Por entre fumaças
Maria Fumaça deu na chegada seus últimos deslizes pelos trilhos, soltou aquela baforada que enfumaçou quase tudo. Lá na estação, um homem se levantou do banco e com uma flor na mão foi ao encontro de sua amada.
Antes dela pisar na plataforma, tomou um abraço tão forte que as cinzas do seu guarda-pó chapiscou a camisa branca do amado. Ele pegou a mala dela, e abraçadinhos, entraram pelo corredor central e saíram bem em frente e praça Dr. Bianco… pegaram o carro de aluguel e partiram…
No mesmo momento, João Marques retirava do vagão de cargas as encomendas do Correio. Dona Guiomar servia sem parar café com leite e quitutes para os que iam seguir viagem.
Eu, Bita e Paulo estávamos com uns cabos de vassouras com meias nas pontas amarradas em aros de arames que pareciam cesta de basquete. Fomos rapidamente para o vagão, cercado em forma de treliça, que transportava as galinhas.
Enfiamos os apetrechos e recolhemos vários ovos que elas botaram durante a viagem e fomos vender para a Dona Guiomar… Pouco depois a Maria Fumaça deu outra baforada, apitou e saiu de mansinho, levando um comboio enorme e deixando saudade… Bicas cheirando passado!