Recordar é Viver | Primeiro Encontro dos Filhos de Maripá ✨ 📅 01/11/2024

Modelo de sucesso na aplicação das verbas da Lei Paulo Gustavo destinadas às cidades, Maripá demonstra como o uso eficiente dos recursos voltados à cultura podem impulsionar a construção sólida e marcante da identidade local.
Uma noite de reencontros, com muitas emoções, abraços e histórias. Um marco histórico para a cidade! Uma data de celebrações de histórias, memórias e a essência de Maripá de Minas! Evento especial, marcado pelo lançamento do filme
“Maripá de Minas: Um Olhar para a Década de 50 e 60”
Produção que emocionou os maripaenses, o vídeo mergulha nas raízes e na vida da comunidade durante essa época icônica.
O evento gerou um novo momento para a cidade! Dessa forma, todos os anos, no dia primeiro de novembro, será celebrado o Encontro dos Filhos de Maripá.
Já estamos produzindo o próximo filme para o novo encontro!  Continuação da história!
Por
Por Ricardo Rossi

Lembranças do Ginásio Francisco Peres

1951 – Almoço de confraternização entre autoridades e professores – Comemoração em homenagem ao primeiro ano de funcionamento do Ginásio Francisco Peres

A partir da esquerda: Ary Cassiano da Silva, Mário Ferreira da Costa, Ângelo David, Padre Henrique Neves Júnior, José Soares, Dr. Vicente Bianco, José Maria Veiga, Pedro Dutra de Moares, Dr. Rui Barroso Silva, Dr. José Maria Ribeiro Bastos, Prof. Lourenço Benedicto Dore, Dr. José Maria de Oliveira Souza, Dr. João Alves Batista, Nelson de Souza Ramos, Walter Lhamas, Cláudio Penchel, Wilson Amorim, José Schetino e Dr. Newton Vale

Década de 1950 – Ginásio Francisco Peres

Da esquerda para direita, Lourdes Passos, Celma Mattos, Helenita Resende, Wilma Pires, Zezé Passos e Naná Frade

1955 – Ginásio Francisco Peres – Formatura do curso de Contabilidade

José Alberto Amaral, Luiz Ferrari, Alvino Novais, Marlene, Galileu, Rui, Wolney Bianco, Joca, Rosely Salomão e Geny

1956 – Ginásio Francisco Peres: Formandos do Curso Técnico de Contabilidade

Newerton de Oliveira Pinho (Nevito), Gilda de Almeida Santos, Maria da Glória Roque, Helena Garcia Passos, Helenice Teixeira de Rezende, Fausto de Souza Oliveira, Antônio Santa Cruz Calvário, (Tonico), Ério Silva, Paulo Giraldeli, Pedro Vicini e outros quatros não identificados

Bicas recebeu Juscelino Kubistchek de Oliveira, governador de Minas Gerais e futuro Presidente da República

Nota de Falecimento: O Barão de Catas Altas faleceu em 3 de novembro de 1924, há 100 anos

Prezados senhores,

Sou  bisneto do Barão de Catas Altas e leitor do jornal O Município, como eram meus pais e avós,  já falecidos. 

No próximo 3 de novembro, completam-se 100 anos de falecimento do barão. Estou enviando a notícia do falecimento, publicada por este jornal em seu número 81, ano 2, de 9/11/1924. Em lembrança e homenagem ao ilustre antepassado, em nome da família, solicito a publicação da matéria, tendo em vista a possibilidade e conveniência do jornal.

E desde já agradecemos.

Antonio José Gomes Bastos

(A direção aproveita a oportunidade e publica não só a notícia supra, mas a íntegra do citado jornal O MUNICÍPIO)

 

Cinema mudo em Bicas

Breve história do cinema mudo em Bicas, na década de 20. Cena do documentário de Regina Celia Martins Rossi, produzido para inauguração do salão de festa Pallazzo di Fiori em Bicas, MG, em 2004. Participações especiais dos saudosos: Prof. Vicente Rossi, Néria Barral e Dona Anitta. 

