Criança de 9 anos sofre injúria racial dentro de escola

Segundo advogado, menina teria sido ofendida por colegas dentro de colégio municipal no Santa Luzia

Por Pâmela Costa – Tribuna de Minas

Uma criança de 9 anos foi vítima de injúria racial dentro de sala de aula, na escola Escola Municipal Oswaldo Veloso, no Bairro Santa Luzia, região Sul de Juiz de Fora. De acordo com o advogado da família da vítima, Aloísio Cesário da Silva, a menina teria sido chamada de “macaca” e de “cabelo de monstro” por colegas de sala. Segundo a Polícia Militar, após a criança relatar que havia sido xingada, o fato foi levado à direção da escola.

A partir disso, segundo conta o advogado, teria sido marcada uma reunião entre a família da menor e a escola. “Ao reportar a situação para professora, ela apenas mandou a menina se sentar. Desta forma, a professora foi omissa”, argumenta Cesário. Durante a reunião, a professora negou tal acusação.

Ainda de acordo com Cesário, um procurador do Município participou da reunião. O advogado alega, entretanto, que faltou uma ação de amparo para a menina, que, segundo ele, agora não quer mais ir à aula e ficou com medo da escola. As ofensas em sala seriam recorrentes, segundo a mãe da estudante. Cesário afirma que foi solicitado um psicólogo e que a escola se disponibilizou a procurar um profissional, embora, segundo ele, não tenha sido apresentada uma previsão de quando isso irá ocorrer.

O advogado afirmou que a família, que já registrou boletim de ocorrência, fará uma representação criminal para que haja ação penal por racismo. Os responsáveis pelos alunos envolvidos, a professora da turma e a escola serão alvo do procedimento jurídico. “Uma coisa que gostaria de deixar bem claro é que, apesar de a Secretaria de Educação promover campanhas antirracismo de uma forma intensa, não existe qualquer tipo de amparo para pessoas que são vítimas de racismo”, diz.

A Tribuna procurou a Prefeitura de Juiz de Fora para comentar o episódio. A nota enviada pela assessoria de imprensa diz o seguinte: “Essa é uma denúncia muito grave. A Prefeitura de Juiz de Fora vai apurar, investigar e tomar as providências necessárias”.