Amigos Guararenses

Amigos GUARARENSES, presentes, ausentes e de coração, este poema é para vocês:
SER GUARARENSE
É ir à missa de domingo
e abraçar os amigos.
Ser devoto do Divino Espírito Santo 
e de Nossa Senhora.
É curtir a Banda de Música
na Festa do Padroeiro,
com direito a leilão, quimbol e ceia
e aplaudir os fogos de artifício.
É almoçar com a família,
macarronada com tutu,
linguiça e couve mineira.
É acordar com cerração
e esperar “o sol que racha”.
É gostar de cachoeira,
jogar buraco na casa do vizinho
e passear no jardim.
É ser privilegiado
de ver o céu estrelado.
É beber água da Mininha
e andar de bicicleta.
É até mesmo ir embora
pra ganhar a vida
e sonhar voltar pra cá.
É vir aqui passear,
reencontrar os amigos.
É saber que “Guarará
é terra boa de morar”,
porque só quem nasce aqui
sabe essa terra valorizar.
Guarará, terra da Família.
Terra da saudade…

Eloiza Terezinha Ferreira da Fonseca
Guarará, 01/10/2007

Insultos de Natal

O indulto

Quando, ao elaborar na semana passada, minha modesta colaboração para com o nosso conterrâneo periódico, abordei inicialmente a definição de “Indulto” para depois fazer uma brincadeira com vocês, de que: “iria indultá-los” – temporariamente – do foco usual de meus textos com viés político”, jamais poderia imaginar que,  qual  quiromante  ‘ultravidente & sortuda’, estaria prevendo o tema que ribombaria  ao longo da semana  nas mais diversas mídias, e, em escala Continental .

Do peru!

Acusado de receber propina da construtora brasileira Odebrecht (sempre ela),  enquanto era ministro de estado,  para favorecê-la em licitações estatais, o hoje presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski,  em meio ao menor nível de popularidade de seu governo, ainda  sobreviveu  quase  que ‘por um milagre’  de ser afastado do cargo pelo Congresso do país.  Sua saída parecia iminente: eram necessários 87 votos para a destituição em um Parlamento com 130 membros, no qual apenas 18 integram o partido do presidente.

Com apenas 17 meses no cargo (de um mandato de cinco anos), ele parecia estar com o afastamento garantido, no último minuto, porém, um grupo parlamentar de esquerda, crítico do governo, decidiu deixar o Congresso sem votar. Ainda mais surpreendente é que a posição até então unificada do grupo ligado às políticas e à ideologia do ex-presidente Alberto Fujimori e que lidera o principal partido da oposição, o Força Popular – foi quebrada – isso porque  membros-chave do partido não apoiaram a destituição de Kuczynski.

Acontece que o presidente do Congresso faz parte do “Força Popular”, ao qual pertence Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, condenado por corrupção e crimes contra a humanidade.  O congressista Kenji Fujimori, irmão de Keiko, também decidiu não apoiar o impeachment de Kuczynski. Durante o curto intervalo de tempo entre o pedido de impeachment e o debate sobre o tema, houve negociações de ofertas políticas concretas, como: fazer parte de um novo gabinete ministerial e, apenas 14 horas depois de iniciados os trabalho do Congresso peruano, o placar eletrônico terminou com um angustiante veredicto: oito votos de diferença impediram a queda do presidente.

Por uma incrível coincidência, menos de 72 horas depois de Kuczynski salvar a própria pele, concedeu indulto humanitário ao ex-presidente peruano, Alberto Fujimori (79 anos), pai de  Keiko e Kenji, que se encontrava preso desde 2009, acusado por escândalos de corrupção e  de violação dos direitos humanos, tendo renunciado e se auto-exilado no Japão por cinco anos.

Cá, como lá

Mal explicado o milagre e, omitindo-se o nome dos Santos, muitos pensariam que esse  enredo todo aí de cima  teria  tido o Brasil  como  cenário.  Nosso ilustre chefe do executivo, também, andou beirando por “Duas Vezes” (bem) consecutivas, não só o risco de ser despejado do poder, como também, na sequência, ser investigado, talvez (?), virar réu e vir a ser agraciado com um título do “Clube Recreativo da Papuda”.  Para não cumprir esse ritual nada glorioso, o que não faltou foram peripécias, impressionantemente, parecidas com as do seu colega do país vizinho.

Com algumas diferenças, tão paralelas, que acabam por se encontrar no infinito, o risco de ter sua trajetória, nada digna, desviada para o Palácio da Papuda, igualmente ao seu colega vizinho, se prende ao fato de receber propina – uma tão gorda quanto vitalícia mesada – de empresa (aí deu uma variadazinha), “JBS”, com direito a um dos áudios mais famosos e “viralizados” de 2017 – ”tem que manter isso aí, viu? – e vídeo de um ridículo e subserviente  “amarra-cachorro”, dando uma corridinha saltitante, que promete ser páreo até para a de “São Silvestre”,  mas a contrapartida retorna para o universo das congruências – favorecê-la em licitações estatais.

Aqui também o presidente não tem os congressistas na mão, prefere  mantê-los no bolso,  que aliás, também é o local preferido desses senhores, facilmente reembolsáveis.  O temerário  habitante  –  por enquanto – do palácio do Jaburu, parece nome personalizado – também está beirando os 17 meses no poder, sendo que, no  quesito  “índices de aprovação” perde de lavada para  o Sr. Kuczynski – apenas 1/3 = 0,3333…..% da do colega.

