Serenata pro meu brotinho
Eu estava indo para o Estadual com meus colegas, quando uma amiga do meu brotinho me parou e me entregou um bilhetinho. Alvaro, muito esperto, brincou, “Xi… lá vem dor de cotovelo de novo”. Maurício Vidon foi mais enfático: “Pé no traseiro”. Coloquei o papelzinho no bolso e me fechei. Até a portaria, foi só gozação.
Durante a aula de Moral e Cívica, do prof. Aníbal, tirei discretamente o bilhetinho e comecei a ler. Para o meu alívio, meu brotinho estava é com saudades das serenatas, pois já havia passado mais de mês e nada…
Já existia naquela época o som da madrugada com vinil na vitrola. A parada técnica foi por causa de um desacordo empresarial. Minha irmã que emprestava a vitrola portátil queria que nós pagássemos o estrago que foi de nossa culpa, mas todo mundo duro e fomos enrolando…
Depois da aula, Im me disse que também recebeu um bilhetinho parecido… Demos um jeito, fizemos uma vaquinha e fomos ao Fenelon, pagamos e retiramos nosso instrumento de trabalho noturno e acertamos os ponteiros com minha irmã.
Mandei um recado pro brotinho, dizendo que sexta-feira estaríamos de volta. No dia, encontrei com ela. Foi quando me falou que, debaixo do alpendre, atrás do vaso de antúrio, teria uma surpresa pra nós. Cinzano, Vodka e salgadinhos. O repertório foi caprichado: Run to me, Yesterday, The end, Carinhoso e tantas outras…. Bicas na seresta.