Juiz de Fora passa à onda vermelha junto com a macrorregião Sudeste

Com decisão, Prefeitura de Juiz de Fora pode voltar a colocar em prática o plano local de enfrentamento da pandemia, o Juiz de Fora pela Vida

Por Tribuna
15/04/2021 às 12h17- Atualizada 15/04/2021 às 14h49

Após passar um mês seguindo as medidas estaduais mais restritivas em relação à pandemia, Juiz de Fora, junto com os outros 93 municípios da macrorregião Sudeste, sai da onda roxa e evolui para a onda vermelha do programa estadual Minas Consciente a partir do próximo domingo (18). O anúncio foi feito no fim da manhã desta quinta-feira (15) pelo governador Romeu Zema (Novo), durante entrevista coletiva à imprensa transmitida pelas redes sociais. A decisão, segundo ele, foi tomada nesta data pelo Comitê Extraordinário Covid-19, diante da melhora dos indicadores e da chegada de medicamentos. Zema ponderou, entretanto, que a situação ainda é grave, exigindo cautela e atenção de toda a população com as medidas sanitárias e o distanciamento social.

A partir da onda vermelha, que é a segunda mais restritiva, os municípios não são mais obrigados a seguir as determinações do Minas Consciente, e a cidade poderá retomar o programa municipal Juiz de Fora pela Vida, com regras locais, também diferenciadas por meio de fases. Caso o Município siga o entendimento do Estado e coloque em prática a faixa vermelha, algumas atividades comerciais, atualmente proibidas de funcionar, poderão ser reabertas, com as devidas restrições de horários e normas rígidas de funcionamento.

Em entrevista à Rádio CBN Juiz de Fora na manhã desta quinta, a prefeita Margarida Salomão (PT) havia adiantado que, tão logo o governador divulgasse a saída da onda roxa – que é compulsória – ela iria marcar uma reunião com o Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19 para tratar das próximas diretrizes. Procurada após o anúncio de Zema, a assessoria da Prefeitura ainda não se pronunciou sobre a decisão, que deverá ser tomada durante a tarde ou à noite.

Sistema hospitalar continua sobrecarregado

Além da macrorregião Sudeste, também saem da onda roxa e avançam à vermelha, a partir de domingo, as macrorregiões de saúde Norte, Sul e Jequitinhonha, além das microrregiões de Betim, Belo Horizonte/Nova Lima/Caeté, Vespasiano, Contagem, Curvelo e Manhuaçu. Com isso, metade das macrorregiões de Minas ficará na onda vermelha, enquanto as demais seguem na roxa, pelo menos por mais uma semana. Já Triângulo do Norte, Triângulo Sul e Noroeste, que já estavam na fase vermelha desde o dia 9, permanecem nesta.

“Obtivemos melhorias de indicadores, o que possibilitou as decisões técnicas por parte da Secretaria de Saúde. Mas é preciso lembrar que estamos longe de ter conforto. Ainda temos um sistema hospitalar sobrecarregado, os profissionais de Saúde estão cansados, e as vagas são poucas. Por isso precisamos tomar todos os cuidados para evitar a transmissão do vírus. Dobramos o número de leitos de UTI e de enfermaria em Minas, mas o aumento de casos nesta segunda onda exige toda cautela”, afirma o governador Romeu Zema.

Em Juiz de Fora, segundo a última atualização na noite de quarta-feira, os leitos de UTI SUS Covid estavam 95,57% ocupados e, no total, haviam 533 pessoas hospitalizadas em decorrência da infecção pelo coronavírus, sendo 233 em UTIs e 300 em leitos de enfermarias, que estavam com 78,79% de ocupação das vagas para Covid. No geral, incluindo as UTIs para tratar outras enfermidades, o índice era de 91,75%. Levantamento da Tribuna publicado na noite de quarta apontou que, nos 28 dias seguintes ao início da onda roxa da cidade, os números de mortes e de casos não tinham demonstrado queda. 

A progressão de onda em Minas aconteceu apenas nas regiões que apresentaram melhores resultados na incidência da doença e também na ocupação dos leitos. No total, o estado registrou aumento de 4,01% no número de casos e de 6,81% nos óbitos na última semana.

Para o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, é possível sentir o impacto das medidas restritivas neste último mês: “Em algumas regiões, qualquer variação no número de casos pressiona o sistema de Saúde. Mas a progressão decidida pelo comitê leva em consideração a chegada de medicamentos (sedativos do kit intubação), o que nos dá uma melhor perspectiva no atendimento. E, pela primeira vez em um mês, temos macrorregiões com leitos vagos, o que permitirá a movimentação de pacientes.”

Fonte: Tribuna de Minas