Então, creio eu que, para  empreender  uma melhora no “ranking”  das  falcatruas, apelou para um  “Jogo” que, de tão  tradicional,  entrou para o calendário da Constituição Federal em forma de decreto, o   jogo do  “INDULTO”.  Porém, Michelzinho entrou em campo com a bola debaixo do braço, gritou e xingou  o (a)  Juiz (a),  de quem  arrebatou  os cartões assinaladores  de penalidade, vermelho e amarelo, distribuiu  o  “bicho”  para  os  integrantes do time adversário, já no gramado, e proferiu as regras: “Não tem lateral… Quem busca a bola no mato é quem a chutar e, do pescoço pra baixo é o dedinho!  E,  assim dizendo,  anunciou o início de uma das mais avacalhadas peladas da várzea do Planalto, na qual todos, e quaisquer  resquícios de lei da Federação,  foram literalmente para o banco de reservas.  Os requisitos a serem cumpridos para se poder participar do “racha”  deste ano, foram  esculhambados as últimas inconsequências, nessa  “pelada”  de fim de ano. Ao contrário das  anteriores,  não se exigia, aliás,  não havia sido estabelecido um período de  frequentação  máximo no Clube da Papuda”, sem contar que o tempo decorrido de associação  do “peladeiro”, havia sido reduzido de 1/4 para  1/5, em se tratando de “atletas” que não fossem reincidentes (?).  A propósito, avacalhar essa pelada de fim de ano já é marca registrada  do  “Michelzinho Ruim de Bola”, esse último quesito – o tempo decorrido  de associação  do “peladeiro” – já   havia sido reduzido de  1/3  para 1/4 na do ano passado.

Placar imoral

Faltou combinar com o (a) Juiz (a), pois os Russos já mostraram seu desapreço pelo  líder temerário quando de sua ida a Moscou.

Precisa parar com isso aí, viu?

Sino pequenino

O indulto é uma forma de se decretar a interrupção “temporária” ou até mesmo a “definitiva” de uma imputação penal e, mesmo se tratando de uma competência privativa do Presidente da República, a concessão do indulto pode ser, excepcionalmente, delegada aos Ministros de Estado, à Procuradoria-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União. O benefício, normalmente coletivo e espontâneo, é concedido em datas de feriados, que se comemoram certos “Dias Santos”, ou em outras de certo significado sentimental – Páscoa, dia das Mães, dia dos Pais, feriadões, eventos de congraçamento etc.

Dado esse prólogo, gostaria de informar aos caríssimos leitores que, usando da benevolência que me invade em função do ‘espírito de Natal’ e, por terem vocês já cumprido parte de suas penas lendo minhas matérias anteriores, vou indultá-los – temporariamente – do foco usual de meus textos, vezeiramente abordando questões políticas, político-econômicas, geopolíticas, histórico-políticas, atualidades políticas, etc -políticas e etc e brindá-los com um assunto mais suave, que espero seja do agrado geral.

Astronomia – “O Solstício”

Na astronomia, solstício (do latim sol + sistere – sol que não se mexe) define o momento em que o sol, durante seu aparente movimento na esfera celeste, atinge a maior declinação em latitude medida a partir da linha do equador, ou seja, os raios incidem perpendicularmente a ela. Os solstícios ocorrem duas vezes por ano: em dezembro e em junho, sendo que, o dia e a hora exatos variam de um ano para outro e também em relação à distância dos paralelos geográficos à linha do equador (latitude) e são antagônicos nos hemisférios: o solstício de verão em um hemisfério coincide com o de inverno no outro e vice-versa.

Quando ocorre o de verão, significa que o sol está em sua posição mais próxima da terra naquele ponto do globo e que a duração do dia é a mais longa do ano, enquanto que, de modo análogo, quando ocorre o de inverno, significa que o sol está em sua posição mais distante da terra naquele ponto do globo e que a duração da noite é a mais longa do ano. Os trópicos de Câncer e Capricórnio são definidos em função dos solstícios. No solstício de verão do hemisfério “Sul”, os raios solares incidem perpendicularmente à superfície da Terra no Trópico de Capricórnio e, no solstício de verão do hemisfério norte, os raios solares incidem perpendicularmente à superfície da Terra no Trópico de Câncer.

Nossa história está diretamente ligada ao “Polo Norte”, pois é de lá que vem o maravilhoso velhinho portador de novos sonhos e esperanças.

No hemisfério “Norte”, o solstício de verão ocorre por volta do dia 21 de junho e o de inverno, por volta do dia 21 de dezembro, e essas datas marcam o início das respectivas estações do ano naquele hemisfério. O nosso foco principal será o solstício de inverno no hemisfério “Norte”, em função do qual se desencadeará nosso tema.

Em várias culturas ancestrais à volta do globo, quando do solstício de inverno, o mesmo era festejado com comemorações que deram origem a vários costumes que, hoje em dia, são relacionados com o Natal das religiões pagãs. O solstício de inverno, o menor dia do ano, a partir de quando a duração do dia começava a crescer, simbolizava o início da vitória da luz sobre a escuridão, da sabedoria sobre a ignorância e, principalmente, da vida sobre a morte. Os povos Persa e Hindu reverenciavam em festas as divindades de suas mitologias (Mitra) , como um símbolo do “Sol Vencedor”, marcada pelo solstício de inverno.

A cultura do Império Romano incorporou a comemoração dessas divindades através da festividade que se tornou conhecida, por razões óbvias, como a comemoração do “Sol Invictus”. Porém, com o enfraquecimento do paganismo, a data em que se comemoravam as festas do “Sol Vencedor” passou a se referenciar ao Natal – nascimento de Jesus – numa apropriação destinada a incorporar e unificar as festividades de inúmeras comunidades recém-convertidas ao cristianismo.

