Primitivos extintos
Recentemente, num texto que aqui postei, em 26/04, manifestei uma dúvida que talvez assedie não só a mim, mas grande parte dos brasileiros ‘de bem’: é difícil escolher quem é o indivíduo mais periculoso da ‘esquerdocracia’ no Brasil – .
À época, complementei com o seguinte comentário: “. . . assim sendo, alguns com o ego hiper inflado e com vistas a abocanhar para si o nada honroso título, atacam em duplas, a exemplo do casal (?!) Bernardo/Hoffmann. Ninguém tem dúvida do grau de periculosidade de Paulo e Gleisi, e, justamente trilhando essa linha de raciocínio, foi que a 2ª turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade (5 a 0), torna-los réus na Operação Lava Jato. O problema é que, qual filhotes de improvável acasalamento de um camaleão canalha com uma serpente marginal, são furtivos, fugidios e dissimulados e, conforme explicitado, agem em conluio.
Porém, aqui obviamente excluído aquele que simplesmente rascunha e dá ordens, jamais sequer passando próximo do ‘front’ do lodaçal, o que lhe permite com a maior desfaçatez alardear que ‘‘nunca viu e nem soube de nada”, felizmente já trancafiado – e falando nos que partem diretamente para a ação, aqueles que operacionalizam o crime individualmente, ou seja, em se tratando de ações como ‘Lobo Solitário’, há um indivíduo que efetivamente suplanta a todos os demais.
O Roberto Jefferson estava certo! Sei que é ultrajante se perceber e ter de admitir, que coaduna-se com alguém auto declarado e facilmente perceptível ser portador de uma mente talhada para o mal, e dar-lhe razão, mas realmente, este terceiro elemento do tripé sustentador do ‘PeTismo’, recentemente reencarcerado, além de náuseas e temor, é também causador “dos mais estranhos e primitivos instintos”, seja lá o que for que Roberto Jefferson tenha querido com isto externar em relação a José Dirceu, em sua célebre frase, proferida durante o depoimento do ex-ministro ao Conselho de Ética da Câmara, que Jefferson acompanhou sentado na primeira fila, nos primórdios do ‘mensalão’- agosto/2005.
Além da periculosidade e frieza, cristalinamente manifestadas nos sempre fuzilantes olhares, Zé Dirceu representa – com licença cronística – a sofisticação do que há de mais sórdido nas esquerdas brasileiras, o que, ao pé da letra, bem traduzido e melhor dizendo, resulta no que há de pior para o país.
Parece que depois de tantas e incessantes buscas, encontrou enfim o seu merecido destino final, por mais que me doa ter de admitir tal sina a um semelhante, por mais que desumano eu possa parecer, mas, foi mandado para o lugar correto. Não por ser um radical comunista – na essência do que esta palavra traduz – pois, como democrata liberal que me arvoro, devo respeitar seu controverso ao meu ponto de vista, aliás, já que devemos buscar sempre ver pelo melhor ângulo, toda e qualquer circunstância, devo admitir que ele é realmente portador de fibra e lealdade, e por isso eu tenho respeito, pela sua clareza ideológica, pois nunca omitiu suas ideologias! Digo que, enfim, encontrou o seu paradeiro, por ser um ladravaz dos mais vorazes e repugnantes, um criminoso recalcitrante e audacioso, que se mantinha em contínua e reincidente delituosidade, mesmo quando em tramitação de processos contra ele ou até mesmo durante seu primeiro confinamento. E isto eu devo repudiar.
Creio que jamais houve, nem mesmo Luís Carlos Prestes, não há, e dificilmente haverá outra inteligência meramente digna de se querer comparar com a de José Dirceu nas fileiras das esquerdas brasileiras. Admito que a prisão de Lula possa ser muito mais benéfica ao país, em função da retirada de cena do ‘Buda’ pelo qual se morria, porém, a supressão da circulação e restrição de comunicabilidade de José Dirceu é muito mais danosa à quadrilha PeTista, pois desestrutura a pior vertente esquerdista que existe: a que não hesita e não mede sacrifícios (alheios) e muito menos consequências para se chegar ao topo da dominação absoluta, justamente a ala que, pelo ‘Buda’, seria capaz de matar.
