Um causo à parte / Memórias
Num entardecer
Quando minha mãe dizia: “Vamos sentar lá no Grupo”, era a senha para eu dar cambalhotas de alegria… Existia uma mureta que cercava o gramado do Grupo, que, na verdade, funcionava como um banco imenso. Tinha uns 50 metros de extensão, mas o que me dava contentamento era a certeza de comprar o picolé do Pedro Machado.
Minha mãe levava sempre um dinheirinho para isso. Enquanto ela conversava com as amigas, eu já estava na fila do picolé. O estabelecimento era uma uma mistura de sorveteria e bar. Tinha um atendimento muito legal. Tanto ele, como sua esposa, Aparecida, faziam questão que nós saíssemos de lá contentes…
Drops Dulcora, chiclete Ping-pong, salgadinhos e tudo que a criançada gostava. Mas, o nosso principal motivo ali era o picolé… Meu favorito, o de creme. Tinha vários sabores: amendoim torradinho, e o de coco, com uns pedacinhos que no final nós mastigávamos.
Entre um picolé e outro, brincávamos de pique na grama do Grupo, íamos até a pracinha dos aposentados, subíamos na grade do hospital, enfim, deitávamos e rolávamos…
Bicas, criança!