Conforme já dissemos, o solstício de inverno – dia em que o sol está mais longe daquele ponto da terra, no polo Norte é em torno de 21 de dezembro, porém, havia um povo ancestral nórdico – os Vikings – que habitavam a região da Península da Escandinávia na parte mais ao norte do hemisfério, onde os dias e as noites duram seis meses intercalados, sendo seis meses de dia e seis meses de noite, de forma que, lá, esta data coincidia com o dia 24 de dezembro e, em suas tradições, nesse dia se iniciava a caminhada para o retorno aos meses de dia “Luz” – a Luz começava a vencer as trevas, a sabedoria à ignorância e a Vida começava a vencer a Morte.

Eles já comemoravam a data a mais de 20 (vinte) mil anos antes de Cristo, embora não com o nome de Natal mas com data coincidente e, por ter temperaturas variando de -30º C / -60º C (trinta a até sessenta graus abaixo de zero), os Vikings tinham pouquíssimo tempo para caçar, cultivar, colher e armazenar gêneros comestíveis: carnes vermelhas, peixes, nozes, castanhas, verduras, legumes, frutas etc, para os seis meses de noite, que era o inverno.

Um pouco sobre os Vikings

Eram extremamente territorialistas e beligerantes, sendo o povo que mais respeito impunha na região. Eram particularmente temidos, pois além de serem portadores de invejável estatura e compleição física e serem excelentes guerreiros, já dominavam, há mais de 22 (vinte e dois) mil anos, os conhecimentos da extração empírica de minerais do solo, além de já deterem a arte da (fundição) o que os levava a fabricarem suas próprias armas e escudos de metal, que eram consideradas umas das de melhor qualidade à época, somente encontrando algum parâmetro de comparação com as dos Mouros.

Eram também excelentes navegadores e igualmente fabricavam suas embarcações, possuindo, portanto, supremacia em termos de poder bélico. Acreditavam em vários deuses ligados às forças da natureza, como exemplo Freyja – a deusa da fertilidade e do amor – e também “Odin”, para eles, o mais representativo e significativo dos Deuses, o Deus da sabedoria, da força e da guerra, e, por fim, Thor – Deus da natureza, em particular o trovão, que era filho de Odin.

Outra crença dos Vikings era na existência das Valkirias – irmãs de Thor/ filhas de Odin – amazonas guerreiras e muito valentes, que cavalgavam ao redor de Odin durante as batalhas, protegendo-o e recolhendo os Guerreiros Vikings feridos, ou os corpos dos mortos para encaminha-los espiritualmente. As tribos também tinham, conforme usual naquela época, um líder espiritual – guru – que em seu idioma tinha a denominação de “Xamã ”. Alguns nomes para sua tradução seriam médicos-feiticeiros, magos, curandeiros ou pajés.
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Alguns dias antes de vinte e quatro de dezembro, dia do solstício em suas tribos, conforme já vimos – o dia mais frio, por estar o sol em sua posição mais longe da Terra naquela região – o Xamã de cada tribo mandava acender uma fogueira ao redor do pinheiro mais frondoso da aldeia (como devemos também saber, por ser o pinheiro uma árvore típica de regiões de frio extremo, mesmo no mais terrível inverno, ele continua viçoso e verdejante, mais vivo do que nunca), o qual era enfeitado com velas, pedras decorativas, que ficavam guardadas, aves empalhadas (também já dominavam a arte da taxidermia, facilitada pelas baixas temperaturas da região) .

Embutido nesse ritual de poder e magia, também se inseria o rito de passagem dos jovens da tribo para a idade adulta, aqueles entre os 16 a 18 anos, que ainda não houvessem sido submetidos, eram conclamados pelo Xamã e designados a, juntamente com seus melhores guerreiros, para caçar um urso branco, que era o símbolo da força dos Vikings, o qual seria sacrificado e oferecido aos deuses. Partiam então em seus trenós puxados pelas renas, com a gigantesca tarefa de caçar um dos animais mais fortes e ferozes do hemisfério norte, que é o urso Polar, com data marcada de retorno para a noite de 24 de dezembro.

Nesse ambiente, eram realizados vários rituais sagrados, durante o qual dançavam, oravam pedindo para os deuses que a luz vencesse as trevas, que a sabedoria vencesse a ignorância que a vida “sempre” vencesse a morte, etc…

Quando os guerreiros (os que retornavam) voltavam com as barbas e os cabelos cobertos de neve, totalmente brancos (cabelo e barba) e imediatamente tinham que tirar a pele do urso e se vestir com a parte dos pelos – branco – voltados para dentro – em contato com a pele – e a vermelha, pois o sangue do animal ainda estava fresco, por fora. Todos que estavam sendo subjugados ao rito de passagem deveriam participar da descarnação e remoção da pele do animal, e um a um de forma consecutiva se vestirem com a mesma, conforme descrito acima. Era o símbolo da força e do poder dos Vikigns em oferenda aos deuses e representava que aqueles meninos alcançaram agora a idade adulta, passando para outro nível na hierarquia da tribo.

Após o ritual, os Vikings faziam grande festa com muita fartura de alimentos, músicas, danças, etc e os novos adultos guerreiros eram determinados a distribuir presentes para todas as crianças da aldeia e utensílios para os mais velhos que eles, simbolizando que a partir de então, eles passavam a fazer parte do grupo que tinha a responsabilidade de zelar pela integridade, segurança, alegria, bem estar e sustento dos aldeões como um todo, passariam a caçar, fazer guarda e guerrear, se preciso fosse. Com o passar do tempo, essa festa pagã foi crescendo e dominando quase toda a Europa, nas regiões onde os Vikings estabeleciam seus domínios.

Após o surgimento dos cristãos (seguidores de Cristo), a “Igreja” – enquanto Instituição – se sentia incomodada com esta grande festa pagã e tudo fez para acabar com ela. Isso gerou muitas guerras, que duraram séculos, e todas as tentativas de por fim a essas festividades foram em vão; ao inverso, a cada ano que se passava, muito movido pelo espírito beligerante e impetuoso dos Vikings, já que a maior prova que um povo podia externar de seu domínio era justamente impor os seus costumes, por mais que a Igreja tentasse acabar com a festa, mais ela crescia.

