Santa Casa de Juiz de Fora suspende atendimentos eletivos nesta terça-feira

Campanha nacional “Chega de silêncio” tem o objetivo de atrair olhares para a crise financeira enfrentada pelo setor filantrópico

Por Mariana Floriano, sob supervisão da editora Fabíola Costa
18/04/2022 às 20h23

Nesta terça-feira (19), mais de mil hospitais filantrópicos irão suspender os atendimentos eletivos, não urgentes, por 24 horas, dentre eles a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. A paralisação faz parte da campanha intitulada “Chega de Silêncio”, promovida pela Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), com o objetivo de atrair olhares para a crise financeira enfrentada pelo setor filantrópico.

A paralisação de um dia será válida para cirurgias eletivas, oncologia e exames realizados através do SUS. Os atendimentos de urgência e emergência e o pronto atendimento seguirão funcionando normalmente. A Santa Casa de Juiz de Fora informou que irá reprogramar os atendimentos para novas datas com brevidade.

De acordo com a CMB, nos últimos seis anos, 315 hospitais filantrópicos foram fechados devido à crise financeira. Situação que se agravou com a pandemia da Covid-19, que elevou a demanda e os custos, fazendo com que a dívida do setor superasse a marca de R$ 20 bilhões. Um aporte emergencial de R$ 2 bilhões foi anunciado pelo Governo federal, em maio do ano passado, mas, até o momento, não teria se efetivado.

O presidente da Santa Casa de Juiz de Fora, Renato Loures, afirma que a situação do hospital da cidade segue o padrão observado em todo Brasil. Segundo ele, a paralisação desta terça-feira terá como intuito chamar atenção para a importância dos hospitais filantrópicos no atendimento de saúde gratuito. “O sucateamento do SUS já vem acontecendo há mais de dez anos, causando enormes prejuízos às instituições. Para se ter uma ideia, as Santas Casas e hospitais filantrópicos precisam de R$ 17 bilhões para regularizar e tornar os atendimentos pelo SUS viáveis. Hoje em dia nós atendemos mais de 50% da média complexidade do SUS e 70% da alta complexidade, o que enfatiza a urgência dos recursos.”

Fonte: Tribuna de Minas