Um causo à parte / Memórias / Pulando a cerca

Pulando a cerca

Em frente de minha casa, na Rua do Brejo, do outro lado do córrego, o Sr. Luiz Longo cultivava um pomar com muitas frutas: laranjeiras, bananeiras e outras eiras…

Eu e meu amigo de peraltice, Maninho, atravessamos o córrego e pulamos a cerca. Silenciosamente, começamos a encher o embornal com as laranjas serra d´água…

De repente, um grito!!! “Seus moleques safados”, e logo em seguida um estampido, que parecia um tiro. Saímos em disparada, pulamos o muro do grupo e nos escafedemos. Mais tarde, quando cheguei em casa, fiquei sabendo que o tiro foi dado pelo Braizinho Lamorga (aquele que fazia regadores) e atingiu o braço da minha irmã Lurdinha que estava na janela de casa…

Deu o maior sururu… prenderam o atirador e minha irmã foi parar no hospital, com ferimentos leves. Contei pro meu pai que eu estava no local do crime, pois só viram o Maninho. Levei uma reprimenda daquelas. Ele pediu a minha irmã para retirar a queixa e o Braizinho saiu do xilindró no mesmo dia.

Quanto ao meu amigo Maninho, não sei o que aconteceu com ele. Goty, seu pai, era uma fera. Acho que levou alguns safanões. Foi só um acidente de percurso. Logo tudo voltou ao normal e nós continuamos moleques como sempre…