A Verdadeira História do Dia do Natal e de Papai Noel

Dessa forma, percebendo não haver a menor chance de sucesso em acabar com a grande festa pagã, embora três séculos após o surgimento do cristianismo a Igreja ainda continuasse em suas tentativas, assumiu o Papa Líbero – ou, Libério, tido como um grande diplomata . Eleito Papa, instituiu oficialmente a festa do Natal na data de 25 de dezembro do ano de 354 D.C, onde provavelmente a adoção desse dia não se refere ao aniversário cronológico de Jesus, mas ao fato de que os primeiros cristãos desejaram que a data coincidisse com a festa pagã dos romanos, dedicada ao nascimento do ‘Sol inconquistado’, solstício de inverno, conforme já vimos. A escolha é bastante plausível, visto que no mundo romano, a ‘Saturnália’, comemorada em 17 de dezembro, era um período de alegria e de troca de presentes, além de 25 de dezembro também ser tido como o dia do nascimento do misterioso deus iraniano Mitra, o Sol da Virtude. Como pontífice tudo fez para proteger a Igreja da heresia ariana, à qual aderira o Imperador Constâncio II. Assim, as polêmicas com os arianos foram uma constante em seu Pontificado, mas sem medo de, mesmo tendo sido degredado pelo Imperador, pouco tempo depois, regressou a Roma – 358 D.C. – e combateu e expulsou o antipapa Félix II, imposto por Constâncio II. Depois de catorze anos de pontificado, faleceu em 24 de setembro do ano de 366 D.C.

A Igreja passou então a comemorar o nascimento de Jesus, no dia 25 de dezembro e renomeou esta data como “ O Dia do Natal”, instituindo a figura de Papai Noel, que acredita-se ser uma alusão a São Nicolau, porém, supõe-se que as vestes vermelhas com as extremidades brancas atribuídas ao “Bom Velhinho”, seja herdada da tradição das vestes “Viking’s” com a pele de urso com o sangue para fora e a pele branca tangendo o corpo dos novos ‘Guerreiros’ e aparecendo nas extremidades. Também a barba e os cabelos brancos, diz-se ser uma alusão às barbas e cabelos desgrenhados e enregelados dos guerreiros em seu retorno, muito embora fossem jovens, mas, adequaram-na a São Nicolau.

Doravante, Felizes Natais e Prósperos Anos Novos, e que Odin e São Nicolau nos protejam !!!

Nota

Odin ou Ódin (em nórdico antigo: Óðinn) é considerado o deus principal do clã mais importante de deuses da mitologia nórdica e nas crenças das religiões neopagãs. Também é conhecido como “Pai de Todos” e “O enviado do Senhor da Guerra”. Seu papel, como o de muitos deuses nórdicos, era complexo; era o deus da sabedoria, da guerra e, embora em menor escala, também o era da magia, da poesia, da profecia, da vitória e da caça. Era sobretudo adorado pelas classes sociais superiores.

As equipes mais curtidas de BICAS, MG

1ª           Flamengo: 1.371

2ª           Vasco: 415

3ª           Botafogo: 360

4ª           Cruzeiro: 226

5ª           Fluminense: 210

6ª           Atlético-MG: 173

7ª           Corinthians: 152

8ª           Chapecoense: 130

9ª           Santos: 86

10ª         São Paulo: 83

11ª         Tupi-MG: 67

12ª         Palmeiras: 55

13ª         Internacional: 31

14ª         Grêmio: 29

15ª         América-MG: 21

16ª         Atlético-PR: 19

17ª         Ponte Preta: 13

18ª         Volta Redonda: 11

19ª         Bahia: 11

20ª         Fortaleza: 9

Fonte: Globoesporte

Carlos Augusto Machado Veiga

Faleceu Carlos!

Prematuramente.

Mesmo tendo cumprido linda trajetória existencial (familiar, profissional, social, cristã e outras) prematuro porque era organizado, sóbrio, sereno, comedido, amoroso, saudável e tantas outras referências virtuosas.

A família Veiga e a família Ramos sempre mantiveram e conservam laços de extrema amizade e entrelaçamento.

Nosso jornalista foi um desses robustos sustentáculos.

Viveu intensa e mesclada relação com meu pai Nelson no “O Município” e no Rotary, realizando ali ações de envergadura máxima. Amigo de minha mãe, meu amigo e de meus irmãos.

Parafraseando uma de suas ações maiores, teria matéria para escrever um livro só relatando sua vida meritória.

Objetivo aqui, substantivo réquiem, e conclamar todos, em especial autoridades constituídas, para realizar homenagem justa e adequada ao cidadão arquétipo e personalidade impar a quem Bicas muito ficou devendo.

 Sua referência terrena não se restringe apenas à memória e ao pranteamento dos amigos.

Carlos foi homem cívico. Muito ajudou a cidade. Prioritariamente foi a memória viva das Taboas. Escreveu o livro memorial. Foi arauto da criação do Instituto Histórico.

A História não pode prescindir do historiador.

Familiares e amigos possam acolher nossa solidária dor.

Carlos morreu?

Que viva Carlos!

Dirceu de Souza Ramos

Me engana que eu posto…

Pelo teor usual de meus tecladoscritos, de viés pretensamente político, alguns poderiam imaginar que talvez fosse eu um profundo conhecedor do assunto. Tudo bem, com toda modéstia, eu também ‘pensava’ assim, mas, de uns tempos para cá, com o crescimento incessante da ousadia dos bandidos, a leniência e pusilanimidade do Judiciário e a versatilidade do ‘modus trambicandi’ com o qual a politicagem é exercida em nosso torrão, realmente, não há como tentar enquadrá-la em qualquer tendência de  lógica, por mais esdrúxula que seja a lógica, assim como desfalece qualquer tentativa de entendimento de seus macabros enredos e, quando pensamos que os canalhas eletivos atingiram um ápice intransponível de diversificadas malversações, eles nos surpreendem com inovações ultra modernas no quesito “Artimanhas & Falcatruas”.

