As palavras, de fato, se parecem… Mas, de fato mesmo, significam sentidos existenciais totalmente diferentes. Pois, enquanto “nossas” mineradoras solapam as profundas terras mineiras, na procura do minério, agora tão vil quanto o ouro, centenas de vagões se locupletam dele, para destinos internacionais, enquanto nossos pobres cidadãos perdem o mais econômico meio de transporte, e também o mais barato.
Eu mesmo, quando estudante e adolescente, só fazia minhas viagens ao RJ, a BH e a SP, de trem, pois, àquela época, felizmente, não havia essas perigosas estradas de rodagem, de fato, estradas de assassinatos e suicídios, pelas tragédias que se sucedem naquilo que chamamos de trânsito de veículos, de fato, trânsito da morte.
E o que o mineiro, cidadão consciente e patriota – lembrem-se de Tiradentes – tem com essa volúpia do lucro a qualquer custo, pagando caro, desde quando as mineradoras se instalam, desprezando os mineiros pelos minérios, até tragédias como as de Mariana e de Brumandinho, quando, de fato, já eram – pelo risco enorme aos cidadãos, criminosas – mesmo – tragédias anunciadas.
E põe a palavra crime em tudo isso, onde crime rima com lucro, ambição e corrupção, pois mais do que qualquer corrupto, é aquele que vê no lucro algo superior ao conforto, à segurança e ao direito de viver de pobres seres: sejam humanos e até animais.
Nenhum progresso é desculpa para nada que traga risco aos desavisados cidadãos de qualquer parte… Pois, o verdadeiro conceito de cidadania, não tem pátria… Rima, ao contrário do lucro material, naquilo que seria o verdadeiro lucro da humanidade e da própria condição vital: educação humanitária, segurança máxima para existir em paz e amor, tudo isso naquela abrangência essencial e, por que não, divina, do conceito eterno do Viver e deixar Viver.
Vamos e venhamos, a hora é agora! Nenhum progresso justifica nenhuma tragédia, e é preciso que os culpados passem também a pagar pelos crimes que cometem contra a humanidade, pois nenhum progresso justifica qualquer descaso contra a Vida e contra a Sobrevivência de nenhum ser vivo, seja humano, seja animal ou até mesmo vegetal;
Enfim… Viver e deixar Viver!