Sinistros no interior do “governo”

O ministro que se ocupa da administração e coordenação dos serviços consulares e das embaixadas, também,  é  responsável pela condução, em parceria com outros  ministros de áreas afins,  das  políticas de relacionamento  comercial  com  as demais nações,  bem como buscar captar e  manter  novas relações de cunho diplomático, estabelecendo e sustentando tais relações no nível  mais  eficiente  e cordial  que possa ser.  Digo – que possa ser – pois,  nem sempre duas nações  que  mantenham relações  comerciais comungam  as mesmas tendências sociais,  políticas, de tradições e costumes, crenças, religiões dominantes e, podendo até mesmo, em uma delas, o Estado se declarar laico, que é o  país ou nação com uma posição neutra no campo religioso.

Esse ‘membro’ representante em países de governos  sérios,  ocupa a posição governamental mais elevada na hierarquia, vindo logo após a do próprio chefe de governo e acima de qualquer  Ministro de Estado, e sua  designação oficial varia de um país para outro –  Ministro do Exterior,  Ministro das Relações Exteriores,  Ministro dos Negócios Estrangeiros,  Ministro dos Assuntos Externos,  Secretário de Estado,  Chanceler etc.

O ministro do exterior do Vaticano é um arcebispo com o título de “Secretário para as Relações com os Estados”; o responsável pela política externa do governo do Reino Unido,  designa-se  “Secretário de Estado para os Negócios Estrangeiros” e Ministro dos Assuntos Exteriores e da Cooperação, na Espanha. Também são variáveis os poderes de um ministro do Exterior,  em função  do governo a que pertence.  Num sistema parlamentar clássico, o ministro do Exterior poderá, em teoria, ter poderes para influenciar significativamente a política externa nacional.

A exceção será a de um governo dominado por um forte primeiro-ministro que poderá assumir a condução da política externa, relegando o ministro do Exterior a uma função de mero auxiliar.  Porém, os ministros do Exterior da maioria dos países integram, juntamente com os respectivos chefes de governo e ministros da Defesa, um conselho de ministros restrito, responsável pela coordenação da política externa e da defesa nacional,  frequentemente denominado “Conselho de Segurança Institucional” ou da  “Defesa  Nacional”. Podem também participar o chefe de Estado, outros ministros e outras autoridades do Estado.

Tradicionalmente, na maioria dos países da América Latina, os ministros do Exterior são referidos coloquialmente como “chanceleres” e, particularmente no Brasil – Ministro das Relações Exteriores – do qual, todos esperamos, altíssimo gabarito comportamental,  finesse,  fluência em idiomas vários,  pois, para esta função,  o que não varia, ou não deveria variar, seriam: a postura ética, a conduta sóbria e ilibada, com  atitudes irrepreensíveis, conforme  já esclarecido, desse  representante  máximo  extra fronteiras de um estado soberano.

 Mas, como já vimos, por aqui, a  escolha  de  ministros  não é  uma  ciência  com a  qual o  Sr. Michel  tenha  muita  destreza, ou,  falando  no popular, não lida com ela com  a  seriedade que deveria, visto  não  ser  para  ele de  alguma  relevância  tal  designação. Trata-se, tão somente, de mais uma das espúrias  moedas  de barganha  rasteira e  barata  em  seu  imundo  balcão  de  negociatas.

Atualmente, por exemplo, está essa ‘majestosa’ e importantíssima pasta, entregue nas mãos de um ex-guerrilheiro, – Comunista de Rolex –  que,  na guerrilha,  teve muitos nomes,  notabilizando-se por “Mateus”, muito embora tenha usado  outros, como “Lucas”. “Eram sempre evangelistas”, só abriu exceção aos codinomes bíblicos quando escreveu para a “Voz Operária”, publicação do Partido Comunista Brasileiro (PCB), e assinou “Nicanor Fagundes”.

Conheceu os seus primeiros companheiros de luta quando foi presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP). Durante esse período, ele era filiado ao Partido Comunista Brasileiro, mas foi na ALN, liderada por Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira, que ele ganhou importância na luta armada, tendo inclusive participado do assalto que se tornou uma das mais célebres ações de guerrilha durante a ditadura no Brasil.

Aloysio Nunes foi um dos protagonistas do assalto ao trem pagador Santos-Jundiaí, em 1968,  no qual,  o então  guerrilheiro  Aloysio,  na época com 23 anos,  armado com uma carabina,  além  de  ajudar  na  carga do  roubo, pois  colocou  o dinheiro roubado  no veículo  – um Fusca roubado –  e  ainda foi  o  motorista na fuga dos parceiros e no transporte  do  montante  arrecadado,  que  tinha  como  objetivo  sustentar a resistência armada,.

Marighella e Aloysio atuavam muito próximos, entre outras coisas, porque o chefe não sabia dirigir e o subalterno ficava responsável pelo transporte do líder.

 “Pouco tempo depois desse assalto, em 1969, exilou-se em Paris, onde passou a ter a função de dar suporte ao grupo. Além de dar abrigo a companheiros, que também se exilavam no país, Aloysio buscou apoio de outros movimentos ou partidos de esquerda na Europa. Não por coincidência, filiou-se ao Partido Comunista Francês e montou  uma estrutura de apoio em Paris até 1972 ou 1973”, conta.

Com a morte de vários militantes e, principalmente, dos principais líderes da ALN, Aloysio Nunes deixa a organização e volta a se filiar ao PCB. Os companheiros desse período, explicam que a mudança de atitudes já era esperada e não chegou  a ser uma grande surpresa,  já que ele saiu de partidos comunistas para fundar o PMDB e depois  se “encostar”  no PSDB. Assim como ele, vários outros militantes da ALN entraram na política sem, necessariamente, se alojarem em partidos de esquerda. Só queriam se dar bem!

Além de assalto a mão armada, falsidade ideológica (uso de codinomes e documentos falsos para sair do País), entre outros crimes, recentemente  se  envolveu  em uma  cena  grotesca  em  um saguão  de Aeroporto  quando,  aos  gritos,  atacou  com palavras  de baixo  calão  um  blogueiro  que o  interpelara, além de tentar  tomar  de  sua  mão  o  celular  que  a  tudo  registrou: https://youtu.be/5CYW3ybd1_w.

NOTAS:

1) E eu,  que  após  a  tão  meteórica  quanto  desastrosa  passagem  de  Marco Aurélio “Top, Top” (in memoriam) Garcia pelo dito gabinete,  pensava  que  eles não teriam condições  de encontrar um pior.  Pois tiveram!

2)  Mas, com esse  desgoverno  que  aí  está,  no  qual  até  o  passado  chega  a  ser  incerto,   nada  é  tão  ruim  que  não  possa  piorar, vem  aí  a  “Ministra  do  Trabalho”,  condenada  duas  vezes  por  não  cumprir  direitos  trabalhistas  de empregados  seus! O pedigree é  “dubão”, filha de Roberto Jeferson…