Aos que perceberam certo desalento, desde o título com prosseguimento no início de meu manifesto, eu explico o porquê de minha constatação. Acreditava eu, que a propalada “Lei da Ficha Limpa” estivesse aprovada, sancionada e, em breve, poderia até obter um alcance razoável,  o que me levava a, mesmo contudo, a procurar  tentar  manter relativo grau de  otimismo, até a despeito dos sucessivos episódios que me impeliam na direção oposta. Senão, vejamos:

(1) – o maior ladrão da história do Brasil, “Luizinásso Pulha Daçilva” com risco de poder se candidatar e em 1º nas pesquisas;

 (2) – Renan (X 12 Inquéritos) + uma renúncia para escapar de cassação + 02 determinações {não cumpridas} para que deixasse a Presidência do Senado. P’ra quem não se recorda, esse canalha é objetivado pelas lentas teias da Justiça desde 2007, quando foi acusado pela amante, Mônica Veloso, de ter a pensão alimentícia da filha que tivera com o Calhorda, digo, Calheiros, paga com recursos recebidos do lobista Cláudio Gontijo, da Mendes Júnior;

(3) – o Presidente e quase a totalidade de seus ministros indiciados ou sendo investigados em mais de um inquérito. O bi-indiciado Michel Temer se livrou das duas investigações a um custo estimado em R$45.000.000.000,00 (quarenta e cinco bilhões de reais) em: Liberações de Verbas (Remendas Parlamentares), Edições de “Medidas Provisórias” indefectivelmente “Definitivas”, Nomeações (Inomináveis), Vetos, Sanções, Venda de Ativos da União…etc., etc., etc., e, entre outras malévolas negociatas, a famigerada ‘Dança das Cadeiras’. Divulgou recentemente uma circular, na qual anunciou que irá iniciar uma substancial ‘mudança no organograma da ORCRIM’ – denominada Reforma Ministerial.  O maior problema está sendo convencer o Senador Tucano Imbassay, p’ra desembaçar lá;

 (4) – Aécio (O ioiô);

(5) – ALERJ: Jorge Piciani & comparsas – R$ 113 milhões e nem 24 horas de cela…

Mas, a última que chegou ao meu conhecimento, me deixou em estado de total descrença. Fiquei perplexo, incrédulo e totalmente desanimado. “ESSA TAL DE LEI DA FICHA LIMPA NÃO TEM VALOR NENHUM” !!!  Acreditem vocês ou não, há um Deputado Federal, Celso Jacob – PMDB-RJ – que, por um crime desses corriqueiros dentre os políticos brasileiros – desvio de verba em Obras Públicas – foi condenado em junho/2017 a sete anos e dois meses de prisão – em regime semiaberto – o que significa que ele pode trabalhar durante o dia, mas tem de dormir na cadeia – mais precisamente a Papuda, a penitenciária de “09” entre “10” Parlamentares Federais de Brasília. Portanto, até aí tudo nos conformes, sendo que o detento Nº125540 fica numa cela de 12 metros quadrados à noite, de segunda a sexta-feira, exceto nos feriados, na ala destinada a vulneráveis, e, acorda antes do sol nascer (quadrado), veste-se e, sem tomar banho nem café, dirige-se às 7 horas em ponto ao estacionamento do presídio, onde uma condução o aguarda para conduzi-lo até o seu local de trabalho. Continua tudo dentro da normalidade, certo ? Não, errado!

Estaria + ou – certo se o carro não pertencesse a uma funcionária do {gabinete ?} do deputado – isto quer dizer que ele ainda tem gabinete????? – e, pasmem, seu posto de trabalho é exatamente onde vocês se negam, assim como eu, a acreditar: O  “Congresso Nacional”, mais precisamente, na Câmara dos Deputados, onde, ao chegar, começa sua transformação de Presidiário em Parlamentar. Depois de ir ao gabinete, sua primeira atividade é tomar um banho quente (na prisão, a água é gelada) e trocar de roupa (o uniforme da Papuda é calça e camiseta branca). Já impecavelmente barbeado e de terno e gravata, lhe é servido um lauto e variado desjejum, por um garçom da Câmara, no próprio gabinete.

Numa semana normal, ele tem uma agenda de reuniões como qualquer parlamentar e é considerado o mais assíduo entre todos os colegas, pois vai ao Parlamento – me chamem de mentiroso – de segunda a sexta, sábados e feriados – pois é melhor do que ficar na Papuda – mesmo em semana de feriadão emendado; porém, como não há nada para fazer, o dia do parlamentar se resume a ir ao caixa eletrônico, à barbearia, ao restaurante e falar ao celular, tudo dentro do prédio do Congresso.

Obs:

*Imaginem o que um desclassificado desses não vai votar a favor de bandidos (colegas).

*É óbvio, que pelos sábados e feriados, ele recebe regiamente a devida remuneração extra com os regimentais percentuais de acréscimo.

Como dizia meu sábio Pai, nosso regime de Governo é igual na Europa…

“É  PRA LAMENTAR”!

