Madrugada de Carnaval
Depois que as escolas de samba desfilavam, e os bailes nos clubes iam terminando madrugada adentro, apareciam aqueles que levavam a festa de momo ao pé da letra. O sentido sempre foi brincar, mas na madrugada a brincadeira era mais séria.
Os grupos de amigos tinham seus pontos e demarcavam seus territórios… Ali rolava bebidas, drogas e muitos pegas. Tinha aquela minoria com um pouco de medo, mas o normal era a maioria botar pra quebrar, e a folia rolava total.
Era comum os jovens passarem do ponto, e loucuras aconteciam com bastante frequência. Namoros se iniciavam ou terminavam durante os quatro dias de festa. Os foliões e foliãs aproveitavam para colocar suas demandas para fora ou para dentro. Com a entrada da pílula e do preservativo no cotidiano, as madrugadas carnavalescas pegavam fogo, atrás da Estação, nas quebradas da Inex e no escurinho dos becos… Eram inconfessáveis o roçar das fantasias.
Nove meses depois, algum incauto era flagrado por conta do excesso. Na verdade, o Carnaval sempre foi uma válvula de escape para as estripulias humanas que maduravam até ficar no ponto na festa do momo… Bicas se dando.