Forró risca faísca

Tião da Modestina estava fazendo a barba e pedindo pro meu pai caprichar no aparo do bigode, pois tinha um forró arretado lá nos “Manjados”, ali pelas banda do Campo do Leopoldina.

Niquinha alertou para tomar cuidado porque a barra lá era pesada… Uma tenda improvisada no quintal, o sanfoneiro, importado da Forquilha, Zé pretinho no triangulo e Manezinho Torto na zabumba.

Tião da Modestina chegou cheio de chinfra, numa estica danada, botando banca. Dançou com uma, cumprimentou outra e foi bamboleando as cadeiras…

Uma mulata cheia de curvas e decotada caiu na graça do dançarino, que não perdeu tempo e atarracou-se com ela, encostando o bigode na ponta da orelha da gatona.

Tão agarradinhos estavam, que pareciam um só dançando… Pisgoinho quando viu sua amada naquela base com o Tião, o ciúme lhe subiu pela cabeça e não titubeou, tirou a faca da bainha e a riscou pelo chão, fazendo faísca pra todo lado.

Foi um sururu danado… Modestina querendo se livrar da mulata, mas ela segurava e apertava ele. A sorte é que, Zezinho Felisbino, seu amigo, estava perto do candeeiro e o jogou ao chão.

O ambiente ficou meio turvo e Tião da Modestina desapareceu na escuridão. Quando o baile voltou ao normal, se via Pisgoinho com sua mulata trocando carícias num cantinho… Bicas demarcada!