Praça da matriz São José. Espaço verde colorido. Abençoado por Deus. Cartão postal da cidade. Mãos sagradas do criador. Na cidade de Bicas, Minas Gerais. Ornada por flores e árvores verdes. Com teus mosaicos em forma de estrelas. Formam um lindo tapete, pra dividir os canteiros. Com azaleias e pés de primavera. Dos grandes pés de pinheiros. Faz a natureza perfumar. Pássaros que cantam, voam livres. Das roseiras que encantavam. Tanto encanto aos canteiros. Quem de ti não se encantou. Lembrar de antigamente. É trazer boas lembranças de algo que ali ficou. Dos namorados, encontros. Das crianças a correr brincar. E dos cafés a tardinha, com histórias a contar. És abraço, aconchego ao viajante amigo. Tens teus monumentos plantados ali. Quem passa a de lembrar. Que a modernidade que a tudo rouba! Jamais leve teu encanto, do povo de Bicas. E sombra pra descansar, e o verde desfrutar. Tuas árvores servem de sombra, pra quem ali sentar. És paradeiro do povo em festas e comemorações. Ó minha praça, que ninguém leve a tua beleza. Que divides com todos que aqui moram! Aos que daqui foram embora, jamais te esquecerão! Que guardam em suas memórias. A praça que viu sua infância passar. E a criança dentro dele, que nunca irá morrer!

Heráclito Passamani, Bicas, M.G 11.12.17 às 13:31

Consertando os desconcertos

Também confesso que vivi aqueles tempos que muitos insistem em chamar de “Ditadura” e, eu julgo ser mais justo; “REGIME MILITAR DE GOVERNO,  NECESSÁRIO!”, o qual , assim como todo período que passa para a história como marco de novas diretrizes,  mudanças e evoluções, tem sempre personagens que se destacam e, naquela época, também teve seus expoentes.

João Baptista de Oliveira Figueiredo, ou, João Figueiredo, ou simplesmente, Figueiredo, nasceu na rua Sá Freire/São Cristovão, Zona Norte do Rio de Janeiro-DF (à época), em 15 de janeiro de 1918, filho do, mais tarde, também  general, Euclides de Oliveira Figueiredo e de Dª Valentina Silva de Oliveira Figueiredo. Sua mãe, matriculou o guri logo aos cinco anos de idade, dada a sua vivacidade, no Colégio Santa Teresa, de onde foi para o Colégio Nilo Peçanha, no centro do Rio, onde ficou até seu pai ser transferido para Alegrete-RS. Continuou os estudos em casa e, em 1927, com apenas 9 anos, matriculou-se como interno no 3º ano do Colégio Marista e, três anos depois, contando 12 anos e tendo se formado em 1º lugar de sua turma, passou, também, na primeira colocação, para o disputado “Colégio Militar de Porto Alegre”, para cursar  o 2º ciclo do Ensino Fundamental (Ginasial).

Já no primeiro ano do Colégio Militar mostrou a que viera e confirmou a fama de bom aluno. Em aritmética, ficou com média = 9,66 e, o pior resultado = 7,58 – foi em desenho, sendo que, nas demais – Língua Pátria, História, Geografia, Ciências, Moral & Cívica… etc, carimbou nota 10(dez) no impecável “Boletim”, o que foi mais que suficiente para livrá-lo das provas finais. Completou o curso em 1932 (como 1º colocado) e entrou para a Escola Militar de Realengo, obtendo o 1º lugar no concurso de admissão.

Em novembro de 1935, como Cadete do Exército e com apenas 17 anos, apresentou-se voluntário para combater a chamada “Intentona Comunista”.

O episódio da “Intentona Comunista” (1935),  já contribuíra para o aumento da repressão policial do Estado e, no segundo semestre de 1937, o clima de tensão política chegou ao ápice com a descoberta pelo Serviço de Inteligência de um ‘Programa Revolucionário’ para o Brasil,  novamente urdido, fomentado e financiado pela União Soviética (povinho insistente, sô !). O  presidente Getúlio Vargas usou  tal  fato para  justificar a necessidade da instalação de um ‘Estado de Exceção’ e,  no dia 10 de novembro de 1937,  determinou o fechamento do Congresso Nacional, e o regime que ficaria conhecido como “ESTADO  NOVO” foi oficialmente implantado no País, com a dissolução e clandestinidade de todos os partidos políticos,  restrição das  liberdades individuais, além de os meios de comunicação,  propaganda e de difusão cultural, como: jornais, rádio, cinema, teatro etc terem passado  à tutela do Estado. (Censura)

Seu pai, o General Euclides de Oliveira Figueiredo, era opositor a Getulio Vargas desde a Revolução de 1930, tendo sido um dos mentores e líderes da Revolução Constitucionalista de 1932. Com o fim desse conflito, seu pai foi preso e, posteriormente, exilado com sua família para Portugal e depois para a Argentina até 1934, quando obteve a anistia. Porém, foi novamente preso, em 10/11/1937 com a decretação do Estado Novo.

Pois bem, em 22 de Novembro, apenas doze dias após instaurar o “Estado Novo”, Getúlio Vargas foi à cerimônia de formatura da turma de “Aspirantes” da Escola Militar de Realengo. Como de praxe, o Presidente deveria entregar a espada, que simboliza a condição de “Aspirante da Arma de Cavalaria”, ao melhor aluno (1º colocado). Ao ser informado de que tratava-se do filho de um Coronel – mas, sem saber qual – o presidente caprichou no elogio ao entregar o símbolo :

… Espero que você  continue a carreira militar no mesmo passo em que a está iniciando, sempre se destacando e se tornando um oficial tão brilhante quanto  seu Pai!

Arrependeu-se amargamente!- A resposta do rapaz de 19 anos, já apontava para o estilo que o acompanharia pela vida afora: – … Obrigado, senhor Presidente, fique tranquilo, o único risco que eu corro é de terminar preso, como meu pai! Eu também sou anti-comunista. Seu pai, o então Tenente-Coronel Euclides Figueiredo, fora um dos líderes da revolução constitucionalista de 1932, quando deu-se sua prisão e consequente exílio em Portugal, o que ameniza a insolência do Cadete recém-formado, na resposta dada ao presidente da República.

