Nelson, jequitibá

Nelson de Souza Ramos

Carlos Augusto Machado Veiga – Engenheiro-Arquiteto nota Cem

Passou o aniversário dos 70, do nosso talentoso engenheiro – arquiteto, e ninguém me disse nada. Só o valente e quase centenário hebdomadário “O Município”, registrou com justiça, honra e circunstância, a grande data,

CARLOS AUGUSTO MACHADO VEIGA é patrimônio biquense, também cirurgião dentista, mas de longa data, hábil e vivo articulador político.

Mas trato hoje de mais outra faceta do nosso generoso amigo, que para muitos será motivo de espanto. Refiro-me ao engenheiro-arquiteto, que acaba de deixar para a posteridade consagradora obra.

Com minha mulher e filha, fomos até a fazenda que pertenceu aos pais da querida e grande dama biquense, Conceição Machado Veiga.

Bela propriedade centenária, perdida no tempo, que o nosso brilhante Dr. Bertoldo Machado Veiga adquiriu para que o rico patrimônio não se perdesse.

Incumbiu o irmão Carlos Augusto, o dentista, que cuidasse de sua arcada dentária, com inúmeros dentes já perdidos, outros bem cariados, necessitando urgente de seus cuidados profissionais.

Carlos Augusto iniciou a intervenção cirúrgica, com seu motor de diamante, e emendou as velhas colunas tomadas por cupim, com cimento, cortando as partes doentes, num corajoso e sábio trabalho de cálculo, nível e peso.

E o velho porão, com algumas paredes derrubadas, despontou num amplo salão em toda extensão da sede da fazenda. Transformou uma antiga roda de engrenagem numa original mesa, com tampo de vidro.

Drenou todo o terreno, desviando a água para um ribeirão, plantou grama ao redor da fazenda, árvores e flores. Limpou o avental, e no andar de cima, restabeleceu a cor da pintura do século passado, as gravuras, reformou as portas e janelas, ampliou quartos, e fez no terreiro de café uma capela, com porta de uma igreja antiga.

Construiu cascata, bar, varandas, enfim, palavras não descrevem o que o nosso Niemayer pintou e bordou na propriedade do irmão. É hoje um local de abrir a boca, e encher os olhos e o coração de tanta beleza.

Os administradores de nossa cidade não podem se dar ao luxo, deixando de aproveitar a “genialidade” de Carlos Augusto Machado Veiga.

Aquele privilegiado terreno no coração da cidade e a Rua Cônego João Pio necessitam de urgente tratamento. Porque não solicitarem uma participação do nosso cirurgião dentista.

O local pode se tornar um ponto de referência e atração turística. Ganharemos um pulmão verde, espaço para crianças e áreas de lazer com gramados, árvores e bancos – O Parque dos Operários.

O 70 anos de Carlos Augusto é apenas uma data do tempo físico. Bicas precisa ainda conhecer o avançado espírito criativo, o amadurecimento e o brilho de admirável figura humana, que não envelhece e só nos honra com sua estima e velha amizade.

Salve, salve meu jovem artista, que encanta a natureza.

(Crônica do saudoso Chicre Farhat, publicada no jornal O MUNICÍPIO, em 30 de abril de 2008)

Júlio Cesar Vanni, meio século de trincheira

Júlio Cesar Vanni, meio século de trincheira

Há dias, caro amigo e camarada de longas e duras batalhas me telefonou:

– Rapaz, como o tempo passa. Estou completando cinquenta anos de jornalismo. Consegui viver nessa selva de armadilhas e julgamentos apressados, levianos.

Ele tinha razão. Ainda estava vivo e na trincheira. Seu fôlego determinado, a capacidade de servir, tudo permanecia intacto, com o mesmo combustível alimentando a velha chama: salvar os cofres públicos das velhas aves de rapina, da incompetência.

