Doce Bicas…

Quis o destino que eu aqui viesse,
De onde agora a lembrança não sai!
O corpo viaja, mas o pensamento não vai,
Aqui, tranquilo, o espírito repousa e adormece.

Foi em 1967 quando cheguei a ela,
Em mim a puberdade borbulhava…
Independente?, claro, já me julgava,
As decisões? Já arcava sem tutela…

Nela, pensei, muito da vida aprendi…
Mesmo que fosse só no pensamento,
Pois, envolvido pelo desenvolvimento,
O que menos se conhece, é a si.

Certo dia, alado já me julgando,
Decolei para outras descobertas,
Certezas se revelando incertas,
Gemidos de desilusões, mudos ressoando.

E assim passei pelos tempos, mas não sei,
onde está o espelho, onde um dia, homem me vi,
mas com a convicção de que estão aqui,
as mais felizes imagens, que em mim gravei.

Não renego a querida Cachoeiro de Itapemirim,
Lá se enterrou, meu umbilical cordão,
As lembranças ainda estão em mim.

Mas, como tudo na vida, até a própria se encerra,
Querendo um lugar para chamar de “minha terra”,
Aqui, quem se enraizou, foi o meu coração!

Omar Vieira de Oliveira