Portanto, sua reclusão, agora em caráter definitivo (espero), tem um teor muito mais significativo que a prisão do ‘bezerro de ouro’ de Caetés/Garanhuns-PE.
José Dirceu sempre foi o mentor e verdadeiro líder. Há inclusive quem diga nos bastidores que, na verdade, Lula nutria por ele um certo temor preocupante, o que o fazia mantê-lo sempre com os passos ao alcance da vista – Casa Civil – e que justifica o mais absoluto abandono no episódio do naufrágio no mensalão e na primeira prisão na Lava-Jato.
José Dirceu está para Lula, assim como Che Guevara para Fidel Castro, a mentalização de toda a espinha dorsal do mal que aí está disseminado, e que mantém em constante circulação todas as estrepolias e engendramentos da marginalidade que viça nos lamaçais e escuridão, próprias dos que vivem na marginalidade.
Outro ponto que o distanciava Mega ‘Anos Luz’ do ‘Buda’ de Caetés/Garanhuns é que, além da e talvez pela inteligência, apesar da ambição e voracidade, ele sabia que para se manter ativo, deveria distribuir ‘gorgetas’. Então, ‘Zédirceu’ não roubava só para si próprio, roubava também para corromper, para envolver, trapacear, comparsear, redistribuir, transferir, aprisionar, enfim, roubava.
Além do péssimo hábito do roubo compulsivo, por ser também, calculista, meticuloso, frio, disciplinado, treinado, furtivo, articulado, organizado, ambicioso, não tinha a menor cerimônia quando o assunto também versava sobre a necessidade da eliminação de alguém que se tornara desnecessário e representava algum tipo de perigo para a organização (presente ou futuro, pelas ações do passado).
É um obstinado intransigente quando o assunto é crime e não admite fronteiras para alcançar seus objetivos e, quando as há, se forem intransponíveis na furtividade, derruba-as com a cobertura do manto da sorratez. Não tem o mínimo resquício de escrúpulos para fazer valer aquilo no que crê e, ao que resta provado, arrisco dizer que a revolução na qual ele acreditava, era a de tornar o Estado brasileiro totalmente aparelhado e usurpá-lo na íntegra, para edificar uma refinada e inquebrantável estrutura de poder no Brasil e daqui estender e gradativamente implantar uma doutrina radical de esquerda na América Latina. Lá pelos idos de 1967, fez sua primeira tentativa através da anarquia e da luta armada. Mais sóbrio agora, achou por bem utilizar um meio mais sutil e eficaz, embora igualmente vil e torpe, talvez por ser o que lhe restou: o aparelhamento do Estado para roubar (não reparem eu ser tão repetitivo com este verbo)… São necessidades do enredo.
Felizmente, embora tenha dado trabalho e logrado desvencilhar-se por vezes, foi pego e desmascarado, já quando estava para atingir o cume que objetivou e galgava os últimos metros da escalada que planejou e executou milimetricamente.
Assim como a jararaca de nove dedos que foi dominada ao ser atingida no rabo – conforme declarações da própria – a grande serpente do mal foi decapitada. Zédirceu, mais que qualquer outro, é o maior dos gênios do mal. Idealizador, mentor intelectual e gestor administrativo do diabólico plano de tomada e manutenção do poder no Brasil. O mais inteligente, importante, lúcido e preparado líder do PeTismo, vai preso definitivamente. Por enquanto, terá 30 anos para rascunhar novos projetos.
Nota: “O PT é um partido estranho, esquisito, que iniciou com presos políticos e vai acabar com políticos presos” (Joelmir Beting).