A postura continua inflexível. Mais que a voz rouca das ruas, sua bravura é um momento de consciência humana. Jamais escreveu para agradar aos poderosos ou render homenagens suspeitas. Nunca o moveu a tola vaidade, de apareceu dizendo coisas que nada acrescentam, sem importância na vida cidade. Massagear o próprio ego, evitando tratar qualquer assunto sério, não faz seu estilo. Baboseiras, não.

Instrumento de trabalho, sua pena é espada e borduna, e civismo, chamamento de responsabilidade, poderosa arma do povo, que o orienta e defende sempre.

No campo raso da luta conheci JÚLIO CÉZAR VANNI à frente do “Jornal do Pequeri”. Também frequentei suas páginas com minhas labaredas. Enquanto viveu o jornal, foi intensa a barragem de fogo contra a mediocridade e a mentira dos politiqueiros vazios, tontos. E caiu de pé, atirando até o último cartucho, sem rendição.

Nossa região deve muito a JÚLIO VANNI. Incalculável fortuna. Quantas tolices e prejuízos evitou, quantos benefícios trouxe com a crítica lúcida, seu claro espírito público. Reivindicou e brigou de peito aberto. Mas nunca se dobrou. Em primeiro e único lugar vinha o interesse da coletividade.

Não preciso destacar aqui suas corajosas campanhas. Tantas foram, que atravessam e enobrecem todos esses cinquenta anos, com a luminosidade de um esplendor solar. Quem duvidar basta ler suas colunas nos vários jornais em que ainda escreve, com fecundidade de causar inveja. É um oceano profundo de amor à vida e a dignidade.

Combatente firma, nada arrefece o entusiasmo de JÚLIO CÉSAR VANNI, tal o apetite de estar na linha de frente, sem nunca faltar pólvora. Viajante compulsivo, traz de outros países a visão madura dos acontecimentos e transmite toda sua experiência através de uma prosa didática, cheia de ensinamentos. Nada escapa ao seu faro de professor-repórter apresentando sempre a mais colorida e rica lição.

Como aviso às gerações, merecia uma estátua de corpo inteiro à entrada de sua terra, homenageando o autêntico inconfidente de ideias, desbravador da cultura.

Quem ali chegasse, ao ver o monumento seria impregnado da força vital, de ígnea esperança e altivez desse transformador inconformismo abençoado de frutos generosos.

Dessa matéria se constrói o futuro. Dessa argamassa se erguem as cidades. Dessa fibra nascem os homens que comandam os destinos de outros homens. Os idealistas têm a marca da grandeza – e só dela se edifica a obra consagradora, que fica na no bronze da história e no coração do povo.

(Crônica do saudoso Chicre Farhat, publicada no jornal O MUNICÍPIO, em 31 de dezembro de 1999)

Nem tudo está perdido

Felipe Abrahão 

(Crônica do saudoso Chicre Farhat, publicada no jornal O MUNICÍPIO, em 30 de novembro de 1999)

A fortaleza da ternura

Maria da Glória Fávero Retto

Há pessoas que marcam um destino e definem uma época. No jeito de ser, no recato e pudor de singela vida.

Não é a rumorosa presença, sob as luzes do exibicionismo, da ostentação vazia, distante dos livros e das reflexões responsáveis.

Não é a atividade empresarial, o frio balcão de negócios, os lances duvidosos na ambição de grandes fortunas. Conheço alguns cofres humanos…

Tão pouco refiro-me às lutadoras que ganham as batalhas em profissões liberais e revolucionam o convívio social de um novo tempo.

Não. A personagem de que vos falo é a mulher do lar, a dona de casa que cria seu mundo próprio junto do marido, dos filhos e netos, no suceder das gerações.

Aquela criatura suave que abandonou o campo da feroz disputa, das ilusões passageiras, e se voltou unicamente para a definitiva estrutura, o alicerce familiar erguido no exemplo e na honra.

Bendito o país que pudesse ter em sua maioria lares assim construídos nos pilares da renúncia e no amor solidário. Outro seria nosso destino. A cidadania desperta ali, naquele calor humano, no respeito aos valores permanentes do espírito, na lição generosa aprendida desde cedo. De aconchego moral tão rico nasce o líder verdadeiro, sem ressentimento ou frustração, de amplo horizonte.

