O Chevrolet preto do sr. Oscar Alhadas
O veículo estacionava em frente ao Brazinha, e a lotação ia entrando. O carro era igual ao coração de mãe. No banco traseiro cabia quase um time de futebol. Sr. Oscar era um paizão para nós… Gostava dos jovens e do ambiente noturno, mas por dever de ofício não dava moleza. Como da vez passada aconteceu um incidente, foi logo dizendo: “Aquele desgraçado que vomitou no banco traseiro da outra vez, eu não levo hoje”. Pexano, bom de papo, colocou a mão no ombro dele e com a fala mansa murmurou: “E se ele for no banco da frente na porta?” Nosso chofer coçou o nariz e com aqueles olhos azuis, mirou e sapecou: “Assim pode, mas se fizer sujeira, novamente, não entra mais no meu veículo. Para onde vamos hoje?” Nosso destino era a Tia Rita, mas ele ponderou: “Lá teve confusão ontem, no Rebu só tem tranqueira, mas na BR3, chegou um mulherio de primeira esta semana”. “Então toca pra lá”, sentenciou o Helinho.
A BR3 ficava na divisa de Bicas com Guarará… Luz vermelha no teto, mesas bem arrumadas e, no canto da sala principal, tinha um palco e uma linda mulher seminua dançava apimentando o ambiente. Daí para frente, cada um tomou sua posição e o Sr. Oscar disse para o Zé Augusto que ia tirar um cochilo e na hora de ir embora, era só chamar… Bicas caliente!