Uma volta no tempo IX

Em casa, de bobeira, o jeito é dar uma volta no tempo e relembrar notas da Coluna do Zé Arnaldo, na internet… Como vem aí o Dia dos Pais, seguem abaixo o poema Olhos de primeira vez; no entanto, antes, vai pro ar a nota Marcela. Data da publicação: 26 de maio de 2002…

Marcela

Vou contar o que está acontecendo com Marcela, filha de Rita  Bello e Luiz Sérgio Oliveira Santos (Serginho Abacate), residentes em Belo Horizonte. A linda menina de 9 anos e olhos fascinantes meteu-se a contar histórias e fazer poesias que nem gente grande. Assim, um novo mundo se abriu para a bela, a ponto de ter virado reportagem por duas vezes no jornal Estado de Minas.

Fala, Marcela: “Eu me interessei mesmo quando tinha uns quatro anos. Meu pai me colocou no balé e lá sempre tinha apresentações. Aos cinco ou seis anos, acabei tendo de representar uma menina que acordava seus brinquedos ao tocar neles. Assim, eu dançava e os brinquedos, que eram as outras meninas, me imitavam”.

Fato é que os colegas de escola da gata não são mais os únicos privilegiados que escutam as histórias. A artista deu show, como uma profissional, ao animar a platéia no Projeto Era uma vez…, promovido pela Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de BH. Marcela não tremeu e representou numa boa para um montão de gente.

Pra viver os personagens no palco, esmera-se nas suas expressões físicas e sentimentais. Vale reservar um tempo para vê-la interpretando a fábula “Família BotãoGude”, que criou brincando com o sr. Cléber, seu bisavô. Conta aí, Marcela: “Tudo que acontece de engraçado comigo, eu acabo inventando, aumentando e transformando em história”.

Para ter boas idéias, presta atenção em tudo ao seu redor. “Olho para tudo com um olhar diferente. Todo objeto, por mais comum que seja, pode ser o protagonista de uma boa história. Olho para as coisas, e elas começam a se mexer. Assim nascem as minhas histórias.”

A mina admite que a boa leitura é o canal. “Leio pela manhã, à noite e na hora do recreio. É bom, meu cérebro movimenta, vem um monte de histórias na cabeça, e fico empolgada. Quando leio, não uso só os olhos, mas a imaginação”.

OLHOS DE PRIMEIRA VEZ

Já imaginou… alguma vez…
Alguém… te olhar com olhos de primeira vez?

Pessoas olham para você
Mas você nunca viu elas
Não sabe quem são
Não tem contato com nenhuma delas

Mas tem pessoas que você jamais esquece
Aquela que você vê como se fosse uma flor na sua vida

Não tive oportunidade de te ver primeiro
Nem segundo
Nem terceiro

Mas quando te vi, percebi
Você seria importante na minha vida

Não sabia se você era meu tio, parente ou amigo
Se era feio, velho ou bonito

Mas o tempo passa e descobri que você era meu pai
O tempo passa mais rápido e você já era um tesouro na minha vida

Hoje te vejo por fora com um olhar infinito
Mas acho que lá dentro ainda tem coisas que tenho que descobrir mais

Escrevi esta poesia para te falar que te amo demais

Poema, de autoria da Marcela, em homenagem ao seu pai