Posse do professor Urly Barreto no Senai de Três Rios (Década de 80)

José Cúgola, Nelson de Souza Ramos, Carla Barreto, Maury Barreto, Iêda Galil Barreto e Prof. Urly Barreto, Dirceu Ramos, José Maria Veiga, Ailton Mendes, prefeito Gilson Lamha, Urias Barreto e José Luiz Ferrari

“Cabuzi” / Veículo fabricado nas oficinas da Estrada de Ferro Leopoldina

“Cabuzi” / Veículo fabricado nas oficinas da Estrada de Ferro Leopoldina de Bicas para vistoriar a ferrovia

Eduardo Gomes Filho, Natal Vieira, Zuquinha, Nonô, Rolan, Barral, Dr. Renato Trigo, Carlos Barreto e Toninho Cunha

Centenário da Loja Maçônica Caridade e Luz IV

CENTENÁRIO DA LOJA MAÇÔNICA CARIDADE E LUZ IV
VEJA EM PDF CLICANDO AQUI

Pequeri comemora 69 anos de emancipação política / Veja as matérias nas edições do jornal O MUNICÍPIO da época

Homenagem fotográfica para mais de 100 anos de vida

[E-mail (reportagem/homenagem) enviado ao jornal O MUNICÍPIO]

Quando criança não gostava dela, pois me dava beliscões. Quando mudei pra JF foi que conheci a verdadeira tia Cléa. 

Pessoa excepcional, com 80 anos de história e histórias para contar, sempre com equilíbrio. Durante 20 anos tive a chance de ouvir dela casos que espelhavam bem como JF e o Brasil mudaram radicalmente.

Ela morreu, desconfio, pouco antes de fazer 101 anos. Segue em anexo, num doc.x, homenagem com 98 anos de testemunho fotográfico.

Adeus, querida.

Ps. Se você conhecer parente ou amigo, envie por favor.

MAM

Por Marcos Andrade Moraes

Tia Cléa nasceu em JF, há quase 101 anos, mas viveu mais que sua infância na fazenda que o pai gerenciava em Bicas/MG, a majestosa Fazenda do Havaí.

O jornal O Município, de Bicas,  o mais antigo do Brasil ainda em produção, narrou assim:

Ei-la, abaixo,  abraçada ao pai, juntamente com a mãe e seus dois irmãos. Depois viriam mais 2…

Sua vida na fazenda foi “urbana”, pois não era chegada a cavalo, comitivas, vaca, galinha,  pé de café e, principalmente, boca de sapo, que mordeu o irmão querido e  quase o matou, deixando um imenso terror em todos eles, por toda a vida.

A mãe dela era professora e alfabetizou todo mundo na fazenda, inclusive os empregados. Mas reza a lenda, que estudaram na fazenda porque o pai tinha medo que seus filhos fossem à Bicas, em função do assassinato do avô por gente de Arthur Bernardes, em 1921.

A mãe dela também era eximia pianista, mas não gerou nem sequer um tocador de campainha…

Na foto a seguir ela está junto à tia que adorava, à porta dos fundos da fazenda, com seus dois irmãos, mais outro tio e Juca Guingo tocando corneta…Tios ainda crianças, pois o avô teve 10 filhos e foi assassinado com apenas 47anos…

A seguir, na entrada da fazenda… Devia ser bem cedo, pois todo  mundo  de pijamas e até o gado  Gir está sonado…

Floresta da Tijuca!

Visita ao Rio de Janeiro, lá pelos 1926. O carro era fruto de 200 mil pés de café, gados, minas de malacacheta e cauim, mais o Acordo de Taubaté.

De volta à fazenda, ela, irmãos, pais e parentes da mãe, na varanda da majestosa.

1ª comunhão / Era católica fervorosa,  de fazer e cumprir novena…

Nunca a vi em dúvida sobre os dogmas, a não ser quando conversou comigo sobre o Código Da Vinci, quando  exclamou: “Mas então  eu aprendi tudo errado”? Infelizmente, a dúvida durou pouco, porque a fé era forte, he, he… Mas nunca se refugiou na ignorância, conforme assistimos hoje, principalmente com o gado evangélico.

Quando chegou a hora de enfrentar o colégio,  veio  pra JF.  Aqui, ela, mãe, o irmão que nunca ri e o temporão, na casa da avó dela, na F.Lobo.

Ela, entre a avó e o irmão que nunca ri. Mais os irmãos e primos. Já mocinha, feliz da vida, provavelmente porque havia recebido a aplicação de AHT que resolveria grave alergia com perfumes,  que lhe deixava inchada e com inflamação na pele …Década de 30!

A boa vida gerada pelo café durou uns 17 anos, pois Vargas acabou com a farra e a família faliu. Ela e seus irmãos tiveram que trabalhar muito cedo e todos foram para o Estado: Prefeitura, BCRM, BB…

Ela enfrentou a mudança com dignidade e se tornou barnabé orgulhosa do trabalho que realizava, aposentando-se muito bem na Prefeitura. Volta e meia reclamava comigo dos serviços prestados nos dias de hoje…

Mas a família nunca perdeu a unidade. Para arrancar uma crítica ou observação eu  tinha que cortar um dobrado! Mesmo que fosse dos familiares inimigos, que não eram poucos.

