O Brazil não é um país para amadores
Essa afirmação foi cunhada pelo fantástico Tom Jobim, mas na verdade ele disse: O Brasil não é um país para principiantes!
Já o escritor Belmiro Valverde Jobim Castor, que escreveu “O Brasil não é para amadores”, tentou fazer um instrumento preciso e bem elaborado para entender esta pátria de chuteiras, esta nação que foi capaz de realizar um dos mais impressionantes processos de crescimento econômico, apesar de suas elites, que navegam em mar raso e cultuam o atraso, cultuam regimes ditatoriais.
Vou concordar com os dois e todo santo dia vejo que essa afirmação pode ser sarcástica, porém muito verdadeira!
Dizem que até o vírus da pandemia, mais conhecido como Corona ou Covid-19 comentando sobre sua atuação num congresso da OMS em Xangai com o vírus Ebola e o PT13 falou: Eu nunca deveria ter ido pro Brasil, estão me acusando de ter matado mais do dobro das pessoas!
Um país que sempre teve carência na saúde, com filas de doentes nas cidades maiores, sem leitos suficientes e o congresso abarrotado de políticos ficha suja, não é pra principiantes.
Já o genial economista Roberto Campos disse e eu sou obrigado a concordar: o Brasil não corre o menor risco de dar certo.
Qual país do mundo onde os cartórios são hereditários e burocratizam todo tipo de documento. Aliás que documentos?
Carteira de identidade, carteira de motorista, carteira de trabalho, CPF, titulo de eleitor (que só vale com outro documento), certidão de nascimento, de casamento, prova de vida, certificado de reservista, etc.
Seu imóvel tem que estar registrado na prefeitura, IPTU, no cartório, matricula, registro; seu automóvel tem ter IPVA, seguro DPVAT, taxa de licenciamento…e a vida segue.
Não costumamos ver em outros lugares vinagre virar bomba, o leite se transformar em formol, o carro virar arma, a polícia ser um perigo, favela ser ponto turístico; aqui rico é chamado de doutor, professor é mala, celular é paixão e assaltante morre de infarto na hora do seu “trabalho”.
É provável que não veremos em nenhum outro país homofóbico cuidar da comissão dos direitos humanos, desmatador zelar pelo meio ambiente, senhor de engenho legislar sobre trabalho escravo, condenados vigiarem a Justiça e acusados de suborno integrarem as comissões de finanças do Congresso.
É aqui que preso de confiança toma conta da delegacia, que Câmara e Senado nos iludem com suas CPIs e comissões de “Ética”, que fechamos escolas para construir presídios (em Bicas há algum tempo a creche ficou fechada por 4 anos e a cadeia foi ampliada para receber mais moradores) e onde os réus são colaboradores da Justiça.
Virgem é dona de cabaré, policial vende cocaína para traficante e músico bota fogo em boate; não é em outro lugar que o aluno passa na prova de ética colando; professor de ética faz apologia da traição e ainda se confunde ética com estética; os políticos perpétuos falam na necessidade de periodicidade dos mandatos e a honestidade gera vergonha (Rui Barbosa).
Muita gente anda escolhendo o caminho do crime, disse Al Capone, “quando há tantas maneiras legais de ser desonesto”. Quem se vende vale mais e os imorais dão lição de moralidade (K. Marx). Tudo que é rigorosamente proibido resulta ligeiramente permitido (Roberto Campos).
A Justiça é cega, mas em compensação escuta todo mundo (alopradamente); o país é grande, mas faltam espaços para os pequenos (na saúde, na Justiça, nas escolas etc). Um lugarzinho, para eles, sempre existe; no entanto, nas prisões abarrotadas.
Também no Brasil é possível “riqueza sem trabalho, prazer sem escrúpulos, conhecimento sem sabedoria, presidente analfabeto, comércio sem moral, política sem ideal, religião sem sacrifício e ciência sem humanidade” (Gandhi). A concorrência pública é o lugar onde menos se concorre (porque tudo é combinado antes). Todo cidadão é culpado, até que prove ser influente. O crime organizado comanda os presídios e muitos políticos aprovam leis dizendo “não roubem” (por medo da concorrência).
Só encontramos políticos honestos quando os comprados se rebelam contra o exemplo de Roberto Jefferson e permanecem calados para sempre (fidedignos ao suborno). De qualquer modo, é certo que para alguns governantes não podemos nunca dar as chaves dos cofres. No Brasil, como se vê, tudo pode acontecer… até mesmo perder uma Copa em casa de forma humilhante.
Já o STF…
É melhor nem comentar.