2018, ano de eleições e momento em que os nossos corações estarão repletos de sentimentos como: esperança, incredulidade, confiança e desânimo. Contraditórios e ao mesmo tempo complementares, tais sentimentos se alternam na balança do bom senso dos cidadãos conscientes que, por uma questão de escolha ou pura falta de opção, ainda permanecem no território brasileiro.
Ao vermos a novela Deus Salve o Rei, da rede Globo de televisão, percebemos o quão sutil e ao mesmo tempo incisiva é a crítica levantada pela emissora. O povo sempre sofre para arcar com os caprichos de um rei fútil. Impostos são criados para que comerciantes possam trabalhar, para que carroceiros possam estacionar suas carroças e para que qualquer um consiga atravessar a ponte que chega à cidade. Alguma semelhança com a nossa realidade atual?
Não é de hoje que pagamos pelos luxos e regalias de nossa classe governante. Impostos sobre impostos, pedágios, taxas absurdas como a instituição de áreas azuis nas cidades, onde temos que pagar para estacionar nossos veículos em espaços teoricamente públicos, e em contrapartida, não recebemos qualquer garantia de segurança e de integridade de nossos bens enquanto eles permanecem nos referidos locais.
Lamentável olhar para o nosso país e ver que de nada adianta esbravejarmos aos quatro cantos, pois simplesmente, quem faz as leis sempre encontra um meio de interpretá-las a seu gosto. Os três poderes são falhos e com as suas doses de corrupção instaladas e operantes. Ricos sempre ganham privilégios em relação aos pobres. O mal se impregnou nas casas governantes do país. Esse não é um “privilégio” exclusivo de Brasília.
Daqui a alguns meses as pessoas gritarão nomes de candidatos como se os mesmos fossem deuses, salvadores da pátria, na ilusão de que a partir de primeiro de janeiro de 2019 tudo seja diferente. Pessimismo à parte, não se muda uma forma de pensar e muito menos um sistema de governo da noite para o dia. Todos os candidatos que se mostrarem nestas eleições já terão os seus conchavos políticos e suas “obrigações” de campanha para com os seus coligados. É uma verdadeira troca de favores, senhores. Me ajude a ganhar que lhe dou um ministério. Depois é só fingir que não sabe de nada como um certo ex-presidente faz e está tudo certo.
As pessoas não acreditam em seus próprios erros. Preferem idolatrar um idiota do que se auto assumirem um. Há um ditado que diz algo semelhante a isso: o melhor modo de se evitar uma fuga de um presídio é fazer com que todos pensem que não estão presos. Assim acontece no Brasil durante décadas e décadas. Mantiveram o brasileiro acreditando que estavam fazendo tudo por ele, enquanto na verdade, estavam se divertindo às custas de sua ingenuidade e falta de conhecimento.
Várias são as pessoas que defendem a educação como a única forma de se mudar o país, e eu fico feliz ao ouvir tal afirmação. No entanto, não basta uma educação voltada para a formação acadêmica e produção de pessoas repetidoras de informações literárias. Precisamos de pessoas críticas! Que saibam se impor, pensar, que queiram propor um novo modelo de vida para si próprias e para as novas gerações.
Vivemos um grande avanço tecnológico e um imenso retrocesso cultural. As pessoas passam horas conversando em redes sociais sobre assuntos banais e não se preocupam em saber o que certos engravatados estão conversando num tal de STF. Ter o mínimo de curiosidade para sair da zona de conforto e tentar se inteirar de assuntos não muito agradáveis e pouco usuais para a grande massa do país, pode ser o divisor de águas entre se tornar um entendedor de seus direitos e deveres como cidadão; e um completo alienado emburrecido e escravizado pelo sistema político do país.