No escurinho do cinema

Eu estava paquerando um brotinho que era um docinho de coco. Ela tinha um corpinho escultural, uma cinturinha de vespa e um olhar que me deixava mais bobo ainda. Marcamos nosso encontro na sessão de domingo, mas só depois que as luzes se apagassem…

Me arrumei como um príncipe: calça boca sino verde de tergal e uma camisa estampada que estava na crista da onda. Até perfume eu coloquei… Chegada a hora, dei uma olhada na fila e a vi muito linda. Ela me fez um sinal discreto.

Quando a portaria foi liberada, o broto entrou e sentou-se no lugar combinado e, ao seu lado, uma amiga. Quando ficou tudo escuro, aproximei-me e sua amiga cedeu o seu lugar para mim.

Logo peguei na mão e fui me “aprochegando”, sem resistência nenhuma. Sabe, naquela hora que ficou bem escuro, nós trocamos até um beijo gostoso. Não me lembro que filme estava passando.

Tive que sair antes de terminar a sessão para ninguém saber do nossa romance… Era apenas uma formalidade, pois todo mundo sabia que eu fazia com o broto essa gostosura de beijos roubados no escurinho do cinema. Bicas… Me engana que eu gosto.