Leilão na parte alta
Quando eu cheguei ao leilão, já havia terminado a celebração na igreja. Assim, Zé Pafo, o leiloeiro, estava com uma prenda na mão: era um bolo. Sua embalagem, aparentemente, estava tão apetitosa quanto seu conteúdo. Ele falou alto o valor mínimo do lance inicial… Luís de Deus comandava a banda com seus dobrados. Fui depressa até ao serviço de alto-falante, que ficava numa janelinha ao lado da igreja, e ofereci uma música para a minha paquera.
Custava baratinho e tinha até fila. A música oferecida foi: “Sentado à beira do caminho”… Daí a pouco, me preparei para passar perto dela, bem no momento em que o locutor, com aquela voz macia. anunciou: “Esta música, alguém de japona listrada, oferece para o brotinho de blusa xadrez, que está ao lado do carrinho de pipocas”.
Deu tudo certinho: passei e o brotinho me retribuiu com um sorriso largo. Foi a senha para começarmos o papo… Queria ficar sozinho com ela, mas sua irmã, segurando “vela”, não dava trégua. Mais tarde, com muito jeito, levei-a em sua casa, que ficava por ali perto. Foi quando sua irmã se adiantou e aí, eu me dei bem. Peguei na sua mão e saiu até um beijinho. Não cheguei até o alpendre, pois seu pai era bravo, mas foi uma noite e tanto.
Cheguei em casa alegre e fiquei mais ainda, quando vi o colarinho da minha camisa manchado de batom… Bicas prendada.