Revisão no Minas Consciente deve permitir comércio na onda vermelha

Estudo da fase III será levado ao Comitê na próxima semana; todas atividades poderão funcionar com restrições

O abre e fecha das lojas está levando muitas empresas a quebrarem; cerca de quatro mil postos de trabalho foram encerrados (Foto: Leonardo Costa)

O secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, confirmou, nesta quinta-feira (21), que o Governo está finalizando estudos para nova revisão no programa Minas Consciente, que prevê o funcionamento das atividades produtivas, atualmente determinadas por três ondas: vermelha, amarela e verde.

Em entrevista à Rádio CBN/JF, ele disse que o novo projeto pretende contemplar todas as modalidades econômicas nas três etapas, com as devidas restrições e protocolos a serem seguidos. Desta forma, até o comércio não ligado aos setores considerados essenciais poderia funcionar na fase vermelha, a mais restritiva de todas e na qual Juiz de Fora se encontra novamente, desde segunda (18). A ideia, que pode ser colocada em prática na próxima semana, levaria alívio para muitos comerciantes da cidade, que fizeram uma série de protestos recentes contra o último fechamento.

“Nós não podemos abrir mão da segurança da sociedade, então, nesse sentido, manteremos as sinalizações das ondas vermelha, amarela e verde. Estamos fazendo estudos, que são complexos, porque precisamos ver o impacto em relação à mobilidade e às atividades econômicas. Mas a ideia é termos todas as atividades funcionando nas ondas, naturalmente com controle e restrições”, adiantou o secretário. Questionado se todos os setores produtivos poderiam abrir as portas na onda vermelha, ele ponderou: “Estamos vendo aqueles que só poderiam funcionar na onda verde e qual o impacto desses setores, de uma forma geral, para que nós possamos dimensionar os riscos da epidemia em relação a essas aberturas.”

Ainda não há prazo definido para as mudanças começarem a valer, mas o secretário tem expectativa de levar o assunto na próxima semana para deliberação no Comitê Extraordinário Covid-19. “Se tudo correr bem e nós conseguirmos concluir esses estudos, acredito que seja o mais breve possível, uma vez que já estamos na fase da vacinação.”

Prefeitura

“A minha preocupação é que ele falou ‘na semana que vem’, mas a semana começa na segunda e termina na sexta. Do jeito que estamos, todas as empresas estão quebrando. Até agora já ficamos 140 dias fechados e perdemos quatro mil trabalhadores. E eles não arranjaram outro emprego, porque ninguém está contratando com esse receio de ficar fechado. As empresas não podem mais esperar e não têm culpa. Fechar o comércio não é solução.”

Beloti voltou a lembrar que, ao contrário de Juiz de Fora, cidades importantes, como Belo Horizonte e Uberlândia, optaram por seguir seus próprios protocolos e interromperam as atividades por menos dias. “As pessoas trabalhando não são disseminadoras (do vírus). Quem está com tempo vago sim, provoca churrasco, viagem para a praia, vai provocando tudo. Essa estratégia de fechar para as pessoas ficarem em casa não está funcionando há muitos meses. Os 14 dias que ficamos fechados a partir de 26 de dezembro, por exemplo, provocou um feriadão em que as pessoas saíram de Juiz de Fora e retornaram trazendo tudo para cá. Minas teve uma explosão de casos, não havia dúvida de que haveria uma consequência desastrosa.”

Secretário comenta saída de Governador Valadares

Sobre o desligamento do município de Governador Valadares do Minas Consciente, anunciada também nesta quinta-feira (21) pelo prefeito André Coelho Merlo (PSDB), em entrevista à CBN/JF, o secretário estadual de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, disse não ter sido comunicado, particularmente, até a manhã desta quinta.

Governador Valadares tem um dos maiores número de óbitos em Minas, em torno de 500, e ocupação de cerca de 80% dos leitos de UTI.

Vacinação

Sobre a vacinação em Minas, o secretário estadual de Saúde destacou que foi realizada uma das maiores operações para distribuição das primeiras doses. “Foi muito importante para nós essa logística: Recebemos essas vacinas em território mineiro às 20h de segunda-feira (18); a equipe da Saúde passou a noite inteira separando e conferindo para que pudessem ser enviadas às regionais; de manhã, às 4h30, enviamos as vacinas para o aeroporto de Belo Horizonte e, até meio-dia, todas as vacinas já estavam nas regionais do estado.”