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Raízes medicinais
De quando em quando, eu era requisitado para ir até a matinha pegar raízes para fazer chás, unguentos, emplastros e afins. Dona Benedita, que era mãe da comadre da minha mãe, ia subindo a escada de casa e gritava: “Comadre, me empresta seu menino que eu preciso
dele…”
Essa era a senha para eu ir pegar atrás do galinheiro minha machadinha e um facão. Dona Benedita tinha um conhecimento sobre o assunto que parecia uma doutora. Chegava com um saco de estopa e um canivete afiado para confirmar as procedências das raízes…
Com o seu inseparável cachimbo, lenço na cabeça e bom papo, me conduzia até o local onde invariavelmente acertava o que queria… Meu trabalho era braçal. Com a ponta do facão, descobria a raiz e com a machadinha cortava somente o necessário. Depois cobria novamente
o local.
Dona Benedita, na sua sabedoria, dizia: “Não pode judiar muito da planta…” Quando
voltávamos com o suficiente para suas demandas, ela me agradecia e me dava uns trocados para comprar picolé…
Infusão biquense!