Feijoada repleta
O nosso reduto há tempos estava precisando de uma motivação para manter a tropa unida. Depois dos acertos e divisões de tarefas, enfim, foi marcado para domingo aquela feijoada…
Nove da manhã, eu e o Zé Augusto abrimos a porta do “Brazinha”. Minha tarefa era preparar o vinagrete. Logo depois chegou o Mosquito, que tinha a incumbência de cortar a couve bem fininha , conforme sua mãe, Dona Vitalina, ensinou.
Assim, começava a tomar corpo nossa confraternização… Antônio Bento deixou a chave da quitanda para que a gente pudesse pegar o que faltasse (limão, cebola, tomate…) Helinho, nervoso, achava que a bebida não ia ser suficiente. Lá pelas tantas, o covil estava cheio de gente e o cheirinho tomando conta do ambiente.
Biriba foi espantar um cachorro que estava na porta, pôs pimenta na ponta do dedo e passou no fiofó do coitado, que saiu em disparada se esfregando pela calçada… Foi quando o velho Borges o repreendeu com veemência…
Enquanto isso, nosso DJ Pexano colocou na ponta da agulha Clara Nunes e avisou: “Hoje não tem música de zona, só samba e dos bons”… Foi aplaudido quase de pé.
Canjica mandou uma bacia cheia farofa, no capricho. A caipirinha estava num galão enorme. Nem bem saiu a feijoada, Maninho, lá no “buraco negro”, foi visto com um prato daqueles e o bigode cheio de farofa.
Beijinho, de quando em quando, tomava uma cachaça e contava uma piada. Mais tarde, Pedrinho reclamou que a munheca do porco, que veio no seu prato, já havia passado no prato do Zé Cueca, que também xingou, dizendo que nunca viu salsicha em feijoada.
Zé Augusto se defendeu: “São quase cinco da tarde, casa lotada e vocês não param de comer e beber, assim ninguém aguenta. Para encurtar a prosa, a feijoada foi até à noite e teve “nego” que saiu de quatro e outros que até hoje não sabem como chegaram em casa. No “Brazinha” era assim: explode coração… Bicas se confraternizando.