Galos & outras penosas
Tudo começou com o falecido ex-presidente Jânio da Silva Quadros, que implantou o “conjunto safári”, com bermuda como modelito do funcionário público. Depois proibiu o uso do biquíni, do jogo de bicho, da purrinha, do par ou ímpar, do cara ou coroa e da briga de galos.
Nesse ritmo, como uma vassoura atômica, descobriu que forças ocultas estavam lhe espreitando e a saída foi a renúncia…
Daí pra frente todo mundo sabe o qüiproquó que virou esse imenso país e tudo por causa de uma simples briga de galos.
Alguém certa vez disse que a história se repete. Mesmo com a proibição, ninguém ligou pra´s regras e leis criadas por um presidente meio maluco e que renunciou. Lei no Brasil só “pega” se o povo quiser, se a igreja católica mandar ou se em outros países são cumpridas com rigor. Tem que virar moda!
Durante a revolução, durante o AI5, a ditadura, o jogo de bicho, a briga de galos, os cassinos clandestinos, os bingos, etc, continuaram a funcionar normalmente e todo mundo sabe disso, inclusive o Figueiredo era fanático por corridas de cavalo.
Dizem que tucano não entra em briga de galo, que galo no bicho é 13 e o PT também é. Só falta o Zagalo entrar no circuito e dizer que Brigas de Galos tem treze letras, que o Duda Mendonça também e Rinha de Tucano idem…
Pra piorar as coisas, ainda apareceu o abominável vereador com pinta de Milionário e Zé Rico, ao lado do publicitário predileto do Palácio do Planalto Central. Aí só relaxando numa “cachoeira”, logicamente sem grampo…
Tem gente falando que isso tudo é armação do Dirceu. Ele é maquiavélico e tem ciúme quando o Duda manda caixas de vinho pro presidente.
Eu pessoalmente prefiro azeite Gallo, português legítimo, a ficar com essa galinhagem publicitária e explicita, bancada com o dinheiro do tesouro nacional.
Nos botecos, barzinhos, pub´s e restaurantes, virou mania nacional pedir “rabo de galo” (pinga com vermute), depois que prenderam o galo do Duda. É a bebida que está na “crista” da onda…
Nessas alturas, o ministério da saúde adverte: não beba além da conta, pé inchado é sinal que sua espora está pra nascer ou sua alma já está “penada”…
O pior mesmo aconteceu com um carioca, cheio de ginga, que pernoitou numa cidadezinha do interior de Minas.
À noite, resolveu dar uns bordejos pela cidade e conhecer a vida noturna naquelas paradas. Perguntou onde estava todo mundo e lhe informaram que a galera se divertia na rinha pública municipal da cidade “Canto de Galo”.
Chegando lá, cheio de gíria, perguntou pra um senhor que não desgrudava o olho da rinha enquanto pitava um cigarro de palha: – Meu cumpadi, qualé o galo bão, véi?
O mineirinho nem olhou pro caboclo e respondeu: – O galo bão é o galo branco uai!
O carioca deu mais uma olhada pra rinha e mandou: Tô apostando no branco. Pago 2 pra 1! Foi uma festa, num instante todo mundo já tinha feito sua aposta.
Desse momento em diante o galo preto começou um ataque impiedoso e cruel sobre o galo branco. Bicada, esporada, rasteira, asada e pimba… O galo branco saiu em disparada, da rinha, todo ensanguentado, pedindo pra parar e a galera foi ao delírio.
Nosso amigo, o carioca folgado, ficou uma arara (não confundir com tucano), liso, sem dinheiro nem pro hotel. Lembrou-se do sr. do palpite e foi atrás do mineiro que estava todo contente contando o faturamento: – O sr. não me disse que o galo bão era o branco?
– Ocê pirguntou qual era o bão, eu falei. Só que o galo mau é o preto uai!
Agora, que galo canta de olho fechado por que sabe a música de cor, é demais pra mim…
Amilcar é a favor da “pena” máxima!