Sofrência

Nosso país foi considerado o número um em sofrência, uma mistura de sofrimento com carência. E isso é bom, já que a partir daí somos também o maior produtor de duplas sertanejas, que enriquece jovens músicos ruins e suas melodiosas e grudentas canções chatas.

Dizem que a culpa foi de Getúlio Vargas que incentivou a interiorização do Brasil, outros juram que a culpa foi de Juscelino Kubitscheck. Eu pessoalmente tenho certeza que foi Getúlio, pois Juscelino, que veio de Diamantina, gostava mesmo era de uma boa seresta e tempos mais tarde se encantou com a música do Milton Nascimento, inclusive existe uma foto dele com vários integrantes do Clube da Esquina, no Beco do Mota, e o Bituca sempre incluía nos seus memoráveis shows o “Peixe Vivo”, música predileta do JK.

Pois bem, dessa interiorização surgiu a cidade de Goiânia, atual capital de Goiás e terra da grande maioria das duplas endinheiradas, digo, sertanejas, desse Brasil. Cristian e Ralf, Leandro e Leonardo, Zezé de Camargo e Luciano, Bruno e Marrone, Guilherme e Santiago, só pra citar alguns.

As músicas produzidas por essas duplas, além de horríveis, tocam o tempo todo pra todo lado e os shows desses caras ficam lotados.

A Som Livre, que foi criada pela Rede Globo e o pai do Cazuza, faturam muito com esses excrementos da MPB (Musica Pobre Brasileira). Qualquer intervalo ou plim plim, como diz o Faustão (outro chato de galocha), aparece uma dupla sertaneja que foi se proliferando igual uma epidemia de dengue…     

Abel & Caim

Alex & Yvan

Amado & Antônio

As Galvão

Cacique & Pajé

Cascatinha & Inhana

Cezar & Paulinho

Chico Rey & Paraná

Chitãozinho & Xororó

Craveiro & Cravinho

Chrystian & Ralf

Duo Glacial

Dino Franco & Mouraí

Gino & Geno

Jacó & Jacozinho

Joaquim & Manuel

João Carreiro & Capataz

João Mineiro & Marciano

Júnior Carvalho & Cristiano

Léo Canhoto & Robertinho

Liu & Léu, irmãos de Zico & Zéca

Lourenço & Lourival

Matogrosso & Mathias

Milionário & José Rico

Mococa & Paraíso

Moreno & Moreninho

Nhô Belarmino & Nhá Gabriela

Pardinho & Pardal

Pedro Bento & Zé da Estrada

Pena Branca & Xavantinho

Pirapó & Cambará

Praião & Prainha

Raul Torres & Florêncio

Sulino & Marrueiro

Silveira & Barrinha

Teodoro & Sampaio

Tião Carreiro & Pardinho, fizeram um dueto diferenciado (destaque para a 2ª voz do Tião Carreiro)

Tonico & Tinoco, uma das precursoras da música caipira (raiz)

Vieira & Vieirinha (Os reis do Catira)

Zé Carreiro & Carreirinho

Zé do Cedro & João do Pinho

Zé Fortuna & Pitangueira

Zé Mulato & Cassiano

Zé Tapera & Teodoro

Zico & Zeca, irmãos de Liu & Léu

Depois, alguém disse que sertanejo estilo tradicional são esses…

Adalberto & Adriano

Alan & Aladim

André & Adriano

As Marcianas

Ataíde & Alexandre

Bruno & Marrone

Cezar & Paulinho

Chitãozinho & Xororó

Chrystian & Ralf

Duduca & Dalvan

Edson & Hudson

Felipe & Falcão

Gian & Giovani

Gino & Geno

Gilberto & Gilmar

Guilherme & Santiago

João Mineiro & Marciano

João Paulo & Daniel

João Pedro & Cristiano

Jorge & Mateus

Leandro & Leonardo

Lucas & Luan

Luiz Cláudio & Giuliano

Matogrosso & Mathias

Milionário & José Rico

Rick & Renner

Rionegro & Solimões

Rud & Robson

Teodoro & Sampaio

Zezé Di Camargo & Luciano

Nessas alturas, pra piorar meu sistema auditivo, surgiu o sertanejo universitário e tome na orêia…

Anselmo & Rafael

Breno & Caio Cesar

Bruninho & Davi

Bruno & Barretto

Cácio & Marcos

Carlos & Jader

César Menotti & Fabiano

Conrado & Aleksandro

Edson & Hudson

Fernando & Sorocaba

Fred & Gustavo

George Henrique & Rodrigo

Guilherme & Santiago

Henrique & Diego

Henrique & Juliano

Hugo Pena & Gabriel

Hugo & Tiago

Humberto & Ronaldo

Israel & Rodolffo

Jads & Jadson

Jhonny & Rahony

João Carreiro & Capataz

João Bosco & Vinícius

João Lucas & Marcelo

João Neto & Frederico

Jorge & Mateus

Lucas & Luan

Luiz Gustavo & Rafael

Maiara & Maraisa

Marcos & Belutti

Maria Cecília & Rodolfo

Matheus & Kauan

Munhoz & Mariano

Pedro Paulo & Matheus

Simone & Simaria

Thaeme & Thiago

Victor & Léo

Zé Henrique & Gabriel

Zé Neto & Cristiano

Zé Ricardo & Thiago

Ufa, se você acha que o pior já passou e muda de estação, entra o funk carioca, que é outra discrepância ruidosa onde vários seres, ditos humanos, embelezam seus automóveis com possantes equipamentos de produzir ruídos em volumes catastróficos pra audição normal.

Então você vira de frente pra mim, com fone de ouvido e murmura: – E a música baiana, o Aché? E a Anita, a Claudia Leite? Sabia que a Sandy e o Junior voltaram?

Isso sim é que é sofrência infinita!

Alguém falou em metal sertanejo?

Pegou pesado, é melhor desligar, ou melhor: deixa eu no rock!