso, cerca de 900 idosos que se encontram em Instituições de Longa Permanência (ILPs) com mais de 60 já receberam a primeira e a segunda dose; e 626 profissionais de saúde da ativa com 60 anos ou mais também já receberam a primeira dose do imunizante”.

São João Nepomuceno começa a imunizar pessoas com 83 anos

Segundo município mais populoso da macrorregião de Juiz de Fora, a Prefeitura de Santos Dumont informou à Tribuna que, desde terça-feira, deu início à vacinação de idosos com idade a partir de 85 anos. O Município afirma que já aplicou as duas doses em toda a linha de frente do enfrentamento à Covid-19, contemplando, assim, trabalhadores da saúde e profissionais de apoio.

Cidade com a terceira maior população da região, São João Nepomuceno informou à reportagem que vacinou todos idosos e funcionários do Lar Ambrosina de Mattos, instituição de longa permanência de idosos e segue avançando na imunização de profissionais de saúde da cidade.

Na cidade, também já receberam a vacina idosos com idade acima de 90 anos. Na quarta-feira, a cidade deu início à vacinação de idosos acamados acima de 80 anos. Nesta sexta, começa a imunização de idosos com idade de 83 a 89 anos. Para seguir nas outras faixas etárias, a Prefeitura local afirma que aguarda a chegada de mais doses.

Perfil diferenciado

Segundo a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora, a campanha de vacinação da Covid-19 apresenta características distintas quando comparada a processos de imunização de outras doenças. Entre os principais diferenciais, a PJF elenca a escassez de vacinas disponíveis até o momento e a necessidade de um monitoramento e controle diferenciado de outras ações de vacinação.

“Além disso, nessa imunização é preciso ter o registro nominal individualizado de cada vacinado e o rastreio de quando tomou a primeira dose, qual vacina foi aplicada, uma vez que estamos trabalhando nesse momento com duas vacinas. Todas essas demandas, atreladas ao funcionamento de outras atividades e serviços que não podem ser paralisados, faz com que a vacinação tenha um ritmo diferente de outras ações”, considera a Prefeitura de Juiz de Fora em nota encaminhada à Tribuna.

Fonte: Tribuna de Minas