A partir daí, Figueiredo alcançou promoções sucessivas, sempre por merecimento e repetitivamente como 1º colocado. Servindo no Regimento-Escola de Cavalaria Andrada Neves, na Vila Militar, em Realengo, foi promovido a Segundo-Tenente em abril de 1938 e a Primeiro-Tenente, em dezembro de 1940, sendo então enviado para o 8º Regimento de Cavalaria, em Uruguaiana. Em1943, viria a se casar com Dª Dulce, a qual conheceu no tempo em que, ele aspirante e ela normalista, iam no mesmo trem para o subúrbio onde ficavam o quartel e muitas escolas.

Em 1944, Figueiredo tornou-se Instrutor de Cavalaria na Escola Militar do Realengo, sendo promovido a Capitão em dezembro desse, com apenas 26 anos de idade. Em fins de 1945, ele sairia da Escola de Realengo, para, em 1946, cursar a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO), obtendo novamente o  primeiro lugar, e, em 1947/48, foi instrutor da cadeira de “Fortificações”, na Escola Militar de Resende (mais tarde, Academia Militar de Agulhas Negras).

De volta à EsAO, entre 1949/52, desempenhou as funções de instrutor de cavalaria e, em abril de 1953, foi promovido a Major, ingressando na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME). Mais uma vez, terminou o curso como primeiro aluno.

Raios, dizem, não costumam cair duas vezes num mesmo local, mas, por capricho ou ironia do destino, algumas histórias costumam reprisar certas capitulações. Getulio, agora eleito – desde 1950 – teria que, uma vez mais vergar a espinha dorsal, e saudar aquele oficial que não se contentava em não ser o 1º colocado. Mais uma vez recebeu os cumprimentos de Vargas que, agora porém, sabia muito bem de quem se tratava, pois não o esquecera, o que fê-lo tremer e gaguejar: “Eeu   j já  o cumpriimentei  aantes  por  outtro  priprimeiro lugar, não foi ?! E nem mais uma palavra.

Também só recebeu como resposta, uma muda continência.

 Em 1954, Figueiredo passou a instrutor da ECEME e, em 1955, foi para “Assunção”, como membro da “Missão Militar Brasileira de Instrução”, para  ministrar treinamentos ao exército paraguaio, ainda um resquício da dívida contraída pelo Brasil com aquele País, na “Guerra do Paraguai”. Figueiredo ficou no Paraguai até 1958, e nesse período recebeu a medalha “Marechal Hermes com Três Coroas”, condecoração destinada aos oficiais que conseguissem o feito de serem os primeiros colocados nos cursos da Escola Militar, da EsAO e da ECEME.  Em novembro de 1958, foi promovido a tenente-coronel. Em 1960, ingressaria na ESG (Escola Superior de Guerra), onde novamente obteve a Primeira colocação(tá virando moda), e, em 1961, ingressaria no Serviço Federal de Informações e Contra-Informações do Conselho de Segurança Nacional, sob as ordens do General Golbery do Couto e Silva.

Em fins de 1963, Figueiredo, que gozava de altíssimo prestígio em função de sua conduta exemplar e postura cristalina, foi convocado e recebido no apartamento do então  presidente João Goulart, o qual queria ouvir os conselhos daquele militar tão eloquente, by-passando; Coronéis, Generais, Marechais, Almirantes, Brigadeiros. A conversa durou quatro horas.  Ali, Jango ouviria de seu ilustre convidado, que as Forças Armadas se manteriam sim, dentro dos quartéis e observando fielmente os desejados princípios da legalidade, desde que o presidente revisse as bandeiras e alianças recém-costuradas por seu governo (Rússia, China Cuba, entre outras). Mas Jango não deu ouvidos às palavras do tenente-coronel, a quem tachou de falastrão, uma vez  que, a uma objeção do Presidente e sugestão de outras rotas, respondera  rudemente: “Por via deste caminho o senhor será derrubado”.

De fato, os preceitos legalistas de Figueiredo não duraram muito. Em 31 de março de 64, Jango entrou em contato com ele na ECEME para pedir seu apoio. A resposta não foi menos direta que o alerta: “Agora é tarde, o senhor já está derrubado!”.

Figueiredo, apesar de ter aderido ao movimento e ter sido o autor do plano para a tomada do Forte de Copacabana, telefonou ao presidente e lhe deu garantias de segurança até o embarque no avião que o levaria ao exílio, missão prometida e cumprida pelo próprio, pessoalmente. Com uma guarda de escolta selecionada pessoalmente, embarcou no mesmo automóvel com o presidente e Dª Maria Teresa, para incutir-lhes calma e segurança de que nada aconteceria no trajeto. Avesso aos holofotes, despediu-se do presidente à porta do “Aero-Willys Itamarati” com um abraço afetuoso, e brincou com ele: – Juízo, hein! (segundo relato do motorista).

Empossado, o Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, criou o Serviço Nacional de Informações (SNI), no dia 13 de junho de 1964, e, em agosto, Figueiredo era promovido a coronel, sendo chamado por Golbery para chefiar a agência do SNI no Rio de Janeiro. Golbery passara para a reserva em setembro de 1961, e agora era Chefe Nacional do SNI. Figueiredo integrava uma seleta legião de Oficiais-Generais que apoiavam a distensão e reinstitucionalização do regime, com vistas à redemocratização do País, o mais breve possível.

Durante o governo Costa e Silva, em março de 1969, Figueiredo foi promovido a General de Brigada e, no mesmo mês, o Chefe do SNI, General Emílio Garrastazu Médici, assumiu o comando do III Exército (RS) e, aproveitando-se da experiência de Figueiredo nas informações, chamou-o para a chefia de seu Estado-Maior. Com a morte de Costa e Silva e posse de Médici, Figueiredo foi nomeado chefe da Casa Militar em substituição ao General Jaime Portela e, instalou-se na Granja do Torto – residência oficial do chefe da Casa Militar. Gostou tanto que se recusou a sair de lá mesmo depois de promovido.

