Fossa curada
Entrei no “Brazinha” pisando duro e quase não cumprimentei a turma. Pedi para o Zé Augusto um gim-tônica duplo e fui lá pro fundo. Pexano colocou a mão na sua boca e disse: “Xiii!”. Me aboletei e minha dor ficou exposta sobre a mesa… Meu olhar sem brilho era a principal prova da minha tristeza e foi quando aí comecei a afogar as magoas naquele copo borbulhante gélido e transparente.
Zé Luís foi pra dentro do balcão, e na vitrola, colocou “Coração de Papel”. Meu coração explodindo, com a dúvida que os pedaços de mim ficaram de fato naquele brotinho que me chutou. Pensei e vi a felicidade escapando pelos dedos por mais uma burrice minha…
Já estava na segunda dose, quando o Im se aproximou e perguntou se eu ia para a serenata. Respondi que poderia ir, mas na casa dela não faríamos aquela parada habitual.
O sacana concordou de araque! Passei meio cambaleante pela turma, paguei a conta e fomos… Conversa vai, conversa vem e eu meio tonto percebi que estávamos bem em frente à casa do meu brotinho.
Quando ia dizer alguma coisa, a vitrola portátil começou a tocar “Run to me”. Meu coração começou a palpitar quando vi a luz do quarto dela acender e apagar várias vezes. Cornélio fez sinal de positivo e eu me curei rapidinho por conta da alegria… Bicas de coração aberto!