Setembro Amarelo: educador físico supera perda da namorada e cria projeto social contra a depressão em Juiz de Fora

Por Juliana Netto, g1 Zona da Mata — Juiz de Fora 

 

Projeto Sol, em Juiz de Fora — Foto: Projeto Sol/Divulgação

“Sou uma pessoa que consegui, com muita raça, gana e força dos amigos e da família, superar e me reerguer. Fui no fundo do poço, refleti e decidi transformar a dor em algo que pudesse ajudar as pessoas que passaram ou têm passado o que passei”.

É com este espírito de resiliência que Paul Almeida resinificou o luto pela perda da namorada para, 10 meses após a morte dela, tirar do papel um projeto social que já prestou auxílio para mais de 4 mil pessoas em Juiz de Fora.

Paul Almeida, idealizador do Projeto Sol em Juiz de Fora — Foto: Paul Almeida/Arquivo Pessoal

O educador físico, de 61 anos, é o idealizador e coordenador do Projeto Sol, iniciativa que recebe semanalmente cerca de 120 participantes para palestras, apresentações musicais e momentos de bem-estar.

“Segunda-feira normalmente é uma noite fraca em termos de eventos. A ideia, então, é fazer dela um dia diferente: ao invés de ficar em casa sem fazer nada, por que não acompanhar palestras, músicas e convivência com outras pessoas”, explica.

“As pessoas chegam cabisbaixas, tristes e voltam para casa mais alegres e tranquilas”.

Do luto à luta

Em fevereiro de 2018, Paul recebeu a notícia de que a companheira, com quem viveu seis anos de namoro, não resistiu ao duro processo depressivo. “A partir desta perda, fui no fundo do poço”, revela.

Para superar o luto, ainda naquele ano, ele lançaria o Projeto Sol.

“Ela não conseguiu conviver com esse problema [depressão]. Minha cabeça então foi pensando em como ajudar pessoas que também enfrentam ansiedade, solidão, tristeza ou qualquer situação emocional parecida. Hoje, costumo dizer que a pessoa mais ajudada sou eu”.

Cinco anos depois, o educador físico, que lembra com carinho da ex-companheira, diz ser sentir mais fortalecido, também em função da rede de apoio, composta por amigos, familiares, o trabalho e a atividade física – que nunca deixou de praticar.

“Mesmo tendo passado por esse momento, sou um homem maduro, mais solidário, com mais amigos e tentando fazer o bem para as pessoas”.

Encontros do Projeto Sol são realizados toda segunda-feira em Juiz de Fora — Foto: Projeto Sol/Divulgação