Servidores da educação de Minas Gerais entram em greve nesta quarta
Por Gabriel Silva e Mariana Floriano
08/03/2022 às 11h59- Atualizada 08/03/2022 às 22h12
Os servidores da Educação da rede estadual de Minas Gerais deflagraram greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (9). A decisão foi aprovada nesta terça em assembleia realizada na capital do estado, Belo Horizonte, com a participação de caravanas de professores de diversos municípios, incluindo Juiz de Fora.
O movimento teve início ainda na terça-feira, com a paralisação de profissionais por diversos municípios do estado. Em Juiz de Fora, 50 escolas estaduais iniciaram o dia de portas fechadas. Os trabalhadores cobram reajuste do piso salarial, além da suspensão do projeto de lei referente ao programa de recuperação fiscal do Governo de Minas Gerais. De acordo com o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), ainda é cedo para estimar a porcentagem de escolas que vão aderir à greve. “Foi constatado que muitos servidores aderiram à paralisação desta terça, mas sem disposição para a greve. Vamos fazer uma assembleia, provavelmente na quinta-feira (10), e vamos sair em visita às escolas.” Uma nova assembleia está marcada para o dia 16 deste mês e um ato no dia 17 na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte.
De acordo com o coordenador do sindicato em Juiz de Fora, Alessandro Pacheco, a reivindicação é pelo reajuste de 33% do piso salarial nacional, que estaria defasado, de acordo com a categoria. O Sind-UTE também estabelece como solicitação a retirada do projeto de lei que trata do programa de recuperação fiscal do Governo de Minas. O projeto congelaria os gastos públicos estaduais por nove anos, o que pode resultar, na avaliação do sindicato, na ausência de concursos públicos. Além disso, o sindicato cobra a retirada do projeto que extingue mais de 5 mil cargos públicos, que atingiria o cenário da educação no estado.
Em contato com a Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG) nesta tarde, antes que a greve fosse deflagrada, a pasta afirmou, por nota, que acompanha o movimento das escolas estaduais e tem mantido um diálogo franco e aberto com representantes sindicais. A nota ainda afirma que “os canais de comunicação continuarão abertos para que as demandas da categoria possam ser apresentadas e debatidas”.
A SEE-MG ainda reforçou que, no último dia 24, o governador Romeu Zema anunciou o reajuste geral de 10,06% nos salários de todo o funcionalismo público de Minas Gerais. A medida consta de projeto de lei, encaminhado à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), com pedido de urgência na apreciação, que prevê que o reajuste correspondente às perdas inflacionárias seja pago a partir da folha de maio – quitada em junho. A medida vale para os servidores ativos, inativos e pensionistas da administração direta e indireta do Estado. Para a área da Educação, o pagamento será retroativo a janeiro deste ano.