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A morte do suíno

Depois de mais de seis meses que o porco estava no chiqueiro, meu pai me pediu para recolher o máximo de folhas secas de bananeira. Era para o sacrifício do capado. As folhas serviam para sapecar seu couro. Na outra frente apareciam as facas amoladas, tachos e todos os outros apetrechos…

Antes do dia clarear, Romão deu um golpe certeiro no coração, e o berro do suíno acordou a vizinhança. Era comum esse acontecimento em muitas casas naquele tempo.

Depois de sapecado, raspado e lavado, o porco era devidamente destrinchado. Toda a família participava, cortando o toucinho e separando as partes. O produto principal era a gordura, pois quase não se cozinhava com óleo naquela época.

Mais tarde, quando estava terminando o serviço, minha mãe preparava alguns pratos com torresmo, chouriço e outros pedaços para eu entregar aos vizinhos. Fazia parte do ritual.

Nunca os pratos voltavam vazios e assim nossa comunidade estava sempre ligada numa parceria de irmandade e convivência pacífica…

Bicas vivendo bem!