Em sua singularidade, MARIA DA GLÓRIA FÁVERO RETTO é bem o estilo inconfundível da mulher mineira do que ela tem de mais tradicional e autêntico, trazendo aos que ela convive a certeza de sua presença atenta.

A casa é sua fortaleza. Nela Glória Retto edificou um templo de paz. Ninguém desconsolado e triste deixará de colher a flor da compreensão, do sonho e carinho. Não há mágoa que resista o sereno otimismo de seu limpo coração.

Em horas de lazer, Glória Retto borda. Sua rara habilidade é proclamada aos quatro ventos. Mas a expressão maior do seu talento vem da tessitura humana, que soube organizar em torno de si, no abençoado trabalho de ternura.

Ainda há pouco, ela saiu da reclusão, preocupada com a saúde, para nos prestar solidariedade. Como sempre, a querida dama não se omitiu no momento da dor.

Antiga crença diz que ao lado de todo grande homem há uma grande mulher. Certa ou errada a asserção, no seu caso, porém, confirma-se plenamente a sabedoria popular: ela foi por mais de três décadas a esposa inexcedível de Francisco Retto Filho, notável figura de cidadão.

No seu canto, quieta, Glória Retto protege e ampara. No silêncio, ela diz tudo.

Que contribuição maior pode dar à sua gente tão belo comportamento? Em seu viver há grandeza, diferentes caminhos de participação. Presidiu o Lactário, colaborou com a Caixa Escolar, em diversas obras assistenciais.

Abdicou das vaidades, fugiu dos perversos. Fazendeira do Taruaçu, seu universo é um doce pomar de frutos maduros, onde brota as águas das fontes, que revigora a caminhante e o guerreiro encontra sombra e repouso.

(Crônica do saudoso Chicre Farhat, publicada no jornal O MUNICÍPIO,
em 30 de novembro de 1995)

Wantuil Medeiros, onde estiver

(Crônica do saudoso Chicre Farhat, publicada no jornal O MUNICÍPIO,
em 10 de agosto de 2006)

IVAN BOTELHO – MINEIRO UNIVERSAL

Ivan Botelho

O presidente do Conselho da CATAGUAZES-LEOPOLDINA, IVAN BOTELHO, disse que a nova usina termelétrica a ser construída em Juiz de Fora, até final de 2002, terá capacidade de 103 MV de potência, 820 GHW/ano, em energia, suficiente para abastecer 340 mil residências, criará 150 empregos durante as obras e mais 25, quando em operação, no mês de outubro deste ano.

A usina termelétrica utilizará moderna tecnologia de geração térmica a gás, de comprovada eficiência, a PRIMEIRA EM MINAS. Até 2003, IVAN BOTELHO fará, além da termelétrica, CINCO USINAS HIDRELÉTRICAS.

Este é o IVAN BOTELHO que conheço, diplomado em universidades americanas e filho de exemplar figura humana, o nosso saudoso Dr. ORMEU JUNQUEIRA. Quando candidatei-me a deputado estadual, honrou-me fazer dobradinha, em algumas cidades, com seu ilustre pai, eleito consagradoramente deputado federal pela UDN.

Infelizmente, Dr. ORMEU cedo enjoou de um Parlamento, que discute há meio século leis fundamentais à modernização do país: os CÓDIGOS CIVIL E PENAL. Civilizado, fina cultura, empresário pioneiro, comandando fábricas de tecidos, papel, jornais, a CATAGUAZES-LEOPOLDINA, o Banco Ribeiro Junqueira e outros empreendimentos, logo sentiu no apurado olfato, a pequenez da vida pública, recheada de profissionais do vazio e do atraso. Não era sua seara o campo de ação do fazedor de coisas, contemporâneo do futuro.

Ao filho engenheiro IVAN BOTELHO deixou a liderança do imenso império. Mas antes o enviou ao exterior para cursos do que havia de mais avançado no mundo. IVAN seguiu a trilha vitoriosa do pai, ampliou iniciativas e negócios Brasil afora, com empresas em estados nordestinos.

