Especialista dá dicas para minimizar riscos durante festas de final de ano

Pneumologista e professor da UFJF, Júlio Abreu, avalia que ainda não é a hora para celebrações, mas há formas de arriscar menos

   
Médico pneumologista Júlio Abreu avalia que não é hora para celebrações, mas apresenta formas de deixar os encontros menos arriscados (Foto: Reprodução/Instagram)

Com a aproximação do Natal e da passagem de ano, e após meses de distanciamento por conta da pandemia causada pelo coronavírus, muitas famílias estão se perguntando se há uma forma segura para celebrar as datas. A Tribuna conversou com o médico pneumologista e professor da UFJF, Júlio Abreu, quem tem, desde o início da pandemia, alertado sobre a doença nas redes sociais. Ele destaca: ainda não é a hora para celebrações, mas há formas de deixar os encontros menos arriscados. O planejamento precisa começar, no máximo, na próxima semana. O médico, que também é doutor em pneumologia, fez uma postagem em seu Instagram sobre o tema, que ele intitulou de “Bolha de Natal”.

As postagens dele, que já atingiram milhares de pessoas, começaram em março. “Fui um dos primeiros a falar sobre a importância do uso das máscaras, participei desde o início desse processo de recomendar o acessório e de preparar as indústrias têxteis da cidade para se organizarem para a fabricação. Fomos uma das primeiras cidades a estar preparada para usar as máscaras, e isso, com certeza, influenciou Juiz de Fora a ter uma incidência baixa de casos na primeira onda”, comentou.
Porém, como ele alerta, a situação mudou nas últimas três semanas. A cidade vive seus priores índices de ocupação de hospitais e número de internações. O número de mortos já passou de 300. ” Vivemos um momento desafiador. Sem sair da primeira onda, entramos em uma segunda onda, com a possibilidade de ser ainda mais brutal. Ao contrário da primeira, que nos atingiu em modo alerta, esta segunda onda nos atinge em modo relaxado, sem proteção. As máscaras caíram, e a distância encurtou. Isso leva a doença em alta carga viral, que é a forma mais grave”, disse.

O agravamento ocorre a menos de um mês para o Natal e ano novo. Para o pneumologista, não é a hora ideal para fazer comemorações. Porém, há uma forma de fazer as celebrações de forma mais segura, como ele comenta. “Para comer e beber, encurtam-se as distâncias e não se usam máscaras, o que aumenta o risco de contágio e pode causar um repique da segunda onda”, disse.

Veja algumas regras que precisam ser adotadas com extremo rigor pelo grupo que vai participar da reunião, chamada por ele de “Bolha de Natal”:

-Se a reunião será no Natal, a preparação já começa no próximo dia 9

-Aqueles que vão participar da “bolha”, como detalha o professor, devem fazer 14 dias de isolamento, preferencialmente, domiciliar, ou usar máscaras rigorosamente durante este período

-Para aumentar a segurança, fazer o teste de PCR com swab nasal e retro faringe, que é o mais seguro. “Se você não se protegeu nos 14 dias antes do teste, não adianta fazer, pois, nesta situação, o teste negativo não será sinal de menor risco. Se uma pessoa da família testa positivo, todos daquela casa estão vetados. A bolha furou”, disse o professor.

-Quem já teve coronavírus pode participar sem riscos

-Não prolongar as festas por mais de dois dias

-Avaliar até que ponto você quer e pode correr os riscos. “Se você acha tudo isso muito complexo, melhor ver a família e amigos pelo celular”, finalizou.

Clique na imagem abaixo e confira o vídeo do Dr. Júlio Abreu