Músico Chico Curzio morre aos 62 anos

Artista, que também era médico, vivia há alguns anos no RJ e morreu devido a complicações de um AVC

Por Tribuna
26/05/2020 às 16h14- Atualizada 26/05/2020 às 16h24

O músico Francisco Curzio Monteiro da Silva, mais conhecido no cenário musical como Chico Curzio, morreu na madrugada de segunda-feira (25), aos 62 anos. Familiares do artista, que também era médico pediatra e, atualmente, morava no Estado do Rio de Janeiro, informaram que a morte foi causada por complicações de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) sofrido há cerca de um mês. Ainda de acordo com a família, o artista tem entre seus antepassados o Barão da Bertioga, fundador da Santa Casa de Juiz de Fora.

Em Juiz de Fora, vários nomes do meio artístico lamentaram a morte de Chico Curzio, que, apesar de pertencer a uma família com tradição na medicina e odontologia, sempre teve a música como a principal paixão. “Ele era um super músico, um super médico, um grande ser humano”, diz o músico e compositor Dudu Lima, que começou a tocar com Curzio em 1993, ano do primeiro CD gravado por ele, em parceria com Nico Assumpção.

“Foi uma experiência maravilhosa, fizemos vários shows. Ele sempre foi um grande amigo, uma pessoa sempre disponível a ajudar, fizemos muitos sons juntos. Ele tocou no meu primeiro CD, ‘Regina’, numa parceria nossa que se chamava ‘Chico’ em homenagem a ele. Fizemos muitos shows em duo depois do lançamento de outro álbum, o ‘Nuances’, em 1995. Ele também gravou comigo no ‘Cordas mineiras’, de 2009.”

Ainda de acordo com Dudu Lima, os encontros dos dois sempre foram “muito musicais”. “Perdemos um grande músico, e eu perdi um grande amigo, uma pessoa por quem tinha muita consideração e gratidão. O Chico ajudou muito nos lançamentos dos álbuns, em especial no primeiro trabalho. Espero que no plano espiritual ele tenha a paz que merece, pois foi uma pessoa muito especial em todos os sentidos.”

Outro músico a lamentar a perda de Chico e falar sobre sua carreira foi Salim Lamha, que, assim como Curzio, nasceu em Bicas, cidade onde surgiu a amizade entre os dois. “Nossa amizade é de infância, começamos na música na mesma época, lá pelos 12 ou 13 anos, e tínhamos um gosto musical muito parecido. Depois cada um seguiu seu caminho, mas houve um show instrumental que fizemos com o Dudu Lima no MAMM, em 2006, que ensaiamos por dois meses e foi muito elogiado.”

Salim destaca que Chico Curzio lançou vários álbuns . “Tenho todos, inclusive o ‘Alpendre’, que foi lançado em vinil, e o ‘Arraial de Taboas’, uma homenagem a Bicas.” Ele era muito respeitado pelos músicos de Juiz de Fora e também por artistas internacionais como o John Pizzarelli e o Joe Pass (guitarrista de jazz morto em 2001), que chegou a dar uma guitarra para ele.”

Porém, mais que os elogios, Salim Lamha destaca a figura humana. “Confesso que estou muito abalado, triste, pois era um grande amigo, uma pessoa sensível, do bem, equilibrada e tranquila, que quando estava ao seu lado passava calma e segurança.”

O produtor cultural Beto Campos, que produziu alguns dos show de Chico Curzio, foi outro nome a falar sobre a carreira do músico. “Ele tinha uma discografia maravilhosa, era um músico brilhante e um dos grandes nomes do cenário instrumental. Fizemos várias parcerias nas produções de shows, como nos projetos ‘Nossa música’ e ‘Planet Music convida’.” 

Fonte: jornal TRIBUNA DE MINAS