Irmão do Gilberto, meu colega de Universidade e no Banco do Brasil, IVAN é companheiro de caminhada no Leblon, onde sempre extraio do seu talento e atualizada sensibilidade ensinamentos da nova política de globalização, que empolga as nações.

Estudioso, valente para mudar o curso dos acontecimentos – políticos ou da natureza – IVAN BOTELHO mantém-se na cúpula dos que buscam não ser jamais ultrapassados da constante evolução tecnológica. É permanente viajante procurando novidades do engenho humano.      

Eis o capitão de indústria da Zona da Mata, espírito universal, e profundas raízes progressistas, que precisamos, capaz de remover montanhas, no melhor sentido bíblico. Nada o impede de abrir horizontes, no ritmo dos autênticos desbravadores.

Quase o tivemos candidato a deputado federal. A família o dissuadiu. Mas o que apreendi da privilegiada inteligência, esse mineiro de Leopoldina é o talhe de voos bem acima da triste mediocridade reinante. Estrela de primeira grandeza, necessitamos de IVAN BOTELHO em Postos Públicos relevantes, onde tem faltado, de há muito, a marca superior dos criadores de riquezas, trabalho e justiça social.

Cansamos da mesmice frouxa e incapaz, do blá-blá-blá rançoso, dos que nada mais têm a dizer ou fazer! Ergamo-nos em favor do povo tão sofrido. O Brasil exige gente preparada, audaciosa, e não fantoches primários e estadistas do fundo do quintal.

(Crônica do saudoso Chicre Farhat, publicada no jornal O MUNICÍPIO,
em 30 setembro de 2001)

Nota do jornal /  O engenheiro eletricista Ivan Muller Botelho é presidente do Conselho de Administração da ENERGISA – empresa criada em 1905 por sua família e que hoje ocupa a posição de sexta maior distribuidora de energia do país, com mais de seis milhões de consumidores.

FAMÍLIA  COELHO – Barão de Catas Altas, 367

Perfis biquenses

Na década de 80 e 90, Chicre Farhat escreveu várias crônicas para O MUNICÍPIO sobre personalidades biquenses, ressaltando nelas qualidades de caráter e de personalidade, muitas vezes despercebidos no dia a dia. Verdadeiras pérolas que, em novembro de 1983, foram reunidas em uma publicação lançada pelo prefeito Gilson Lamha. Posteriormente, Chicre continuou a usar sua brilhante mente para enaltecer outras personalidades. Assim sendo, em homenagem ao autor e aos seus personagens, tudo será republicado.

Família  Coelho 

 

De longa data, faço os “Perfis Biquenses”. Em seu segundo mandato, o prefeito Gilson Lamha mandou publicar uma coletânea, como incentivo e lição aos jovens.

Em sentido didático venho destacando aqueles que têm dado seu tributo em favor do bem comum, contribuindo decisivamente parta melhorar a qualidade de vida de nossa terra.

Muita gente já desfilou pelas páginas de “O MUNICÍPIO”. Nesta altura, creio ter retratado bem meia centena de conterrâneos.

Hoje volto com o maior prazer para distinguir o casal Maria da Conceição Schettino e Oswaldo Coelho e os filhos Eliane e William.

Visitei a farmácia, uma das melhores de Bicas, sob o comando da advogada Eliane, que alia a viva inteligência com a envolvente simpatia. Sua radiosa presença talvez cure mais do que muitos remédios.

Levado ao interior da casa pelo outro filho do casal, o talentoso engenheiro William, deparei-me com uma obra singular, moderna, funcional, sem deixar de lado o requintado bom gosto das peças.

Ocupando todo um quarteirão, o jovem Willian deixou seu timbre refinado em cada detalhe do belo conjunto arquitetônico, com o projeto de expansão já determinado, como agora aconteceu com a inauguração da “Toca do Coelho”.

Maria Schettino (a sempre estimada Mariquinhas) e Oswaldo Coelho construíram no trabalho e na fé, extraordinária iniciativa empresarial, que seus filhos exemplares comandam com argúcia e visão.

