Comércio e prestadores de serviço em Bicas no final do Século 19

Trazemos hoje mais um pouco de nossa história.

Final do século 19, quando Bicas ainda pertencia a Guarará, tempos em que os comerciantes em sua maioria abriam seus estabelecimentos comerciais no entorno da Estação Ferroviária, usando sempre esta como referência comprovando mais uma vez a grande importância da ferrovia para o nascimento e consolidação do futuro Município de Bicas.

Graças à valiosa contribuição de Rodrigo Machado, através de documentos históricos do Arquivo Municipal de Guarará, apresentamos enunciados de notas fiscais emitidas pelos comerciantes e prestadores de serviço daqueles tempos. Eram as “logomarcas” de uma época de ouro, registros que mostram claramente a força e a pujança do comércio e da prestação de serviços em nossa então futura cidade, no final do “Século 19”.

Oportunidade de encontrarmos nomes e sobrenomes de famílias que deram valiosa contribuição para o desenvolvimento de Guarará e posteriormente para a emancipação de nossa cidade.

É também uma oportunidade Interessante para observarmos nuances da língua portuguesa nos detalhes da ortografia daqueles tempos.

Esta será a primeira de uma série de quatro postagens, onde também apresentaremos logomarcas de notas das décadas de 1900, 1910, 1920 e 1930.

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ESTAÇÃO SÃO JOÃO NEPOMUCENO – Quase pronta para receber o Museu Municipal e o Departamento de Cultura e Esportes

HISTÓRICO

A estação de São João Nepomuceno foi inaugurada em 1880 como ponto final da Cia. União Mineira  e incorporada, com a linha, pela E. F. Leopoldina em 1884. Originalmente fazia parte do ramal de Serraria desativado em 1904, quando todo esse trecho de linha foi incorporado à linha Três Rios-Ubá. 

Na linha que passava por São João Nepomuceno rodaram trens de passageiros até a primeira metade dos anos 1970, e foi suprimida oficialmente somente em 1994, depois de anos sem uso.

A ferrovia cortava grande parte do perímetro urbano da cidade, que nasceu, cresceu e se agigantou com a passagem dos trens da Leopoldina. 

Pouco restou deste “histórico passado ferroviário” além da antiga Estação, que agora passa por obras visando preservar esta importante página da história de São João Nepomuceno.

A ESTAÇÃO

Localizado no centro da cidade, o prédio da antiga estação serve hoje à comunidade sãojoanense como Rodoviária Municipal de onde partem ônibus urbanos, interurbanos e interestaduais. Segundo informações (não oficiais) dos moradores da cidade que estavam próximos à estação no dia de minha visita em janeiro de 2019, a rodoviária também deve ser transferida para outro lugar. Segundo disseram, uma decisão da justiça levou a administração municipal – responsável pelo prédio tombado como Patrimônio Histórico e Cultural – a resgatar toda a originalidade da antiga estação com a recolocação das telhas francesas, a recuperação das características originais e de detalhes marcantes da edificação.

Neste dia, encontrei-a passando por reformas, com operários trabalhando na restauração e recolocação das telhas originais – que por sorte estavam guardadas.

Retornei a São João Nepomuceno em abril de 2021 encontrando a estação quase pronta. Em breve deverá ser instalado no local o Museu Municipal e o Departamento de Cultura e Esportes. 

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Arborização da cidade com plantio de mudas

Uma “grande sacada” do Prefeito Amilcar que trouxe beleza e ar puro para nossa cidade

Graças mais uma vez à valiosíssima contribuição de Angélica Rebouças trazemos hoje registros fotográficos de um grande e “ecologicamente correto” momento vivido em nossa cidade no início da década de 1980, quando a Prefeitura realizou uma belíssima campanha de plantio de mudas de árvores pelas ruas de Bicas.

Uma grande ideia que envolveu alunos de todas as escolas da cidade; autoridades e lideranças dos diversos poderes e seguimentos de nossa sociedade.

Acreditamos que o próprio prefeito Amilcar Verlangieri Rebouças tenha se surpreendido com o grande engajamento de toda a sociedade com a ideia que floriu a cidade trazendo beleza, sombra, frescor e ar puro, tornando nossas ruas muito mais atraentes e aconchegantes.

São fotos que nos levam a uma belíssima viagem no tempo e na história de nossa cidade.

Os registros foram realizados na administração de Amilcar Verlangieri Rebouças.

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Estação Mar de Espanha / Estação final do Ramal

Ramal de Mar de Espanha: Km 199,253 (1960).

Altitude:  456m.

Estação inaugurada em: 22 de fevereiro de 1911.

Estive no local em: setembro de 2009; março de 2018; março de 2019 e 27 de dezembro de 2019.

Uso atual: Terminal Rodoviário. 

Situação Atual – Trecho declarado erradicado, sem trilhos.

E. F. Leopoldina (1911-1965)

HISTÓRICO:

Quando os grandes produtores de café da região se reuniram com o ousado objetivo de construir a sua ferrovia, Mar de Espanha se destacava dentre as cidades e vilas que iriam compor o novo Ramal de Serraria – a Estrada de Ferro União Mineira. No projeto inicial de sua construção Mar de Espanha deveria ter sido contemplada com a passagem do trem pela cidade, mas as dificuldades que se apresentaram para a construção deste traçado acabaram obrigando os construtores a designar a Vila de São Pedro (Pequeri) como o ponto mais próximo. 

Não satisfeitos, os grande produtores – uma das maiores produções de café de todo o novo Ramal de Serraria – resolveram “bancar” a construção de seu próprio Ramal, o Ramal de Mar de Espanha, inaugurado em 1911.

