Quiprocó na Geral

Todos os biquenses sabem que entre Leopoldina e Esporte a rivalidade chegava à beira do fanatismo, e os jogos principais eram aguardados com muita ansiedade, pois os dois times contratavam atletas de outras cidades para reforçar o elenco.

Dessa vez, não foi diferente… Estádio João Varanda lotado, e a preliminar era um aperitivo bastante concorrido também. Eu estava jogando pelo Leopoldina, aliás foi o ápice da minha carreira futebolística ser titular do aspirante…

Balanga fez a preleção antes do jogo e exaltou a figura do nosso treinador, que estava doente (José Serpa), pedindo a vitória para ele; por isso, entramos bastante motivados. A torcida visitante, no caso a do Leopoldina, ficava num monte de areia branca perto do bambuzal…

Edson Capa Gato, nosso zagueiro, tirando o perigo da área, mandou um bicudo na bola para o lado que o nariz estava virado e acertou em cheio o rosto da Zezé Cândido, torcedora fanática do Esporte, que já estava junto com outros torcedores armando um barraco no meio da nossa torcida…

Sr. Malaquias, nosso torcedor símbolo, quando viu a bola derrubando o arquinho da cabeça dela, deu aquela gargalhada que lhe era peculiar. Zezé não gostou e desferiu um golpe certeiro, quebrando a sombrinha na cabeça dele, começando aí um grande bafafá.

Empurrões, safanões, chutes e rabos de arraia, tomaram conta das torcidas. Subiu aquela poeira branca e todos desapareceram no meio da nuvem, deixando assim o nosso prélio em segundo plano.

Quando acabou a confusão, e o pó baixou, acharam sapato, chapéu e até uma dentadura. Sr. Dim Mota estava todo sujo segurando a Zezé, que estava uma fera gritando: “Aquele velho desgraçado da cabeça dura vai ter que pagar minha sombrinha…” Enquanto isso, apesar do frango do nosso goleiro, Sissi Batata, ganhamos o jogo por 2×1. Balanga liberou uma rodada de refrigerante no barzinho do campo e depois fomos para a galera esperar o jogo principal… Bicas boleira.