A subida de Geisel à presidência marcou a volta triunfal ao poder do grupo que se formara durante o governo Castelo Branco: Golbery era o chefe da Casa Civil; Heitor Aquino, o secretário particular do presidente; e Figueiredo, o novo Chefe Nacional  do SNI. Na chefia do SNI, ganhou a fama de homem austero, senhor de uma linguagem ríspida e direta e de um temperamento explosivo. Ao mesmo tempo, a atividade no SNI num período de distensão política, exteriorizou a imagem de militar ponderado e humano, responsável pelo fim das punições no regime.

Gozando de intimidade no poder, Figueiredo tinha uma sala no 4º andar do Palácio do Planalto e participava nas reuniões diárias do presidente com Golbery e o ministro chefe da Casa Civil. Escolhido como sucessor de Geisel, foi empossado na presidência da República a 15 de março de 1979, sendo o Presidente com o maior índice de popularidade e aprovação num regime de exceção. Em seu primeiro mês no governo, Figueiredo enviou ao Congresso, já restabelecido, pedindo pressa aos Deputados e Senadores, o Projeto da ”Lei da Anistia” e, dia 28 de agosto de 1979, sancionou a Lei nº 6.683, já aprovada. A lei anistiava todos os cidadãos punidos por atos de exceção desde 9 de abril de 1964 em diante, beneficiando 4.650 pessoas, além de decretar o restabelecimento das eleições diretas para os governos estaduais. No ano seguinte, iniciaram-se as campanhas das Diretas Já, que acabaram rejeitadas pelo Congresso Nacional, porém,  Figueiredo decretou que haveria eleições presidenciais nem que fosse de forma indireta, que decretariam o fim do Regime Militar.

Fez também duas previsões sem precedentes:

Uma, no exercício de seu mandato, diante da insistência de políticos para que o “PT” fosse reconhecido, teria dito: Se vocês querem, então eu vou reconhecer esse Sindicato de ladrões como sendo um Partido (PT).  Mas, não se esqueçam que um dia esse “partido” chegará ao poder e, lá estando, tudo fará para instituir o comunismo no Brasil. Nesse dia, vocês vão querer tirá-lo de lá, e isso, será a custa de muito “Sangue Brasileiro” !

A outra, em seu discurso de despedida: “Fiz até o que parecia impossível, ou seja, a transição do poder na paz, na ordem e sem traumas. Porém, confesso que deixo a Presidência muito preocupado com o que vão fazer com tanta “Democracia e Liberdade”, e o que é pior, com as esquerdas comunistas mais vivas do que nunca, e que num futuro muito próximo, vão lançar o País numa orgia e num mar de lama”.

Em 1987, numa entrevista já como ex-presidente, cunhou uma de suas grandes pérolas: questionado, disse ao jornalista: “Sou Parlamentarista em tese, mas na atual situação do Brasil, defendo o Presidencialismo, com 05(cinco) anos de mandato para o Presidente da República. Ah, para o Sarney, dois dias já é muito!”

NOTAS:

I) Depois de deixar o poder e voltar a viver às próprias expensas, não conseguiu arcar com as despesas do Sítio Dragão, em Petrópolis, do qual se desfez gradativamente, vendendo primeiramente os cavalos (sua grande paixão), e, por fim a propriedade.

II) Não mandou rodar um filme pseudo-biográfico de auto-exaltação e culto do próprio ego, pago com dinheiro público.

III) Não usou dinheiro público para fazer um Parque homenageando a própria mãe.

IV) Nunca entrou no hospital Sírio e Libanês nem no Albert Einstein.

V) Nunca comprou um “Aero-João” de luxo no exterior, andava em aviões da FAB.

VI) Nunca enviou dinheiro do Tesouro Nacional para ajudar outros Países.

VII) Não saiu da “Granja do Torto” acompanhado por 11(onze) caminhões-baú lotados de tudo que é espécie de quinquilharia,  móveis e objetos roubados, em particular um faqueiro de Ouro-18K dado de presente pela Rainha Elizabeth, da Inglaterra, ao então presidente  Arthur da Costa e Silva, juntamente com um Rolls Royce em 1968.

VIII) Era grosso, bronco, transparente, objetivo e direto, falava de maneira simples,  porém corretamente e, nunca exaltou a própria ignorância, até porque, detinha nível  “Superior” de ensino.

IX) Jamais apareceu embriagado em público, nem muito menos com a calça urinada.

X) Nunca fez nenhuma concessão ou conchavo, nem praticou o fisiologismo para obter apoio no Congresso, e nem passou a apoiar notórios larápios desonestos, depois de os haver chamado de ladrões.XI) Quando adoeceu, foi operado no Hospital dos servidores do Estado do Rio de Janeiro.

XII) Faleceu pobre, na noite de Natal de 1999, de insuficiências renal e cardíaca, em seu único imóvel, um apartamento de três quartos e com mais de quarenta anos de construído, em São Conrado, Zona Sul do Rio de Janeiro, onde levava uma vida simples.  Foi velado e sepultado – sem pompas – no Cemitério do Caju.

Mindfullness

Antenado

Já está bastante comprometido pelos buracos, o trecho da BR-267 entre Juiz de Fora e Bicas. Com a anunciada previsão de mais chuvas nos próximos dias, a tendência é que a estrada, que já não tem acostamento, fique cada dia mais perigosa. Todo cuidado é pouco.

*Fonte: Tribuna de Minas – Coluna Cesar Romero – 05/12/2017