Entre isso e aquilo
Entressafra
(Substantivo feminino). É o período entre duas colheitas consecutivas de um mesmo produto agropecuário, ou seja, em que determinado produto agropecuário deixa de ser produzido, ou ainda, espaço de tempo decorrido entre uma determinada colheita e a seguinte. A entressafra de alguns produtos, especialmente os in natura, contribui para sua alta nos supermercados que, juntamente com combustíveis e outros bens de consumo indispensáveis – os ditos de primeira necessidade – sempre lideram o impacto no crescimento do IPV (Índice de Preços no Varejo). Desse modo, após a época dos gêneros serem colhidos, ou seja, a época da safra, o solo permanece em descanso ou, usando um termo técnico, ele permanece em ‘pousio’ até que condições climáticas favoráveis se estabeleçam novamente para que a cultura possa ser plantada mais uma vez.
Normalmente, o ciclo das produções agrícolas ocorre ao longo de 12 (doze) meses, que não necessariamente coincidem com o ano cronológico janeiro/dezembro (Gregoriano). Para os agricultores, dependendo da cultura que eles plantam, o ano pode se iniciar em qualquer mês e não obrigatoriamente em janeiro, como estamos acostumados no nosso dia-a-dia. Esse ano dos agricultores, que pode ou não coincidir com o nosso, é denominado ano agrícola e é definido pelas condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento de uma determinada cultura que se deseja plantar em um determinado local. Geralmente, ele se inicia na estação chuvosa para que as plantas possam ter água disponível no solo para vegetarem. Muitas vezes, culturas anuais de ciclo curto se desenvolvem vigorosamente apenas uma vez no ano, devido às já referidas condições climáticas.
O objetivo de empenho dos governos de países com governantes e auxiliares sérios, comprometidos com o bem-estar da população e o controle de forma natural e eficaz dos efeitos colaterais da sazonalidade, é evitar as elevações de preços que ocorrem, motivados pela “oferta X procura”, no período das entressafras.
Aí é que entra a verdadeira arte de fazer política social: a diplomacia para relacionamentos comerciais estáveis e profícuos com outras nações, visto as épocas de safras/entressafras serem diferenciadas nos dois hemisférios. Uma Infraestrutura sólida, abrangente e capaz para estocagem das mais diversas commodities para os períodos de escassez, investimentos com a finalidade de gerar superávit de produtos com boa aceitação no mercado Internacional para equilíbrio de balança comercial. Bem, mas isso é em países com governantes e auxiliares sérios, onde, em alguns, há inclusive silos de propriedade do governo para estocagem em regime de “cooperativas”, mas não só, todos os outros animais do reino – ditos irracionais – também assim o fazem, até as formigas.
E, sendo o Brasil um país ainda visceralmente dependente do agronegócio, então é que ações dessa natureza seriam de extrema valia. Mas, aqui, quem passou mais perto disso queria ‘estocar’ vento.
Entrefarras
Aqui, no nosso querido torrão pátrio, a bem da verdade, o(s) ano(s) de 2018’s ainda nem começaram – nem o agrícola e muito menos o gregoriano – e já estamos passando pelo maior período de entrefarras que vivemos cíclica/anualmente, inclusive, para serviços públicos de extrema importância. Tá tudo no recesso (caberia até retrocesso). Os anos no Brasil só começam a engatinhar e se levantar em definitivo, embora cambaleantes, após o carnaval, sendo que a tentativa de um passo sequenciado, só ocorre mesmo após a páscoa. Aí vai num período de semi produtividade até as festividades de “São João”, ponteado por entrefarrinhas, aqui conhecidos como ‘feriados (r)emendados’: Corpus Christi, dia do Trabalhador, feriados e dias Santos estaduais e municipais. Os do segundo semestre são esperados com júbilo: independência (?), 12 de outubro, finados, Proclamação da República…
2.000&DEZOITO será um bissexto das entrefarras, pois ainda teremos Copa do Mundo e Eleições, para renovação (ou manutenção) das quadrilhas que vão ficar com as chaves do ‘Tesouro Nacional’ pelos próximos 04 (quatro) anos.
Ah! Tem um nível de escalão nas facções que só renova 2/3 dos comparsas. País rico é assim!