As bodas dos pais! Ela entre o pai e irmão que nunca riem…  Se bem que nessa ninguém riu!

Uau, ela, seus irmãos e o irmão que finalmente riu! O garoto ao lado deve ser papagaio de pirata…Ah, se o movimento negro visse  essa foto!

A seguir, ela, mãe e irmã… São fotos tiradas na escadaria da casa que pra mim era paraíso.

Paraiso! Abacateiro, pomar, galinheiro, cachorro,  porão com cheiro de mofo, sala com pia de louça, piano, muito santo, cruz com luz própria, móveis lindos, balas à vontade… e, de vez em quando, enxurradas bíblicas! E pipa sem rabo solta com linha em moviola!

Mineiras on the  beach! Rio de Janeiro a seguir.

À direita, a irmã, ela e mineiras em posição frágil, caso viesse uma onda, não?

Quando eu mostrei a foto, há uns 20 anos, ela agradeceu  e disse: “Que bom que vc trouxe essa foto, para mostrar para as crianças, que nós já fomos jovens”!

Abaixo, ela e a futura cunhada, esposa do  irmão  que não ri…

Ela, ao centro. Da esquerda pra direita, o irmão que nunca ri, a futura cunhada, o tio-avô, a prima e o tio Mirante

Ela, a irmã, o irmão que nunca ri e a futura cunhada…Paquetá!

Ela, magnifica, com a cunhada e a 1ª sobrinha…

Ela não  casou, nem teve filhos. Mas adotou um: Ambrósio.

Ambrósio se tornou uma figura educada, e gentil. Mas tinha um problema: rabo de saia. Casou duas vezes e teve um filho com cada uma, ambos educados por ela. Se ele continuasse a produção a solução seria ela abrir uma creche, mas felizmente ele parou. Aliás, se ela tivesse, uau!,  empreendido teria ficado rica com a batida de coco que fazia! Barbaridade, era néctar pra Baco elogiar!

O 1º neto recebeu o nome de José Carlos, o mesmo nome do irmão que nunca ria e do avô assassinado. Rapidamente tornou-se seu xodó  e sua maior infelicidade. Era o Zé!

A 2ª neta que recebeu seu nome: Clea e que virou Cleinha…

A seguir duas fotos tiradas na minha casa, quando apresentei minhas tias a parentes suas de Bicas e  Pequeri. Zé está ao fundo  de camisa vermelha, tendo ao seu lado sua mãe  e depois ela.

Zé era bem diferente do pai, pois insatisfeito, ambicioso, inquieto. Mas tremendo rabo de saia, com belas garotas no entorno…

Cleinha é o máximo! Domina um computador com rara competência e eu diria que é uma hacker do bem. Estava com ela na hora da sua morte…

Zé foi para Valença – ou Vassouras? – estudar Direito e lá conheceu bela mulher, dona de pousada; casaram-se e tiveram uma filha que é uma graça!

Mas Zé não ficou quieto! Acabou se formando e foi trabalhar numa empresa que, infiro, foi terceirizada pela Petrobras. Foi trabalhar no interior do RJ e lá, barbaridade, foi assassinado dentro da empresa,  por um tiro de fuzil dado em sua cabeça!

Não foi bala perdida, mas execução de um colega que ele, por azar insuportável, estava presente e levou o troco. Mas tiro de fuzil, até na Ucrânia, tem que ter explicação. Menos no Brasil! Foi em 2016 ou 2017 e ate agora nada…

Ela não aguentou! Por mais que tentasse e mesmo tendo a fé, a neta e o filho como suportes…, a verdade é que ela desabou. O Natal de 2017  foi das coisas mais tristes que participei.

Abaixo, a bisneta, ela, a viúva e a irmã.

Aos poucos foi delirando e não saia mais da cama, com medo de cair. Foi quando veio a pandemia e ficamos dois anos longe. Só recentemente pude visita-las…

CONCLUSÃO

Se houve alguém que viveu com dignidade foi ela. Nunca a ouvi reclamar de nada…Bem, só do  Congresso,  que por ela seria fechado!

Fato é, morreu como todo mundo deveria morrer: na sua cama, de velhice e com a neta segurando a sua mão.

Foi uma honra conhecê-la,  Clea de Oliveira Moraes.