Leopoldina X Esporte
Na subida do morro, já se tinha a certeza da quantidade de gente que estava indo para assistir aquele que era o jogo mais esperado dos últimos dias. Na chegada ao estádio Dr. Almir Maciel, a fila na bilheteria não deixava dúvidas… As torcidas ansiosas para entrar, faziam provocações sadias e bem humoradas…
Dentro do campo, perto do portão de entrada, Antônio Bento se esforçava para descascar as laranjas na sua famosa maquina manual. Uma mistura de suor e sumo lhe escorria pelo rosto.
Na beira do alambrado, os mais fanáticos faziam o “Bolo de Linha”: placar e goleador eram apostados. Coelhinho, com suas peles, e Santos, com os picolés, garantiam seus faturamentos…Wilson Amorim e José Vieira, respectivamente técnicos de Leopoldina e Esporte, nervosos com a entrada em campo das equipes. Não havia chuteiras coloridas e nem patrocínio nos uniformes, as Marias Chuteiras apenas suspiravam na beira do gramado.
Zé Quinhentos no apito deu início ao derby. Pelo lado do Leopoldina, o destaque era Zé Cugola e, pelo Esporte, Nevito chamava mais a atenção. Lances polêmicos, bate boca na torcida com provocações e tal, mas quem ia ao jogo, era sempre com o intuito de assistir e divertir.
Terminada a partida, todos faziam o de praxe: os ganhadores tiravam sarro, e os perdedores queriam a revanche logo, arrastando a discussão pela semana toda… Bicas de chuteiras.