Barra limpíssima
Aquele burburinho mostrava que a folia prometia. Do outro lado da calçada, encostados no muro da casa do Pedro Machado ou sentados na linha do trem, era aquele mundaréu de gente esperando a banda do Luiz de Deus entrar em ação lá dentro…
Além dos foliões, também, os ambulantes pegavam carona na noite. Carrinho de cachorro quente, pipocas e lança-perfume, eram alguns dos itens do comércio paralelo que abrilhantava o carnaval do povão, do lado de fora.
Prestes a começar, se via foliões fantasiados com mascaras, roupas extravagantes e coisa e tal… O prédio do Barra Limpa funcionava numa antiga fábrica, tinha uma acústica meia boca, mas ninguém dava bola para isso.
O teto numa altura acima do normal, ajudava a ventilação, deixando o povão mais arejado… Quando os metais da orquestra davam início ao tão esperado momento, a aura carnavalesca dos biquenses explodia de alegria, tanto dentro como fora do clube mais efémero que Bicas já teve… Bicas entre confetes e serpentinas.