Um causo à parte / Memórias
Macumba na encruzilhada
Noite alta de sexta-feira, nossa turma mista, com crianças e jovens, estava voltando pra casa. Avistamos as velas acesas na encruzilhada da Baeta Neves com a José Soares, no pé da ponte.
Um despacho feito com todo esmero; galinha preta, cocadas, velas coloridas, cachaça e um alguidar, cheio de farofa. Formigueiro foi logo pegando a pinga, abriu a garrafa com os dentes e tomou um gole. Panelão encheu os bolsos de cocadas e saiu comendo, Lelé pegou carona na pinga e, por cima, chutou a galinha pra dentro do córrego, enquanto Otto mijou nas velas…
No outro dia de manhã, estávamos sentados na ponte falando sobre o acontecido e aí chegou o Formigueiro reclamando de ter passado mal e com uma dor de cabeça desgraçada.
Logo em seguida, Lelé surge mancando com o pé parecendo uma pata de elefante. Depois veio o Panelão dizendo que estava com piriri.
Dona Vitalina, mãe do Mosquito, passava por ali, escutou nossa conversa e sentenciou: “Vocês precisam respeitar a crença dos outros… Uma hora dessas a conta vem mais alta”.
Nós ficamos meio sem graça, quando o Lelé falou: “É, Dona Virtalina tá certa, precisamos criar juízo”.
Bicas mestra…