Amiga de minha família, a queridíssima Mariquinhas tem sempre uma palavra de carinho e aplauso. Solidária, generosa, atenta, quem não gostaria de ter ao seu lado uma uma criatura da estirpe de Mariquinhas. Eu diria que na Rua do Barão mora uma baronesa de alta fidalguia.

Seria fácil e cômodo para ela cuidar só dos seus interesses, da família, distanciando-se de tudo que não seja ambição pessoal. Mas não é assim seu coração. Esse calor humano é benção, a marca divina do amor ao próximo.

Fiel à sua gente, à terra natal, a devotada conterrânea bem merece a vitória de sua límpida caminhada, sem atropelo ou amargura.

É terrível suportar a fria indiferença, a gélida incompreensão do egoísmo, ou assistir a empavonada ostentação vazia, que nada faz pelos outros. É duro enfrentar o cruel muro de pedra, a fortaleza dos omissos fariseus. Como é triste a solidão dos frustrados e ressentidos.

A família Coelho não se esconde, estende a mão fraterna. Mariquinhas, Oswaldo, Eliane e William são meus amigos. E a amizade é o maior presente da vida.

(Publicado no jornal O MUNICÍPIO, de 31 janeiro de 1994)

A GRANDE DAMA:  D. Zélia Monteiro da Silva Rebouças

D. Zélia Monteiro da Silva Rebouças

Uma cidade não se destaca apenas pelo seu progresso material. Por vezes isso até não acontece. Seu nome e legenda vêm à tona devido à qualidade de homens e mulheres que a habitam ou ali nasceram.

Bicas tem sido pródiga de figuras admiráveis, que venho revelando para lição e exemplo às gerações. Pessoas que deixaram marcas profundas nos diferentes segmentos sociais, contribuindo para nossa emancipação cultural e política. Ainda agora vou lhes contar em traço sucinto a bela trajetória de uma criatura singular, que em singeleza e recato, foi inspiração e força de um dos maiores prefeitos de toda nossa história.

Que outra credencial lhe faltaria para colocá-la entre os vultos que influenciam, decidem e mudam o curso dos acontecimentos? Algum tempo atrás, mandamos rezar missa pelo centenário de nascimento de meu pai. Para nosso conforto e emoção, fomos surpreendidos pela sua presença na igreja. Fizemos uma cerimônia simples, íntima, sem convite, com a participação apenas de familiares. Mas fomos vistos ingressando no templo. E isso bastou para que tivéssemos entre nós num gesto comovedor de carinho essa grande dama.

Presente em todos os momentos da vida biquense, nos lançamentos de meus livros “Por que matei o padre” e “A culpa dos inocentes”, ela estava lá, incentivadora.

A professora Zélia Monteiro da Silva Rebouças é mãe orgulhosa de Angélica, a vitoriosa odontóloga e brilhante colunista, que marca radiosa presença na sociedade de Juiz de Fora. O outro filho Amílcar, engenheiro talentoso, de consagrados trabalhos, tornou-se desde cedo um profissional respeitado.

Filha de Matheus Monteiro da Silva, o saudoso querido Dr. Matheus, dentista de quase toda Bicas, no seu tempo, líder católico e destacado homem público. Zélia manteve intacto ao longo dos anos todos esses altos valores de convívio humano, que recebeu e soube transmiti-los com firmeza e ternura.

Quando existe tanta contrafação, o vazio da futilidade, a frieza mesquinha dos omissos, é justo e didático destacar as virtudes soberanas que ornamentam o caráter participativo de Zélia Monteiro da Silva Rebouças. A caminhada de uma comunidade por melhores dias passa necessariamente por pessoas de espírito superior, criaturas como Zélia, que sabem imprimir na conduta de um ideal, a grandeza da mulher, o calor humano do companheirismo, que doa e enriquece mentes e corações.

(Publicado no jornal O MUNICÍPIO, de 31 janeiro de 1994)

Edamir, meu irmão