Somos parte da história
Alívio! Nenhuma outra palavra expressaria melhor a sensação que milhões de brasileiros estão sentindo neste momento. Expulsar uma quadrilha do poder realmente não tem preço. Neste artigo quero externar minha visão sobre alguns pontos que presenciei nos últimos dias em que estivemos envolvidos no pleito eleitoral.
Há um ano resolvi me abster de qualquer manifestação em redes sociais. Entretanto, parar 5 minutos que seja para ver o que as pessoas publicam nestes meios de comunicação é algo um tanto quanto desagradável, mesmo que para um mero espectador. O território de um facebook se tornou um ambiente extremamente hostil.
Neste período pude me surpreender positiva e negativamente com pessoas variadas. Algumas com teses fundadas em argumentos contundentes e outras sob influência de forte doutrinação. É lamentável o que vemos acontecer ainda em nossas escolas e universidades públicas. Ambientes destinados ao ensino sendo utilizados para a formação de militantes partidários. O professor não deve fazer com que os alunos pensem como ele, e sim estimular que pensem por si próprios. Vejo isso com muita tristeza, pois em minha vida estudantil pude sentir tal prática na pele e me incomodava por tais influências acontecerem bem debaixo do meu nariz. Hoje, ao ver alguns de meus ex-professores persistindo em tais práticas, desejo profundamente que suas opiniões pessoais não estejam saindo do computador e indo parar dentro da sala de aula, como acontecia em minha época.
Sempre fui um aluno questionador e muitas das vezes não me conformava com o que me era repassado. Assim, desenvolvi um lado chato que sempre buscou uma informação complementar. Isso de certa forma me fez pensar fora da caixinha. E é este sentimento de pensar por si próprio que considero fundamental numa sociedade realmente evoluída.
O socialismo é algo utópico e contra as leis da vida. É do instinto humano acumular bens para o seu conforto. Capitalismo não quer dizer falta de coletivismo ou de solidariedade. Isso, no entanto, se aplica aos que vendem seu voto por um botijão de gás pensando única e exclusivamente em seu próprio umbigo. Para os que ainda pensam que a filosofia de partilha socialista funciona, deixo como sugestão uma consulta ao Google sobre o Princípio de Pareto; que assim como o número 1,618, denominado de A Divina Proporção, expressam fatos imutáveis da natureza, os quais Da Vinci sabiamente representou em O Homem Vitruviano.
Aos que pensam que vivemos em uma verdadeira democracia durante todos estes anos, o Google novamente pode lhe ajudar numa rápida e simples consulta sobre o Socialismo Fabiano. Acredite: qualquer semelhança com o modo em que vivemos não é mera coincidência. Aos ainda relutantes, deixo uma fonte importantíssima de pesquisas que se chama Brasil Paralelo. Neste canal do YouTube, criado por mentes como de Olavo de Carvalho, Luiz Felipe Pondé e de muitos outros historiadores e pesquisadores, é possível encontrar um caminho para a história que nos foi ocultada durante décadas. Em especial indicação, sugiro a série de 6 capítulos do documentário: Congresso Brasil Paralelo.
Falando de história, as futuras gerações conhecerão este momento vivido por nós como algo surreal e inacreditável. Bolsonaro não tinha nada a seu favor e ao mesmo tempo tinha tudo. Sem tempo de Tv, usou a internet. Sem fundo partidário, ganhou apoio popular espontâneo. Sem poder ir às ruas devido a um atentado que o manteve hospitalizado, viu o povo ir às ruas em seu lugar. Sem militantes e sindicatos para apoiar sua causa, teve o cidadão que já não aguentava mais o domínio de um partido corrupto como o seu principal cabo eleitoral.
Democracia é quando um povo deseja mudança e faz a mudança. Onde há democracia num país em que um único partido faz o que quer durante anos a fio? Onde há moral em pessoas que esquecem o limite do certo e do errado e se vedam para poder lutar cegamente por uma causa sem o menor princípio ético? Foi lamentável assistir a determinadas manifestações de apresso por uma organização criminosa que deixou seus desejos escusos claramente expostos num plano de governo maquiado a lá “novafala” de George Orwell em 1984; mas também foi gratificante perceber quanta gente deseja mudança e acredita num país melhor.
O discurso de vitória precedido por uma oração já foi um ótimo sinal. Assim como a serenidade e sobriedade ao se expressar num momento em que euforia e exaltação são mais do que naturais. A esperança depositada pelo povo brasileiro será proporcional à fiscalização e cobrança que o mesmo exercerá sobre o governo. Porém, é necessário que as mudanças das quais o Brasil precisa sejam feitas.
Por fim, encerro meu artigo agradecendo o espaço generosamente aberto pelo Jornal O Município, que me proporciona expor minha linha de pensamento sem qualquer tipo de censura e dizendo que em todos os meus 29 anos de vida, este é o primeiro momento em que estou de fato sentindo orgulho de ser brasileiro e de sair às ruas vestido com a camisa do meu país.