Dona Zenóbia
Escrito por Antônio Santa Cruz Calvário (Tonico da Dona Minervina)
Os alunos que passaram pelo Grupo Escolar Coronel Joaquim José de Souza, nas décadas de 40, 50 e 60, certamente, vão se lembrar da Dona Zenóbia, uma pessoa muito alegre e comunicativa, sempre com um sorriso no rosto. Ela era muito estimada pelos alunos, professoras e funcionários do grupo, pois sabia cativar a todos. Dona Zenóbia era solteira, tratava os alunos como se fossem seus filhos e, como cozinheira da cantina, servia diariamente uma suculenta sopa.
Às sextas-feiras, além da sopa, ofertava um gostoso arroz doce. Para ter direito à sobremesa, o aluno tinha de contribuir para a Caixa Escolar, com a importância de 500 reis, equivalente a 50 centavos, na moeda atual. Caso o estudante não tivesse o dinheiro, podia contribuir com a entrega de um ovo.
Eu me lembro que não deixava de comer o arroz doce. Quando não dispunha do dinheiro, ia até a Estação da Estrada de Ferro Leopoldina, que sempre tinha engradados de galinhas aguardando a chegada do trem para serem despachadas para o Rio de Janeiro, e, com a ajuda de uma varinha, retirava um ovo e garantia a minha iguaria.
No entanto, Dona Zenóbia tinha um coração muito grande: se o aluno não tivesse o dinheiro ou o ovo, não deixava de lhe servir o arroz doce, sempre com um sorriso no rosto.
Dona Zenóbia deixou muita saudade para os alunos que tiveram a sorte de conhecê-la e que desfrutaram da sua amizade e do seu carinho.