Inversão de valores: uma sociedade em ruínas
Guerras, tráfico, ofensas. Agressões, roubo, morte. Alcoolismo, sexo livre, drogas. Raiva, vingança, ódio. A lista pode se estender por muitas outras frases e parágrafos, mas citar o que já é sabido de todos é como chover no molhado. Estamos presos a um mundo incrivelmente competente em nos fazer chorar. Todos os dias temos motivos suficientes para pensar em desistir. No entanto, o significado de tudo o que está a nossa volta está justamente na persistência, no que fazemos com as sombras que encontramos pelo caminho. O que você faz com suas sombras?
Todos nós passamos por momentos de escuridão, porém, ao parar para refletir sobre o mundo percebo que seus momentos sombrios são densos e constantes. Intercalados em ciclos mais ou menos simétricos, nos dão a impressão de que ainda há muito o que aprendermos. Vivemos a cultura do agora. Muitas são as pessoas que agem por impulso e não se preocupam com o amanhã. Muitas são as que só se preocupam com o amanhã e esquecem de viver o agora.
Se alimentam de uma música poluída que a mídia insiste em jogar para dentro de nossos ouvidos. Repetem suas pseudo letras sem se importarem com a mensagem transmitida. Bebem “socialmente” para se encaixarem numa sociedade insociável. Estimulam a violência e veem no acerto de contas a melhor maneira de estarem quites consigo mesmas. Se encorajam atrás de perfis virtuais e se transformam em criaturas indefesas ao verem a máscara cair no mundo real.
Atribuem qualidades negativas aos outros a fim de uma ilusória projeção comparativa. São astros no teatro de suas próprias mentes e verdadeiros espectadores na real arte de viver. Necessitam de um líder para tudo o que fazem, e mesmo assim insistem em dizer que são donos de suas próprias vidas e fazem o que bem entendem. Altamente influenciáveis, se nutrem do que não lhes faz falta e deixam o essencial escapar pelos seus dedos em cada nova manobra de marketing do mundo dos negócios. Compram o que não precisam, gastam o que não têm, são o que não são e pensam o que lhes induzem a pensar.
Sempre ouvimos que a única certeza de que temos na vida é a morte. Então, poderíamos dizer que a vida é uma estrada com destino à certeza e repleta de incertezas pelo caminho. Difícil entender? Pode ter certeza de que é mais difícil do que parece.
O que é ser humano? Cheguei a escrever uma definição após tal pergunta, mas optei por deixar que cada um pense a respeito e atribua o que melhor convir à tal questão. Quais valores você mais preza? Qual a sua missão? O que conquistou além de sua carreira de sucesso ou seu fracasso pessoal? Onde encontra forças para acordar todos os dias e buscar se superar sempre? Onde deseja ancorar suas incertezas até que a popular “única certeza” lhe encontre?
Que catem os cacos do que restar, mas que não deixem de se reerguerem após as sucessivas quedas. Que chorem após se lamentar, mas que sequem todas as gotas de suas lágrimas. E acima de tudo, que aprendam com seus erros e façam deles verdadeiros exemplos.
O mundo não está errado. As pessoas estão. O mundo não é perigoso. As pessoas o fazem assim. Que não apenas fiquemos esperando os valores se reorganizarem em seus devidos lugares, mas que possamos dar a nossa contribuição para uma verdadeira mudança de comportamentos e virtudes em nossos semelhantes, como também em nós mesmos. O mundo precisa de bons exemplos. O mundo precisa de você! O que tem a oferecer para o mundo que você viver? Pense, repense e aja. Somos todos tripulantes do mesmo barco lutando para que ele não afunde.