Para mau(l) entendedor, meia palavra “obsta”

De uns tempos para cá, se tornou impossível encontrar um novo PeTista, só há antigos. Por muitos anos, contudo, não foi assim. O sujeito vinha de uma família tradicionalmente ligada ao PSD ou à UDN e, depois, à ARENA ou ao PDS, passava anos e anos votando nos partidos conservadores ou liberais, quando de repente – vuPT ! – se bandeava para o Partido dos Trabalhadores.

O PT era o “Novo”, oposição a tudo que estava aí, e era promissor – promessas e leviandades somente permitidas à oposição – que navegava nas águas serenas da utopia.

Durante anos e mais infindáveis anos vimos isso acontecer todo dia a toda hora, o Partido da esTrela se expandia com velocidade de seita macabra, salpicando de estrelinhas os espaços urbanos do País. Cada novo petista considerava-se a mais recente encarnação do “Bem”, como se houvesse presenciado a aparição e uma revelação particular de alguma divindade, o PeTismo era mais que uma religião, era o novo Céu e a nova Terra.

Pois eis que, passados 14/15 anos de hegemonia PeTista, não se encontram mais novos militantes da “Estrela”. Inversamente, passa-se a topar, onde quer que se se vá, com cada vez mais ex-PeTistas de todas as idades, você fala para eles em PT e querem briga. Parecem dispostos a rachar ao meio qualquer vivente que lhes mencione o partido das duas letrinhas.

Os ex-PeTistas perambularam por aquele mesmo lugar “ALTO” onde o Demônio tentou Jesus, buscando seduzi-lo com os poderes terrenos, e foi rechaçado. Já os PeTistas, nem pestanejaram, abraçaram “Satanás” e foram em frente. Pois é, deu no que deu.

Daí em diante, estiveram com Jonas, no estômago da baleia, conheceram pessoalmente o Averno e viveram, duas vezes, a experiência da salvação – uma, alegre e ilusória, outra, sofrida, pelas dores do parto de uma bastarda irmã gêmea, tardia porém monozigótica, da já antiga e conhecida realidade.