Um causo à parte / Memórias
Lá vem o trem
Um dia qualquer nos tempos idos, nossa Estação Ferroviária parecia um formigueiro, de tanta gente. Antes da chegada do “Expresso ou do Misto”, que coincidia com o horário de pico, era muito gostoso sentir a pujança de nossa querida Bicas.
Na ponta esquerda da Estação, estava o Sr. Nicolino contando mais uma de suas mentiras para o Balanga e o Ciro Malaquias, que fingiam acreditar. Do lado direito da plataforma, tinha o cafezinho da Dona Guiomar, com seus quitutes deliciosos. No balcão, saboreando um bolo de fubá, enquanto esperava o trem, João Marques com o carrinho para levar as correspondências dos Correios.
A Maria Fumaça apontou lá perto da Casa do Compadre, e o burburinho foi se formando. Nessa hora, o Sr. Antônio Marques, com seu uniforme caqui e quepe vermelho, chamava a atenção do Abrantes para não esquecer de verificar se a carga que ia para Pequeri estava certa.
Gente se movimentando com as passagens nas mãos… Zé do Onofre colocando seu guarda-pó para seguir viagem…
Bicas agitadíssima!