Viagem do nada ao tudo
Nem sempre temos algo a dizer. Nem sempre o que temos a dizer é útil. Vários dias se passaram desde a minha última postagem na coluna do jornal e nesse intervalo de tempo imaginei inúmeros temas que poderiam servir de referência para uma boa redação. No entanto, todos eles seriam mais do mesmo e se escrevesse sobre tais, estaria na verdade chovendo no molhado e não acrescentando nada de bom à atenção de todos os que se dispõem a dedicar um instante de seu dia para ler algumas das frases que aqui escrevo. Sendo assim, decidi escrever sobre esse processo sem saber ao certo em que ponto chegarei. Como sempre, algo guiará os caminhos das palavras e as conduzirão ao melhor objetivo.
Creio que toda essa abstinência de assunto seja um reflexo de tudo o que estamos vivendo hoje em dia. As informações se repetem como produtos fabricados em série. Vivemos o ciclo do modismo e às vezes a simples possibilidade de repetir algo já insistentemente massificado é consideravelmente desanimadora.
Falar sobre violência, crise, costumes, política… acredito que nada disso fará mudar o cenário desastroso de nosso país. Bom mesmo é falar de esperança. E por mais que tenhamos dificuldades em encontrá-la, podemos ter certeza de que ela sempre existirá para aqueles que acreditam nela.
A maior parte das pessoas que se humilham por um pedaço de pão, na verdade mesmo estão necessitadas de uma migalha que seja de esperança; visto que a dificuldade que enfrentam não deve ser permanente se elas não deixarem. É preciso acreditar que o futuro começa daqui a um segundo e que ele só depende do que faremos com ele. 90% das pessoas que dizem “eu não consigo”, sequer reservaram 5 minutos para tentar; e se tentaram, desistiram antes mesmo de pensar em aprender.
O bloqueio que criamos em nosso inconsciente é a chave que nos isola das inúmeras possibilidades que poderíamos vivenciar e que acabamos cerceando de nós mesmos. O que muitos chamam de inteligência é antes de mais nada, humildade. Humildade em reconhecer que é dono de uma incrível ignorância e que através de sua curiosidade e persistência pode se tornar alguém um pouco mais pensante. Importante frisar que inteligência em nada se confunde com conhecimento. Qual a diferença entre ambos? Deixo aqui um tema para o dever de casa de quem se dispuser a pesquisar. Como sugestão, cito “Inocência, Conhecimento de Encantamento” de Osho. Um incrível livro de aprimoramento pessoal.
Ao fim dessa pequena caminhada percorrida desde a primeira frase do texto, cheguei a um ponto um pouco mais lúcido em comparação ao de onde parti. Não queria falar de 2018, ou de Copa do Mundo, eleições ou do Lula. Queria algo diferente, assim como quero que as pessoas que leem minha coluna sintam algo diferente e se mostrem à sociedade como seres humanos críticos e humildes. Sabedores de sua pequenez, mas extremamente capazes de enxergar em si e em todos os seus irmãos espalhados pelo planeta Terra a incrível grandeza que existe dentro de cada simples coração.