MINHAS VISITAS:

Em 2009 percorri pela primeira vez o Ramal de Mar de Espanha partindo de sua origem – a Estação de Pequeri – passando pelas estações de Uricana e Estevão Pinto.

Não sabia que uma grande surpresa me aguardava! Uma belíssima ponte com estrutura de ferro que, segundo informações obtidas em Mar de Espanha, encontra-se tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico daquela cidade. Realmente bela!

Da ponte à Estação de Mar de Espanha o cenário vai se transformando, com muitas casas e sítios, chegando finalmente na área urbana e à Estação de Mar de Espanha, hoje Terminal Rodoviário Municipal.

Em minha visita no mês de março de 2019 o prédio estava passando por reformas.

Por fim, em 27 de dezembro de 2019 participei do ato marcando a conclusão das obras que resgataram toda a elegância da antiga Estação Ferroviária e posso garantir, ficou belíssima!

A ESTAÇÃO:

A estação foi aberta em 1911, juntamente com o curto ramal que saía da estação de São Pedro (Pequeri) tendo como principal objetivo escoar a grande produção local de café; tão grande que foi necessária a construção de mais duas estações no Ramal – Uricana e Estevão Pinto – localizadas ainda nas terras dos grandes produtores de Mar de Espanha. 

Segundo consta, eram viagens diárias partindo de Mar de Espanha para Pequeri transportando além do café, passageiros, leite, serviços postais e mercadorias, retornando à tarde.

Como aconteceu em grande parte das linhas da E. F. Leopoldina na região, o ramal encerrou suas atividades em 31 de outubro de 1965, fechando também as estações do percurso.

Posteriormente, a antiga estação ferroviária foi transformada em terminal rodoviário.

Todo o leito do antigo ramal foi transformado em estrada rural, o que possibilita alimentar o sonho – mesmo que remoto – de quem sabe um dia vermos o trem passar por este trecho novamente, transformando-se na principal atração turística da região.

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Estação POSTO TELEGRÁFICO DE TELHAS – Localizada na serra entre Bicas e Rochedo de Minas

Segunda-feira, 9 de maio de 2011
Matéria atualizada em 05 de março de 2021

Município: Bicas
Estive no local em: 09 de outubro de 2009 e em 23 de dezembro de 2012
Inaugurada em: sem informação
Ramal: Linha de Caratinga – Km 199,772 (1960)
Altitude: 463m
Uso Atual – Antiga estação demolida. Só restou sua plataforma e a Casa de Turma. Hoje, propriedade particular

Situação Atual – Trecho declarado erradicado e sem trilhos

HISTÓRICO

Posto Telegráfico de Telhas foi inaugurado já pela Leopoldina após a aquisição da linha em 1884.

Algumas estações eram construídas em locais onde não existia nada, como no caso de Telhas. Tratava-se de uma exigência técnica, já que para vencer a serra de Telhas e chegar a Bicas era necessário o abastecimento da locomotiva, especialmente com água, aproveitando para recuperar a pressão de vapor. Assim, enquanto o trem estava parado, o foguista ocupava o tempo recuperando a pressão.

Muitas vezes paradas como estas também eram usadas para cruzamento de trens.

A ESTAÇÃO E A CASA DO CHEFE DA ESTAÇÃO

Pouco se sabia sobre o Posto Telegráfico de Telhas, Estação localizada na descida da serra de Bicas para Rochedo de Minas.

Após muitas conversas com ferroviários aposentados buscando alguma foto ou referência da estação, decidi refazer o percurso pelo antigo leito da ferrovia e aí veio a recompensa: num belíssimo cenário no meio da serra, encontrei um prédio – a Casa do Chefe da Estação – com parte de suas características ainda preservada, em especial sua fachada. Com autorização do atual proprietário, procurei nas imediações, já que próximo à casa de turma existe uma bela nascente que, graças à grande pressão de saída de água foi transformada num belo chafariz.

Era esta nascente que enchia a caixa d’água que abastecia as locomotivas a vapor. E ali bem próximo, finalmente encontrei as ruínas do Posto Telegráfico de Telhas, vendo-se o alicerce da estação e principalmente sua plataforma. A destacar que todo o leito da ferrovia nas imediações da estação está preservado, onde ainda podemos encontrar britas e bueiros, logicamente sem os trilhos. A destacar também a inclinação do leito apresentando uma forte subida em direção a Bicas.

HISTÓRIAS

Para ilustrar um pouco do romantismo da história da ferrovia, trago a história de Nair Rosa de Souza, viúva de Hélio Alves de Souza. Ele nos bons tempos da EFL foi Agente de Estação em Telhas, tendo trabalhado também em diversas estações na Zona da Mata mineira.

Ela e as demais mulheres que moravam nas imediações da Estação tinham por hábito fazer bolos, café e doces para vender aos passageiros dos trens que ali paravam para abastecer as caldeiras das locomotivas com água.

Dona Nair e o Sr. Hélio se conheceram na Estação de Telhas, casaram-se e constituíram uma grande e bela família, que a cada transferência dele para uma nova estação seguiam todos com ele em nova mudança. Dona Nair e suas filhas moram hoje em Bicas.

Além do posto telegráfico de Telhas, Sr. Hélio trabalhou também nas estações de Tocantins, Diamante de Ubá e Cataguases, além de Campos, no estado do RJ.

Veja fotos e mais detalhes, clicando AQUI.

Saiba mais sobre o Posto Telegráfico de Telhas visitando os link’s abaixo:

http://otremexpresso.blogspot.com.br/2016/06/estrutura-de-uma-pequena-ponte.html

http://otremexpresso.blogspot.com.br/2016/06/arqueologos-ferroviarios-no-posto.html

http://otremexpresso.blogspot.com.br/2016/06/o-trem-pode-voltar-os-sonhos-sao.html