Margarida Salomão (PT) é a primeira mulher eleita prefeita de Juiz de Fora

Margarida Salomão é professora emérita da Universidade Federal de Juiz de Fora, com Doutorado e Pós-Doutorado pela Universidade da California, em Berkeley. Está deputada federal pelo Partido dos Trabalhadores de Minas Gerais desde 2013. Foi reitora, reeleita, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) entre 1998 e 2006. Durante este período, foi também dirigente nacional da Associação Nacional de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior. Em 2008, 2012 e 2016 foi candidata pelo PT à Prefeitura de Juiz de Fora, chegando todas as ocasiões no segundo turno.

Eleita para a primeira suplência da legenda em 2010, ela alcançou a maior votação já obtida por um candidato à Câmara dos Deputados em Juiz de Fora. Margarida tomou posse efetivamente do mandato em janeiro de 2013. Foi reeleita em 2014, se tornando a deputada majoritária de Juiz de Fora e em algumas cidades da Zona da Mata. Reeleita em 2018 com 89.378 votos. É autora da Emenda Constitucional 85, que estimula o desenvolvimento científico, tecnológico e a inovação, com o objetivo de impulsionar a pesquisa nacional e a criação de soluções tecnológicas para o setor produtivo. Participou ativamente da elaboração e aprovação do Plano Nacional de Educação, como Membro Titular da Comissão Especial criada para tratar deste tema.

Em sua carreira política, foi secretária municipal de Administração e de Governo da Prefeitura de Juiz de Fora entre os anos de 1983 e 1988. Valorizou os servidores com a criação de um plano de carreira e a realização de concursos públicos para o quadro municipal. Dinamizou o processo de atendimento com a  sistematização dos procedimentos administrativos, permitindo que as demandas da população fossem solicitadas pelo telefone, evitando filas e o trânsito de muitas pessoas dentro das repartições públicas.

Entre 1994 e 1998 foi Pró-Reitora de Pesquisa iniciando o processo de expansão da pós-graduação na UFJF. Como reitora da UFJF, incentivou a participação popular e a inovação como pilares de sua administração. Liderou a criação do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (CRITT), com o objetivo de aproximar Universidade e Sociedade no campo do desenvolvimento, finalidade para a qual também militou na criação da Agência do Desenvolvimento de Juiz de Fora e Região.

Sempre com o objetivo de fomentar alternativas na área de expansão do trabalho e da renda, implantou em 1998 na UFJF a INTECOOP, Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares, iniciativa que inaugura em Juiz de Fora o campo da Economia Solidária, importante inovação na área do desenvolvimento econômico e social. Em 1999, num período de grande restrição de recursos para as universidades federais, Margarida liderou o esforço para a criação dos novos cursos de Engenharia da Produção e Turismo, além de ter multiplicado multiplicar por quatro as vagas de curso noturnos, para garantir o acesso à UFJF da população trabalhadora.

Inaugurou em dezembro de 2001 a terceira Casa de Parto do Brasil, em convênio com o Ministério da Saúde, dedicada exclusivamente à prática do parto normal. Aproximadamente mil gestantes deram à luz no local, com absoluta segurança e de forma humanizada.

Em 2004, Margarida presidiu a decisão do Conselho Superior da UFJF de adotar o  sistema de cotas sociais e raciais para o ingresso nos cursos da Universidade, com vistas à inclusão dos grupos historicamente excluídos do acesso às instituições públicas de ensino superior. A  aprovação desta medida de justiça social pela UFJF antecede em oito anos a lei federal que estendeu esta decisão para todo o Brasil.

Ainda na área da saúde, Margarida construiu e inaugurou , em setembro de 2006, com a presença do Presidente Lula, o CAS, Centro de Atenção à Saúde do Hospital Universitário da UFJF. Na ocasião, o Presidente Luia declarou “Nenhuma cidade do Brasil tem um hospital desta qualidade”. Infelizmente, a gestão sucessora descontinuou a implantação do projeto e deu início a uma expansão  inacabada do HU.

Carreira acadêmica

Na área acadêmica, tem Graduação em Letras (1968-1971) pela UFJF; Mestrado em Linguística (1974-1976) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Mestrado em Linguística pela University of California System, UC System, Estados Unidos (1978-1980); Doutorado em Linguística (1986-1990) pela University of California System; Pós-Doutorado (2006-2007) pela University of California.

Na Câmara dos Deputados

Margarida tem como pauta principal a representação de Juiz de Fora e dos municípios da região da Zona da Mata e Campo das Vertentes no Congresso Nacional. Ela sustenta ainda uma aliança histórica com os movimentos populares e sindicais de Juiz de Fora. Durante a década de 1980, foi dirigente da CUT na cidade. Como reitora, foi grande apoiadora de diversas entidades, instituindo a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da UFJF, que foi determinante para a melhoria da organização de muitas iniciativas populares juiz-foranas. Sua atuação parlamentar também tem estabelecido uma aliança com as lideranças de bairro e sindicais do município.

É coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Federais e da Comissão de Desenvolvimento Urbano. Foi autora da Emenda Constitucional da Inovação, que assegura a pesquisa e a inovação tecnológicas como assuntos prioritários de Estado. A deputada luta para reverter a política de cortes nos orçamentos das Universidades, Institutos Federais de ensino e pela implementação do Plano Nacional de Educação.

Votou contra o impeachment da presidenta Dilma, pela abertura das investigações contra o Temer, contra a terceirização irrestrita, a Reforma Trabalhista e da Reforma da Previdência. Foi presidente da Comissão Desenvolvimento Urbano em 2018. É coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Federais. Atua contra as privatizações da Eletrobras, dos Correios, da Caixa Econômica e de todo o patrimônio brasileiro. Votou contra a privatização da Petrobras e a entrega do pré-sal às empresas estrangeiras.

Defende um plebiscito revogatório para anular a Reforma Trabalhista e a lei da terceirização e a Emenda Constitucional da morte (a do Teto dos Gastos), a anulação da entrega da Petrobras e de todo o patrimônio brasileiro às potências estrangeiras.

Fonte: http://margaridasalomao.com.br/biografia/