Saudade e emoção desfilam no Sete de Setembro

“Saudade é um sentimento que, quando não cabe no coração, escorre pelos olhos.” – Bob Marley

Piui, piuiii, lá vem o trem…

A saudade dos apitos da Leopoldina ecoaram fortemente na cabeça e no coração emocionados da multidão debruçada na rua Augusto Rossi, pra lembrar os bons tempos em que o trem imperava na rotina dos biquenses.

O desfile cívico do Sete de Setembro, realizado no sábado, transcorreu rigorosamente de acordo com o planejamento proposto pela Secretaria de Educação, para as comemorações dos 197 anos de Independência do Brasil, dos 96 anos de emancipação política do município e dos 140 anos da Estação Ferroviária.

Dessa forma, as escolas da cidade apresentaram a origem do povo biquense, contando um momento do passado, que muito contribuiu para o presente. Educadores, alunos, ex-ferroviários e seus familiares foram protagonistas de uma linda e emocionante apresentação patriótica.

Ordem do desfile e temas apresentados

O Centro Municipal de Educação Infantil Dejanira Fonseca de Oliveira abriu os trabalhos da manhã apresentando o tema “Arraial das Taboas – Presença dos tropeiros e viajantes na região”.                                                                       

A Escola Municipal Professor Nelson de Souza Ramos foi a segunda a desfilar, mostrando o “Ciclo do café” (importância econômica da produção, colheita, transporte e exportação do café), além de outros produtos também produzidos na região.

A Escola Municipal Prefeito Gilson Lamha discorreu sobre os “Barões do café” (pessoas que lutaram para conseguir a construção da estrada de ferro em nossa região).

O Centro Educacional Infantil Aquarela mostrou a “Inauguração da Estação Ferroviária” (escolha da localização e sua nomeação atribuída ao engenheiro Pedro Betim Paes Leme, que foi o responsável por Bicas ter esse nome). Todas as estações têm um nome. Hoje, somos biquenses por causa da Estação Ferroviária.

A Escola Municipal Doutor Matheus Monteiro da Silva trouxe de volta o “Engenheiro Pedro Betim Paes Leme” (responsável pelo topônimo de Bicas). Paes Leme, ao fazer a escolha da localização da estação quis homenagear Antônio das bicas, que morava na Serra das bicas e nomeou a Estação colocando o nome Bicas. Se tivesse a nomeado de Taboas, hoje, seríamos taboenses.

A Escola Municipal do Povoado de Santa Helena deu uma aula intitulada “O brasão e a bandeira de Bicas” (interpretação dos elementos que compõem esses símbolos, representantes da grandeza de nossa terra).

A Escola Amarelinha/Colégio Elite corporificou a música “Trenzinho Caipira”, de Villa Lobos: compositor, maestro e músico brasileiro. (Durante sua infância, veio com a família para Minas Gerais e morou durante algum tempo em nossa cidade e aqui se encantou com as sonoridades do trem de ferro. Na época, foi apelidado de Tuhu, porque tinha mania de ficar imitando o barulho do trem. Mais tarde, compôs “O Trenzinho Caipira”, inspirado nas lembranças sonoras guardadas em sua memória).

A Escola Municipal Maria Antonieta Gomes de Souza relatou a passagem de D. Pedro II por Bicas, no dia 28 de abril de 1881, quando também visitou a pequena oficina que se formava no ainda Arraial das Taboas.

A Escola Municipal Coronel Retto Júnior relembrou a “Companhia Estrada de Ferro União Mineira”, ponto de partida da estrada de ferro. Três visionários foram os responsáveis pela criação da companhia: o desembargador Pedro Alcântara de Ceraueira Leite, o Barão de São João de Nepomuceno (o mentor do projeto), o engenheiro Pedro Betim Paes Leme e o Comendador Francisco de Assis Fonseca.

A Escola Municipal Coronel Joaquim José de Souza – 1º ao 5º ano – voltou no tempo e viajou pela “Estrada de Ferro Leopoldina Railway Company Limited”.  

A Escola Municipal Coronel Joaquim José de Souza – 6º ao 9º ano – vibrou com uma “Homenagem aos Ferroviários Biquenses”.

A Escola Municipal Coronel Joaquim José de Souza – EJA – rememorou o grande “SENAI” (escola profissionalizante de jovens) e prestou uma emocionante homenagem ao professor e diretor do SENAI, Sr. Vicente Rossi, tocando só com instrumentos de sopro as mesmas músicas dos desfiles de outrora.

O Colégio Futuro emoldurou o “Monumento em homenagem ao ‘Operário Biquense’”, do artista biquense Athaíde R. Dutra de Moraes, o Mestre Athaíde.

A Escola Estadual Deputado Oliveira Souza fechou o desfile promovendo uma saudação calorosa à “Estação Ferroviária de Bicas! 140 anos de glória!”. Hoje, Rodoviária José Croce, continua sua nobre e secular missão de ser ponto de chegada e ponto de partida de tantas gerações.

Participaram, ainda, do evento, a Corporação Musical São José de Bicas, a Fanfarra do Município, a Secretaria de Saúde e a Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Habitação, que mostraram algumas iniciativas e alguns programas sociais desenvolvidos no município.

Breves pronunciamentos

A secretária de Educação disse “obrigada” à sua equipe e a todos que se empenharam para a realização das comemorações, citando, especialmente, a participação do ex-ferroviário, ex-vereador e ex-vice-prefeito, Amarildo José Mayrink e da professora Vera Rossi… Agradeceu… À Administração 2017/2020 pela gestão democrática, ativa e participativa… À parceria entre todas as secretarias… Destacou a acolhida aos alunos autistas, atendidos com carinho e dedicação, pelas Secretarias de Saúde e de Educação.

O prefeito Honorio de Oliveira usou da palavra para sublinhar o excelente trabalho da Secretaria de Obras e Serviços na remodelação do prédio da Estação Ferroviária… Agradeceu… O empenho e dedicação da secretária Sônia Mattos e demais funcionários da Educação, que se desdobraram para o sucesso das comemorações, garantindo-lhes o 14º salário, no fim do ano… A participação nos eventos da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer… À comunidade e aos ex-ferroviários, em geral.

Fotos: Willian Rocha

Fonte: Prefeitura de Bicas